Monday, 8 April 2019

MALEDICÊNCIA

Não fales mal de ninguém.
 
Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.
 
Qual a razão dessa mania de maledicência?
 
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
 
Diminuir o valor dos outros nos dá a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
 
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu próprio valor. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
 
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
 
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
 
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
 
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar os outros de doentes para gozar a consciência da saúde própria.
 
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência e fofocas.
 
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido como um entorpecente – que uma pessoa de saúde moral precária, facilmente sucumbe a essa epidemia.
 
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Entretanto, a palavra nem sempre tem sido utilizada devidamente.
 
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, suavizar dores e traçar rotas seguras.
 
Fala-se muito por falar, para “matar tempo,” em intermináveis conversações desnecessárias, e a palavra muitas vezes se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em incitar a revolta.
 
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras resolvem conflitos e dificuldades.
 
Num eloquente discurso, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
 
Assim também, Hitler hipnotizou multidões, que cegas, se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.
 
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
 
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados de fel.
 
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste.
 
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar motivos para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
 
Pense nisso!
 
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.
 
Evitemos a censura.
 
A maledicência começa com a censura inconveniente.
 
Se desejamos educar, reparar erros, que esteja presente quem falhou, e não à sua revelia.
 
Toda a palavra que causa embaraço, como qualquer censura constante, se torna um hábito negativo que culmina por diminuir o caráter de quem com isso se satisfaz.
 
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
 

Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração.”  

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