Saturday 5 November 2016

O SERMÃO DA MONTANHA E A MÍSTICA DAS BEATITUDES

Bem-aventurados os pobres pelo espírito, porque deles é o reino dos céus;
 
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
 
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
 
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados;
 
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
 
Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus;
 
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
 
Bem-aventurados sois vós quando vos insultarem, e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. 
 
Exultai e alegrai-vos, porque é grande a vossa recompensa nos céus; porque assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
 
A Mística das Beatitudes resume, em duas palavras, o que o Cristo Jesus disse depois de proferir essas proclamações, que representam a plataforma do Reino de Deus e o auto-retrato de sua própria alma:
 
--- “Vós sois o sal da terra“.
--- “Vós sois a luz do mundo“.
 
Estas duas alegorias formam basicamente o alicerce, e ao mesmo tempo, a pedra de fecho do majestoso santuário sustentado pelas colunas das bem-aventuranças. Essas colunas tem o seu fundamento nas alturas do céu, como a cidade santa de Deus, que, segundo o Apocalipse, desce de cima para baixo; tem as raízes no céu, e se ramifica, floresce e frutifica na terra.
 
Quando algum homem já é sal e luz, ele realiza com espontânea facilidade o conteúdo das Beatitudes, que aos profanos e inexperientes podem parecer absurdas ou extremamente difíceis.
 
O sal dá sabor a todos os alimentos – assim como a experiência espiritual é um misterioso condimento que penetra de sabedoria todas as ignorâncias, e da sabor Divino a qualquer insipidez da vida humana. O sal, se fosse tomado em estado puro, não seria agradável, mas, quando usado discretamente como condimento, dá sabor a tudo. É a espiritualidade sensata e dosada que transforma todas as materialidades e preserva-as, ao mesmo tempo, da corrupção.
 
A luz, essa realidade mais sutil e invisível do Universo, dá vida, alegria e beleza a todas as creaturas da terra. Sem ela, o Universo não seria um Cosmos, mas um caos de morte e treva.
 
E é importante acrescentar às Beatitudes esse desfecho metafísico-místico, coroa e alicerce do santuário da sabedoria cósmica de Jesus. Estas duas alegorias, sal e luz, sabor e vida, são a quintessência da filosofia e poesia de Jesus. Nelas se aliam a metafísica da Verdade e a mística da beleza. Bem se poderiam aplicar a estas alegorias as palavras de Mahatma Gandhi: “A verdade é dura como o diamante – e delicada como flor de pessegueiro”. 

Friday 7 October 2016

INVITATION TO THE READERS

 
I invite the reader to intrude with me in this world of varied thoughts, focusing palpitating problems of philosophy, religion, education, psychology, mystical experiences, cosmic visions and a bit of science.
 
Ideas of ancient and modern thinkers were asked in these pages to say what they know about the Universe, about God, about the past, present and future of man - "the unknown".
 
Readers who know may know more, and the sufferers will suffer less.
 
In addition, they will all end up believing much more in what they ignore than in the little they know.
 
Articles like these ones, with loose thoughts, are welcomed by men of hectic modern life, and can be opened randomly at any page and the reader will always find something to enrich its spirit and feed its soul. These articles are a heterogeneous collection of thoughts; with no necessary link and has the advantage of not stressing the reader.
 
You will find in this writings an odyssey of short messages and the path of pilgrimage to the highest... your own Self. 
 
Needless to repeat that the author does not expose his ideas as infallible truths, and hopes that the reader will grant the same freedom of thought and conscience, which claims for himself.
 
The author is only an interpreter and speaker of your subconscious...
 
He says what you would say - translates into explicit words your implicit thoughts.
 
Give name to the anonymous mysteries of your soul...
 
Therefore, my friend, read this articles like it was written by you - not by me...
 
Read it, live it, suffer it, not in the hustle and bustle profane way – but in an hour of peace and tranquillity. And then, the say that we are lost in the emptiness of our busy life will not be applied anymore.
 
Read it as the voice of your own self - awakened by yourself!
 
