Wednesday 15 April 2015

A POSSE INDIVIDUAL COM USUFRUTO COLETIVO

 
O título que coloquei, foi captado da mensagem, um texto curto porém de muita significância.
 
Tenho que confessar que os exercícios de tradução estão sendo até cômicos. Na verdade converso com Rohden, trabalho certas palavras que creio que mesmo os brasileiros de hoje (30/10/2013), encontram dificuldades em entender devido a riqueza de seu vocabulário e de palavras em desuso, sendo por isso é por isso que os dicionários vivem ao meu lado.
 
Na verdade o que faço quando encontro o texto original complexo, e, para melhor entendimento, é torna-lo mais accessível ao leitor, simplificando as ideias, reduzindo as repetições e às vezes, tentando remover algum parágrafo (no caso para facilitar a tradução), como por exemplo: “Quando o eu desemboca no nós, o arroio do meu deságua no oceano do nosso”, e que fica difícil para o leitor Inglês entender! Linguagem figurada, riqueza de imaginação e espirituosidade, que poucos leitores de língua portuguesa são capazes de entender, mesmo porque poucos vivem essa atmosfera, e infelizmente, a instrução escolar vem decaindo em todo o mundo. O que identifiquei e usei como ideia dessa frase foi: “A morte do falso eu e a sua ressureição no grande NÓS produz necessariamente a morte do pequeno meu e o ressurgimento do grande NOSSO.”
 
Portanto, sem trair a ideia, o sentido, vou simplificando... e acho que Rohden concorda!
 
 
“A cobiça das coisas materiais continua a ser o único impedimento na nossa peregrinação ao mais alto visando o caminho da Auto-Realização. Nenhum outro transtorno mereceu tanta atenção dos mestres espirituais da humanidade, como por exemplo, Jesus, o Cristo, pois ele sempre prevenia seus discípulos contra os perigos de serem escravizados pelos bens materiais: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
 
Em tempos antigos, o único modo de alguém se libertar dessa escravidão era desertar do mundo, abandonar todas as suas posses - exemplo bem ilustrado da renúncia de Francisco de Assis – e ainda hoje, almas abnegadas e heroicas, escolhem esse caminho.
 
Há, todavia, outra modalidade de libertação.
 
Consiste em que o homem, embora continue legalmente como proprietário de seus bens, direcione parte de seus bens em benefício e usufruto de seus semelhantes. Dessa forma, deixa ele de ser o dono e proprietário, passando a ser administrador de uma parte do patrimônio do Creador (a Fonte), em favor da humanidade.
 
O capitalismo radical defende o direito da posse individual com usufruto individual.
 
O comunismo, defende a posse social com usufruto coletivo.
 
No entanto, nem o capitalismo e nem o comunismo são políticas aceitáveis. Cada um dos dois tem uma verdade e um erro. A verdade do capitalismo é o direito a posse individual - mas o seu grande erro é o usufruto individual. O comunismo defende a grande verdade do usufruto coletivo e comete o erro de proibir a posse individual. Se evitarmos os dois erros, o do capitalismo e o do comunismo, e ficarmos com as duas verdades que cada um deles professa, teremos uma forma de Socialismo Cristão, baseado na ideia da posse individual com usufruto coletivo. O grande mal não está no direito à posse individual; o mal está em que o possuidor individual queira gozar sozinho, ou com o seu pequeno grupo, todos os bens sem se importar com as carências e necessidades do resto da humanidade.
 
Enquanto o homem não se convencer de que ele é apenas administrador do patrimônio recebido da Fonte em favor da humanidade, não haverá solução para o doloroso problema coletivo. Mas essa convicção somente acontece a partir de uma grande compreensão da verdade interior de cada indivíduo.
 
Quando o homem ultrapassa o seu pequeno ego e descobre o seu grande Eu, perde a noção estreita do que é dele. A morte do falso eu e a sua ressureição no grande NÓS produz necessariamente a morte do pequeno meu e o ressurgimento do grande NOSSO.
 
É este o "Socialismo Cristão" do amor espontâneo, bem diferente da avareza do capitalismo e do comunismo político da lei compulsória...”
 
Texto extraído do livro Assim Dizia o Mestre.
 
 
 

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