Friday 18 December 2015

O EU CRÍSTICO E O EGO ANTI-CRÍSTICO


Nem todos os homens sabem o que vai por detrás dos invisíveis palcos que se estendem adiante do cenário visível deste mundo.  Muitos apenas enxergam os atores materiais do drama milenar do Cristo e o Anti-Cristo, que inspiram os atores humanos.
 
No cenário da história dos seres humanos, o Cristo, o Ungido, é representado pelo Eu espiritual, ou Alma do homem, que Jesus, o Cristo ele mesmo, chama o Pai em nós, a Luz do mundo, o Cristo interno, o Reino de Deus, o Tesouro oculto, a Pérola preciosa, a Água viva.  O Anti-Cristo, por seu turno, aparece, na história do gênero humano, na forma do Ego material-mental-emocional, que assume milhares de caracteres e personalidades.
 
Essas duas Potências máximas do Universo, o Eu crístico e o Ego anti-crístico, agem em duas dimensões opostas.  O Anti-Cristo só conhece "os reinos do mundo e sua glória" e promete dá-los em recompensa ao seus adoradores e servidores, porque são dele, creação do príncipe deste mundo, que é o Poder das Trevas, na linguagem de Jesus.
 
O Cristo, porém, afirma que "o meu reino não é deste mundo”, que não é do caráter deste mundo, que "se encontra no maligno", de um mundo terreno que é "dominado pelo Príncipe das Trevas."
 
Sendo que este mundo é governado pelo Anti-Cristo, como ele mesmo afirma e que Jesus confirma, não é de se estranhar que o "Príncipe deste mundo" não tolere nos seus domínios um intruso como o Cristo, cujo reino não é deste mundo, embora esteja no mundo; é natural que o Anti-Cristo considere o Cristo como um indesejável, um subversivo, e lute conte ele, aberta ou ocultamente, de acordo com a estratégia que lhe pareça ser mais eficiente.
 
Nos primeiros tempos, prevalecia a hostilidade aberta e violenta; mais tarde, a traição hipócrita se tornou uma luta declarada; hoje em dia, predomina uma terceira estratégia do Anti-Cristo contra o Cristo:  a tentativa esperta de degradar o Cristo ao nível dos cristãos ou pseudo-cristãos.  A tendência de hoje é fazer o Cristo à imagem e semelhança dos cristãos, já que estes não tem a coragem de subir às alturas de onde se encontra o Cristo real e verdadeiro.  Fazer descer o Cristo ao nosso nível condiz muito mais com o comodismo e o menor esforço dos que não querem subir às alturas do Cristo.  Em livros, filmes e teatros, do alto das cátedras universitárias e dos púlpitos das igrejas se proclamam um pseudo Cristo profano, horripilante caricatura do Cristo do Evangelho e da realidade.
 
E o que há de mais repugnante é que são precisamente sacerdotes e pastores de igrejas cristãs, que, de preferência, promovem essa deturpação do Cristo.
 
Violência, traição, deturpação - são estas as armas prediletas com que o Anti-Cristo luta contra a intrusão do Cristo em seus domínios terrestres.
 
Aparentemente, o Cristo é sempre derrotado pelo Anti-Cristo, sempre crucificado, morto e sepultado, desce até aos infernos - na realidade, porém, o Cristo sempre ressuscita, mesmo que o túmulo esteja lacrado e guardado por seus inimigos.  É proibido ressuscitar - mas ele sempre ressuscita...  Os seus verdadeiros amigos o encontram sempre glorioso, por toda a parte, em todos os tempos.
 
O drama milenar do Cristo e do Anti-Cristo continua, e todo homem acompanha ou este ou aquele grupo, por seu modo de pensar, de falar e de viver - e mais ainda, pelo seu modo de ser.
 
 
Texto extraído do livro O Drama Milenar do Cristo e do Anti-Cristo

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