Wednesday 19 August 2015

DE JESUS ATÉ NOSSOS DIAS



Santo Agostinho e Tomás de Aquino representam o catolicismo romano.
 
Paulo de Tarso e Martinho Lutero deram origem ao protestantismo, porque os reformadores do século 16 voltaram ao passado até chegar na teologia das epístolas de Paulo - sobretudo aos Romanos - mas não foram até ao Evangelho de Jesus, o Cristo; e até hoje, juntamente com o catolicismo romano, o protestantismo e a sinagoga continuam a marcar passo na visão que separa o Creador das suas creaturas.  Paulo, este grande pioneiro do primeiro século é genuinamente crístico-evangélico em muitos pontos, mas não se libertou totalmente de certos vícios da sinagoga, da qual fora rabino, e, infelizmente, a igreja cristã, não soube separar o ouro dos ensinamentos de Jesus apresentados nas epístolas de Paulo, das escórias da sinagoga decadente, ouro que nela também se pode garimpar.
 
A igreja romana mostrou-se fortemente favorável à magia sacramental de Agostinho, o africano, onde sempre prevaleceu o elemento mágico (Egito antigo, o ocultismo moderno) e o protestantismo por sua vez, simpatiza mais com Paulo, seguindo a linha do respeito à lei automática da sinagoga, substituindo o sangue do antigo bode expiatório pelo sangue de Jesus.
 
O caráter de Jesus não é nem de Paulo e nem de Agostinho, nem asiático nem africano, mas nitidamente Universal, cósmico.  A mensagem de Jesus é algo totalmente inédita e original, desligada de tempo e espaço, de rito e raça, de credo e classe.
 
Neste universalismo independente, Jesus é muito mais ariano do que semita, e não é de se admirar que provavelmente, Alfred Rosenberg (1893 - 1946) na teoria racial em seu livro, O Mito do Século Vinte, tenha rejeitado a ascendência semita de Jesus, fazendo-o passar por um legítimo ariano.
 
Jesus ignora completamente um reino de Deus que venha de fora do homem, por meio de igrejas e de quaisquer ritos externos.  Ele é todo profético-platônico-místico, e nada sacerdotal-aristotélico-escolástico, muito menos na filosofia ensinada nos seminários católicos; Jesus, nascido na linha divisória entre oriente e ocidente, fundiu numa grandiosa unidade orgânica tudo o que há de contemplativo no leste e de dinâmico no oeste.
 
Infelizmente, segundo a teologia da igreja, Deus está separado do homem, Ele nos céus e nós aqui na Terra.  Ainda que Jesus tenha adotado essa analogia do Pai e seus filhos - que parecem ser entidades separadas - ele mesmo explica que na verdade "Eu e o Pai somos um", ou seja, que é só na aparência externa, na forma dada a existência, que parecemos como dois entes separados, mas na essência, não somos dois, somos um.  Jesus usou essa linguagem de maneira didática, já que o estado de consciência dos homens daquela época e mesmo os de hoje, não conseguem compreender que o Reino dos Céus está dentro de nós mesmos, e por isso faz induzir o homem a aspirar esse estado, em... “venha a nós o vosso reino.”
 
E a igreja ficou presa nessa didática e não evolveu.  Não seguiu os passos de Jesus e com isso induzem os homens a esperar a chegada do reino dos céus!... tão confusos e aturdidos quanto os judeus ainda esperando a chegada do Messias.
 
E é por isso que no oriente, são poucos os seguidores do cristianismo eclesiástico.
 
Hoje em dia, boa parte do mundo espiritual está fazendo um esforço honesto para se voltar ao próprio Cristo, ultrapassando todas as teologias cristãs.  Paradoxalmente, para chegar ao Cristo, temos de ultrapassar o Cristianismo.  Quem não tiver suficiente autonomia espiritual, fará muito bem em não buscar o Cristo fora do Cristianismo, mas continue a professar o Cristianismo tradicional, como caminho para o Cristo.
 
Nem todas as pessoas tiveram a experiência cósmica de Mahatma Gandhi e que possam dizer: “Aceito o Cristo e o seu Evangelho, mas não aceito o vosso Cristianismo.”
 
 
Texto em parte, extraído do livro Ídolos ou Ideal?

Wednesday 12 August 2015

THE ESSENCE OF CHRIST'S MESSAGE

 
 - Which is the message of Christianity?
 
- The essence of Christ's message is contained, as he said, in the two first commandments of the integral love in God and the universal love among men: "Love the Lord your God with all your soul, mind, heart, and with all your strength - and love your neighbour as yourself - under these two commandments is based the whole law".
 
These to commandments represents the mystical consciousness of the unique fatherhood of God, manifested by the ethical practice of the universal brotherhood of man - this is the quintessence of Christ's message, this is the only Gospel of truth. This is the one and true religion; the others are illusory and arbitrary theologies (because where the human element appears, usually comes contaminated).

Tuesday 11 August 2015

MEDITAÇÃO

 
 
– Ultimamente fala-se muito em meditação. Mas meditar não é escapismo? Não é fugir da vida, em vez de enfrenta-la corajosamente?
 
– Se por meditação você entende isolamento, escapismo, sim. Mas meditação é o reunir forças, carregar a bateria, para poder enfrentar corajosamente a vida sem ser derrotado por ela. Centenas de pessoas pensam que se julgam vencedoras, quando não passam de pobres derrotados, porque se perdem na vida material, mas nunca se encontram com seus próprios sujeitos; realizaram o que são, ou deviam ser... mas são apenas deslumbrantes vacuidades.
 
Só é realmente feliz, o ser humano que tenha se encontrado a si mesmo.
 
Muitos gozam, poucos são felizes.
 
Meditar não é pensar em coisas espirituais.
 
Meditar é auto-conhecimento – homem, conhece-te a ti mesmo!
 
Meditar é esvaziar-se temporariamente de toda ilusão escravizante do ego, para ser plenificado da verdade libertadora do Eu.
 
Onde há uma ego-vacuidade acontece uma cosmo-plenitude, e esta cosmo-plenitude é que torna o homem realmente feliz, dinamicamente feliz.
 
Amigo, desista da ilusão de que meditação seja um misticismo passivo, e aceite a verdade de que a verdadeira meditação é a realização dinâmica da vida humana.
 
Mas... quem só falou ou ouviu falar em meditação, sem jamais ter experimentado por si mesmo uma verdadeira meditação, esse nada sabe da verdade.
 
 
Texto extraído do livro Orientando para a Auto-realização