The author does not arrogate absolute paternity of everything this articles says, it is possible that other people's ideas, read or heard, have formed a substrate in the subconscious of the author, emerging here and there, as if his mental offspring. Who can guarantee us the extent in which ours ideas are solely ours? There will be thoughts fully mine or fully yours?
 
Reader, follow me in this cosmic path, hand in hand, soul to soul, into the unknown Universe within each of us!
 
Comprehend the truth - and the truth will set you free...
 
Let this new thoughts be your companion and friend in the journey of life...
 
In the arduous heights uphill through the mountains of God... Leaving behind, far behind, the barren plains of mediocrity where the vast majority of humans are crawling!
 
In solitary suffering...
 
In the silence of men...
 
To the final victory...

CONVITE AOS LEITORES

 
Convido o leitor a se intrometer comigo neste mundo de pensamentos variados, focalizando palpitantes problemas de filosofia, religião, educação, psicologia, experiências místicas, visões cósmicas e um pouco de ciência.
 
Idéias de pensadores antigos e modernos foram convidadas nestas páginas, para dizer o que sabem sobre o Universo, sobre Deus, sobre o passado, presente e futuro do homem - "esse desconhecido".
 
Os leitores que conhecem, saberão mais, e os doentes sofrerão menos.
 
Além disso, todos eles irão acabar acreditando muito mais no que ignoram, do que do pouco que sabem.
 
Artigos como estes, com pensamentos soltos, são bem recebidos por homens de vida moderna agitada, e podem ser abertos de forma aleatória, em qualquer página, onde o leitor sempre vai encontrar algo para enriquecer seu espírito e alimentar sua alma. Estes artigos são uma coleção heterogênea de pensamentos; sem ligação necessária e que tem a vantagem de não cansar o leitor.
 
Você vai encontrar nestes escritos, uma odisseia de mensagens curtas e o caminho de peregrinação para o mais alto... ao encontro de seu próprio Ser.
 
No entanto, o autor não expõe suas idéias como verdades incontestáveis, e espera que o leitor lhe conceda a mesma liberdade de pensamentos e de consciência, que ele reivindica para si mesmo.
 
O autor é apenas um intérprete e que fala ao seu subconsciente...
 
Ele diz o que você diria - e traduz em palavras explícitas seus pensamentos implícitos.
 
Da nome aos mistérios anônimos da tua alma...
 
Portanto, meu amigo, leia estes artigos, como eles fossem escritos por você - e não por mim...
 
Leia-os, viva-os, suporta-os, não na maneira da agitação profana - mas em uma hora de paz e tranquilidade. E então, o dito de que estamos perdidos no vazio de nossas vidas agitadas, não mais será aplicado.
 
Leia-os como a voz do seu próprio eu - despertada por você mesmo!
 
O autor não atribui a si mesmo, a paternidade absoluta de tudo o que dizem esses artigos, e é possível que idéias de outras pessoas, lidas ou ouvidas, terem formado um substrato no subconsciente do autor, surgindo aqui e ali, como se fossem da sua própria mente. Quem pode nos garantir a medida da extensão de nossas ideias... são realmente nossas? Ou então, haverão pensamentos totalmente nossos?
 
Leitor, siga-me neste caminho cósmico, lado a lado, de alma para alma, para o Universo desconhecido dentro de cada um de nós!
 
Compreenda a verdade - e a verdade vos libertará...
 
Deixe que estes pensamentos sejam seu companheiro e amigo nas viagens da vida...
 
Nas árduas alturas nas subidas através das montanhas de Deus... Deixando longe, para bem longe, as estéreis planícies onde se arrastam a vasta maioria dos homens medíocres.
 
No sofrimento solitário...
 
No silêncio dos homens...
 
Para a vitória final...

Wednesday 5 October 2016

NOTE TO THE READERS

 
Many articles were posted in this blog since I started translating Rohden's writings in mid July 2012 while living in China, experiencing the teachings of Buddha, Lao-Tze, Kong Fuzi and Mengzi Tze.
 
