EXPLICAÇÃO 
NECESSÁRIA
É importante que o 
leitor devote alguns minutos na leitura do texto abaixo, para melhor compreender 
os objetivos desse novo trabalho sobre Huberto Rohden.
A iniciativa de um 
outro instrumento de propagação das ideias e ideais de Huberto Rohden partiu de 
uma já existente, de meu blog em Inglês - http://3rd-heaven.blogspot.com - que apesar de timidamente 
iniciado, vem hoje, depois de centenas de publicações, ganhando um espaço 
considerável dentro do universo a que me propus, de levar ao público de língua 
inglesa, os escritos de um grande brasileiro e de promover ainda mais, para o 
público de língua portuguesa, esse considerável conhecimento, essa rica formação 
acadêmica do autor e consequentemente, de ilustrar a vida de alguém que 
dedicou-se por inteiro a apontar o caminho para o auto-conhecimento e 
consequente auto-realização pessoal de cada membro da espécie humana. 
O exemplo de Rohden 
não é único. Seres humanos de extrema grandeza mística e ética também se 
dedicaram a esse mesmo objetivo, em todo o mundo, e o Brasil não ficou imune a 
essa gestação e nascimento de mais uma grande alma... em nosso solo, falando 
nossa língua, mergulhado em nossa rica e colorida cultura, de norte a sul, leste 
a oeste, por onde ele viajou levando suas experiências e ensinamentos, 
procurando dar a cada um de seus leitores a mesma formação, as mesmas ideias... 
e os mesmos princípios.
E isso da um caráter 
particular a esse meu trabalho também, pois poder traduzir para o Inglês seus 
escritos, não foi tarefa fácil, e continua sendo até hoje um grande desafio, 
mesmo porque a língua inglesa me foi apresentada quando jovem e não veio de 
berço. 
Passados alguns 
anos, tenho a oportunidade de melhor compreender Rohden, pois além de 
experienciar na minha própria vida meus dilemas, posso me dar a essa tarefa de 
auxiliar meus companheiros de peregrinação neste planeta Terra, e minha 
contribuição se resume em poder apresentar o que por ele foi 
escrito.
Dentre os quase 100 
livros escritos por Rohden, o primeiro que me caiu às mãos, foi O Sermão da 
Montanha. A exemplo de minha experiência lendo anos antes a Autobiografia de um 
Yogui, de Paramahansa Yogananda, do qual me movi de tamanha emoção, no O Sermão 
da Montanha, a emoção não foi menor, a ponto de ter me comprometido a 
transcrever-lo para o Inglês. 
A minha tarefa vai 
poder dar ao público interessado, a oportunidade de oferecer uma facilidade 
maior na compreensão de seus textos... explico: Rohden nasceu em 1893 e nos 
princípios dos anos de 1900, a formação escolar no Brasil era bastante diferente 
da que hoje se apresenta. Eu mesmo, quando iniciei minha própria vida escolar em 
1954 pude receber de meus professores, uma formação não muito diferente daquela 
que Rohden recebeu. E essas diferenças (apenas para citar um exemplo) se 
resumiam em particular, a explorar a riqueza de nossa língua. 
Mas essa riqueza 
hoje, o palavreado erudito, pureza na linguagem, a perfeita sintaxe, colocação 
de frases elegantes, as criações de novas palavras (neologismos) flagrantes em 
seus escritos, oferecem uma certa barreira no entendimento do público de nossos 
dias. Sabe-se que as línguas evolvem e o Português não está imune a esse 
processo. Os meios de comunicação eletrônicos de agora estão abrindo 
oportunidades de fornecer em poucas palavras, aquilo que no passado, uma 
sentença toda era necessária para apresentar a mesma ideia. Acredito que podemos 
chamar isso de evolução, na medida que em menor tempo, em um menor número de 
palavras, pode-se exprimir aquilo que se deseja. 
Palavras em desuso 
hoje, formam uma quantidade bastante significativa nos textos de Rohden. Não que 
ele exigisse de seu público, o conhecimento enciclopedista, a erudição de um 
especialista na língua, mas era a sua forma normal de ser ao escrever, a forma 
com que foi instruído e educado durante seu tempo desde a escola primária até a 
Universidade! Para citar apenas um exemplo, no livro Profanos e Iniciados, em um 
de seus capítulos, encontrei 16 palavras que raramente aparecem nos textos 
modernos, o que me obrigou a consultar dicionários, de solicitar ajuda de 
amigos, procurar nos dicionários de termos arcaicos, o sinônimo equivalente. 
Assim, apresento 
hoje, a mesma ideia, o mesmo significado e eliminando às vezes algumas 
repetições, sem trair a ideia original do autor, de uma forma mais atual, de 
simples leitura, de fácil entendimento, na expectativa de poder formar uma 
legião ainda maior daqueles que querem fazer de suas vidas, um encontro com o 
Ser Divino, inerente a cada ser humano. 
Via de regra, os 
ensinamentos nos escritos, ideias e ideais de Rohden, são atemporais, pois 
enquanto existir a raça humana e partindo do princípio de que a alma do homem é 
por sua própria natureza, cristã, que habita em nossa intimidade, a mística e a 
ética... o de ser bom, do "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a 
si mesmo", é um ensinamento atemporal. No entanto, alguns conceitos hoje, 
poderiam ser reformulados, pois creio que se Rohden estivesse vivendo em nossa 
dimensão material, teria revisto (como fez em muitos de seus livros) alguns de 
seus conceitos, e na medida do possível nas minhas notas de rodapé, algumas 
ideias mais atuais poderão oferecer uma nova visão. 
Convido portanto a 
todos os leitores a adicionar à essa minha iniciativa, seus conceitos 
complementares.
Mas deixo 
porém, que Rohden fale que: “tudo o que está escrito aqui é, pois, algo 
preliminar; nada é definitivo. O definitivo vem do leitor e não do autor. O 
leitor é que, depois de tomar direção certa, deve realizar o conteúdo das 
mensagens, dia a dia, ano por ano, a vida inteira. Aqui não estão escritos opiniões sobre verdades 
absolutas, nem tampouco deve servir como cartilha a ser seguida. O que aqui vai 
escrito é o resultado de uma experiência pessoal, de cujas ideias extraídas, 
deve o leitor filtrar, o joio do trigo e, se assim o quiser, incorpora-las ao 
seu conhecimento e realizar suas próprias experiências. Depois de todos os ruídos, depois de ler, de ouvir, 
de pensar – é que vem o grande silêncio dinâmico da realização, a vivência da 
realidade.” 
Concluindo, não 
importa quantas vezes esses escritos serão observados e que talvez alguns erros 
poderão ocorrer. Caso ocorram, esses erros são meus, e me coloco a disposição do 
leitor para possíveis discussões e correções.
Flavio de Mello, 
Sydney, Junho de 2016
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