Wednesday 17 June 2020

SER CRIANÇA OU TORNAR-SE COMO CRIANÇA?

“Deixai vir a mim as crianças, não as impeçais, pois o Reino dos Céus pertence aos que se tornam semelhantes a elas.”

O homem que tem uma crença ingênua nos primeiros contatos com o mundo espiritual, não se tornou como criança; ficou simplesmente criança e nunca saiu dessa infância espiritual do ingênuo acreditar.
Já o descrente, deixou de ser criança e não se tornou adulto. Passou da infância sadia para um infantilismo doentio, não enxergando por detrás de seu cepticismo, a suprema Realidade, a Fonte original de toda as existências.
Somente o homem sapiente das coisas do espírito adquiriu genuína maturidade e pode tornar-se como criança.
A verdadeira sapiência da experiência espiritual é em ser um adulto infantil, por mais paradoxal que seja, pois o homem experiente no nível da suprema Realidade adquiriu uma sabedoria simples, diáfana, calma, distante de todas as sofisticações, uma sabedoria cheia de segurança que está para além de todas as ruidosas e orgulhosas discussões da inteligência analítica. Esse homem não é um erudito, mas um homem culto. Pode ser que esse homem não conheça muitas coisas, como o homem enciclopédia, mas sabe muito - o seu saber é de qualidade e não de quantidade. Não é um arquivo de conhecimentos justapostos e desconexos - o seu saber é de visão panorâmica, que sabe do lugar exato de cada creatura do Universo.
O homem sapiente e culto é sempre um homem serenamente dinâmico e calmo; não necessita de correr afobado de lá para cá, a fim de conseguir as materialidades da vida - ele se acha como que numa vasta planície iluminada pelo sol, abrangendo simultaneamente todas as latitudes e longitudes em sua volta; embora um peregrino no planeta Terra, sempre está no fim de todas as suas jornadas.
E é por isso que um homem assim vive nessa paz dinâmica, de tranquila segurança, que parece atingir a todos que se aproximam dele.
Saber tornar-se como criança em plena idade madura é uma arte divina, é um carisma místico, é a sabedoria cósmica.
Não devemos ficar crianças, mas sim tornar-nos como crianças, depois de sermos adultos. Esta segunda fase da infância, criada livremente pelo homem plenamente adulto, é o definitivo teste da sua adultez. Quem, depois de adulto, não tiver a habilidade de se tornar como se fosse criança, não está plenamente maduro na sua evolução. E essa infância, é uma infância plenamente consciente, e não uma infância inconsciente, e muito menos um infantilismo pseudo consciente.
Ser como criança, não por ignorância natural, mas por sapiência de experiência. É ultrapassar não só o subconsciente infantil, mas também o consciente juvenil e entrar no superconsciente cósmico.
Texto revisado extraído dos livros Ídolos ou Ideal? e Roteiro Cósmico

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