Monday 8 April 2019

UM COQUEIRO E SUA SEMENTINHA

Era uma vez um grande coqueiro de 10 metros de altura. E ao pé dele uma semente de aproximadamente uns 2 cm de diâmetro.
 
E o coqueiro disse para a semente: -- "tu és o que eu sou."
 
E a semente respondeu: -- "Não, eu não sou o que tu és... tu és uma árvore de 10 m de altura e eu sou uma semente pequenina."
 
-- "Não," disse o coqueiro, -- "eu não estou me referindo à tua casca. Estou me referindo ao teu germe vivo, a tua casca não é viva. Tu és no teu germe o que eu sou na minha vida. Porque a vida do teu germe é a mesma vida que está em mim."
 
-- "Como isso pode ser possível", disse a semente. -- "Eu serei algum dia como tu és agora?"
 
-- "Tu serás também externamente o que já és internamente o que eu sou. Porque a nossa essência é a mesma, somente a nossa existência por ora, é que é diferente. A qualidade é a mesma, apenas a quantidade é diferente."
 
-- "E o que tenho que fazer", perguntou a semente, "para ser o que tu és?"
 
-- "Bem", disse o coqueiro, "o teu invólucro, que é a tua casca, tem que um dia se desintegrar. Então tu serás também o que eu sou."
 
-- "O que é isso, desintegrar? Quer dizer que eu vou morrer?"
 
-- "Não, tu não vais morrer, porque se morresse nunca te tornarias coqueiro. Tu não vais morrer. O teu invólucro, algo ao redor de ti que agora te protege, vai desintegrar-se. Isto agora é um auxílio para ti, que é a sua casca. Mas daqui a pouco será um empecilho e este empecilho tem que ser destruído para que o teu conteúdo possa expandir-se."
 
E a semente, a princípio, não quis crer que ela fosse morrer; porque ela estava olhando sempre para a sua casquinha morta, que não era viva… uma casca dura, inerte. Mas ela nunca tinha fixado os olhos no seu germe vivo porque a vida não é coisa visível, só a casca é visível. Estava limitada em sua casca e tinha pavor de sua chamada desintegração. Pensava que ela ia morrer e não alguma coisa que ela tinha ao redor de si. Não tinha autoconhecimento. Ela se confundia com o que ela parecia e não se identificava com o que ela era de fato.
 

E esse é o mal de todos nós. Não sabemos o que somos…  

MALEDICÊNCIA

Não fales mal de ninguém.
 
Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.
 
Qual a razão dessa mania de maledicência?
 
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
 
Diminuir o valor dos outros nos dá a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
 
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu próprio valor. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
 
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
 
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
 
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
 
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar os outros de doentes para gozar a consciência da saúde própria.
 
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência e fofocas.
 
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido como um entorpecente – que uma pessoa de saúde moral precária, facilmente sucumbe a essa epidemia.
 
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Entretanto, a palavra nem sempre tem sido utilizada devidamente.
 
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, suavizar dores e traçar rotas seguras.
 
Fala-se muito por falar, para “matar tempo,” em intermináveis conversações desnecessárias, e a palavra muitas vezes se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em incitar a revolta.
 
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras resolvem conflitos e dificuldades.
 
Num eloquente discurso, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
 
Assim também, Hitler hipnotizou multidões, que cegas, se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.
 
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
 
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados de fel.
 
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste.
 
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar motivos para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
 
Pense nisso!
 
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.
 
Evitemos a censura.
 
A maledicência começa com a censura inconveniente.
 
Se desejamos educar, reparar erros, que esteja presente quem falhou, e não à sua revelia.
 
Toda a palavra que causa embaraço, como qualquer censura constante, se torna um hábito negativo que culmina por diminuir o caráter de quem com isso se satisfaz.
 
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
 

Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração.”  

VILIFICATION

Do not abuse anyone with evil words.
 
Every person not sufficiently accomplished in itself has the instinctive tendency to bully others.
 
What is the reason for this slanderous craze?
 
It is an inferiority complex attached with a desire for superiority.
 
Decreasing the value of others gives us the grateful illusion of increasing our own value.
 
The vast majority of men are not in a position to measure their own value. They need to measure it by depreciating others.
 
These men judges that it necessary to extinguish other people's lights in order to make their own light brighter.
 
They are like fireflies which cannot shine except through the darkness of the night, because the light of their phosphorescent beacon is very weak.
 
Those who have enough light of their own don't need to erase or dim the lights of others in order to shine.
 
Those who have vigorous spiritual health do not need to call others sick to enjoy their own health consciousness.
 
Our social gatherings, our chats are, in general, academies of slander and gossip.
 
To speak evil about others' miseries is such subtle and seductive pleasure - something like a narcotic - that a person of poor moral health easily succumbs to this toxic.
 
The word is a valuable tool for the debates between men. However, the word has not always been used properly.
 
Few men use this precious resource to build hope, soften pain, and to direct safe routes.
 
There is much talk in endless unnecessary conversations, and the word often becomes a stigma of impiety, a blade of slander, and inciting revolt.
 
Similar to drops of light, good words resolve conflicts and difficulties.
 
In an eloquent speech, missionary spirits reshaped the foundations of human thought.
 
So too, Hitler hypnotized multitudes, who blindly threw themselves upon other nations, turning them into ruins.
 
Wars and peace plans suffer the powerful influence of the word.
 
There are those who utter sweet words, with lips soaked with gall.
 
There are those who speak tenderly, full of anger and hatred. They are the sick ones in a lengthy process of readjustment.
 
Therefore, it is up to people who are lucid and of common sense, not to give grounds for the poison of slander to spread, destroying lives and making others unhappy.
 
Think about it!
 
We need to be more apologetic to others fragility, reminding us of our own weaknesses.
 
Let's avoid censorship.
 
Slander begins with the inconvenient censorship.
 
If we wish to educate, to correct mistakes, the targeted person must be present, and not behind its back. 
 
Every word that causes embarrassment, like any stubborn censorship, is a negative habit that culminates by debasing the character of those who delights with it. 
 
Let us enrich our hearts with love and bathe our minds with the lights of divine mercy.
 

Because, according to the Gospel of Luke, “For the mouth speaks what the heart is full of.”