O título que coloquei, foi captado da mensagem,
um texto curto porém de muita significância.
Tenho que confessar que os exercícios de tradução
estão sendo até cômicos. Na verdade converso com Rohden, trabalho certas
palavras que creio que mesmo os brasileiros de hoje (30/10/2013), encontram
dificuldades em entender devido a riqueza de seu vocabulário e de palavras em
desuso, sendo por isso é por isso que os dicionários vivem ao meu
lado.
Na verdade o que faço quando encontro o texto
original complexo, e, para melhor entendimento, é torna-lo mais accessível ao
leitor, simplificando as ideias, reduzindo as repetições e às vezes, tentando
remover algum parágrafo (no caso para facilitar a tradução), como por exemplo:
“Quando o eu desemboca no nós, o arroio do meu deságua no oceano do nosso”, e
que fica difícil para o leitor Inglês entender! Linguagem figurada, riqueza de
imaginação e espirituosidade, que poucos leitores de língua portuguesa são
capazes de entender, mesmo porque poucos vivem essa atmosfera, e infelizmente, a
instrução escolar vem decaindo em todo o mundo. O que identifiquei e usei como
ideia dessa frase foi: “A morte do falso eu e a sua ressureição no grande NÓS
produz necessariamente a morte do pequeno meu e o ressurgimento do grande
NOSSO.”
Portanto, sem trair a ideia, o sentido, vou
simplificando... e acho que Rohden concorda!
“A cobiça das coisas materiais continua a ser o
único impedimento na nossa peregrinação ao mais alto visando o caminho da
Auto-Realização. Nenhum outro transtorno mereceu tanta atenção dos mestres
espirituais da humanidade, como por exemplo, Jesus, o Cristo, pois ele sempre
prevenia seus discípulos contra os perigos de serem escravizados pelos bens
materiais: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e
amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a
Deus e às riquezas.”
Em tempos antigos, o único modo de alguém se
libertar dessa escravidão era desertar do mundo, abandonar todas as suas posses
- exemplo bem ilustrado da renúncia de Francisco de Assis – e ainda hoje, almas
abnegadas e heroicas, escolhem esse caminho.
Há, todavia, outra modalidade de libertação.
Consiste em que o homem, embora continue
legalmente como proprietário de seus bens, direcione parte de seus bens em
benefício e usufruto de seus semelhantes. Dessa forma, deixa ele de ser o dono e
proprietário, passando a ser administrador de uma parte do patrimônio do Creador
(a Fonte), em favor da humanidade.
O capitalismo radical defende o direito da posse
individual com usufruto individual.
O comunismo, defende a posse social com usufruto
coletivo.
No entanto, nem o capitalismo e nem o comunismo
são políticas aceitáveis. Cada um dos dois tem uma verdade e um erro. A verdade
do capitalismo é o direito a posse individual - mas o seu grande erro é o
usufruto individual. O comunismo defende a grande verdade do usufruto coletivo e
comete o erro de proibir a posse individual. Se evitarmos os dois erros, o do
capitalismo e o do comunismo, e ficarmos com as duas verdades que cada um deles
professa, teremos uma forma de Socialismo Cristão, baseado na ideia da posse
individual com usufruto coletivo. O grande mal não está no direito à posse
individual; o mal está em que o possuidor individual queira gozar sozinho, ou
com o seu pequeno grupo, todos os bens sem se importar com as carências e
necessidades do resto da humanidade.
Enquanto o homem não se convencer de que ele é
apenas administrador do patrimônio recebido da Fonte em favor da humanidade, não
haverá solução para o doloroso problema coletivo. Mas essa convicção somente
acontece a partir de uma grande compreensão da verdade interior de cada
indivíduo.
Quando o homem ultrapassa o seu pequeno ego e
descobre o seu grande Eu, perde a noção estreita do que é dele. A morte do falso
eu e a sua ressureição no grande NÓS produz necessariamente a morte do pequeno
meu e o ressurgimento do grande NOSSO.
É este o "Socialismo Cristão" do amor espontâneo,
bem diferente da avareza do capitalismo e do comunismo político da lei
compulsória...”
Texto extraído do livro Assim Dizia o
Mestre.
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