Not long before this experience, I read one of Rohden's books that impressed me most, related to the interpretation of the Sermon on the Mount, and I have to confess that I became so fascinated with his insights that I made to myself the proposition to translate his writings into English, in an attempt to broaden the number of his readers outside Brazil.
 
Now, I'm revisiting and reviewing every article, adding extra thoughts from different writers which in some way Rohden was attuned, giving the opportunity to readers not only to grasp the meaning of his ideas, but to comprehend the intimate experience of the reality and life that he experienced.
 
The language of Shakespeare, was not my first language.  In fact, the languages at home while living in Brazil, were at an early age, Hungarian and after, Portuguese.  Spanish was in addition, plus Latin, French, Italian and English, during my school days as a young adult and later on while travelling and studying overseas due to my professional duties.  In 1994 I came do Australia where I am still living today.  However, this move does not confirm that I reached the pinnacle of knowledge of this rich language and more studies needs to be done.
 
Rohden's writings has astonishing power, subtly, rich, poetic and range.  Indeed, he makes use of sounds and words associations in the manner of a poet of genius.  His language has a vitality rare in the literature and perhaps unique due to his creation of neologisms, inventing words and phrases, which demands a constant search in order to find the correlated idea in our modern days and way.
 
Needless to say, these very qualities face the translator with difficulties which are almost insurmountable, and I hope that I have done justice to the original text.  In translating it, I am constantly haunted by his warnings regarding the idea of the "traduttore traditore" - translator traitor – and this gives me the absolute certainty that his writings must have the respect and validity the author deserves.
 
However, all what is written here is somehow preliminary, nothing is definitive... as Rohden says.  The definitive comes from the reader and not from the author.  The reader, after taking the right direction, should make the content of the messages, day by day, year by year... for a lifetime.
 
Here, absolute truths are not written, nor should serve as an elementary book to be followed.  Rohden's writings are the result of his personal experience, whose ideas, the reader must filter out the wheat from the chaff, and if accepted, to incorporate that knowledge and realize its own experiences.
 
"After all the noise, after reading, listening, thinking, is when comes the great silence of dynamic realization and the experiences of reality".
 
I have to remind readers that the language used here is simple and colloquial, easy terms for an easy reading.  All that I can hope for in the meantime, is that I may have given English readers the best approximate idea of the merits of this great writer.  Finally, no matter how often this writings are observed, some mistakes will remain and I am very sorry if happens... those are my fault and further discussions can be carried on.
 
Flavio de Mello
demello.aflavio@gmail.com

Friday 16 September 2016

ADVERTÊNCIA...



Em todos os livros de Rohden, principalmente os editados nas últimas décadas antes de seu falecimento, é invariável a observação referente a diferença de sentido entre as palavras "criar" e “crear". Na advertência abaixo, devemos considerar e compreender melhor o sentido dessa diferença. Não se trata de nenhuma forma de esnobismo do autor, e muito menos em ser preconceituoso contra pessoas de diferentes níveis de instrução e educação, mas sim na clareza da compreensão das regras da língua portuguesa.
 
Segundo Rohden, "a substituição da tradicional palavra latina crear pela forma moderna (neologismo) criar é aceitável em nível de cultura primária (do pensamento comum), porque favorece a alfabetização e dispensa esforço mental - mas não é aceitável em nível de cultura superior (da idéia de uma compreensão mais correta), porque deturpa o pensamento.
 
Crear é a manifestação da Essência em forma de existência - criar é a transição de uma existência para outra existência.
 
--- O Poder Infinito é o creador do Universo - um fazendeiro é criador de gado.
--- Há entre os homens gênios creadores, embora não sejam talvez criadores.
 
A conhecida lei de Lavoisier diz que "na natureza nada se crea e nada se aniquila, tudo se transforma", se grafarmos "nada se crea", esta lei está certa mas se escrevermos "nada se cria", ela resulta totalmente falsa.
 
Por isto, preferimos a verdade e a clareza do pensamento a quaisquer convenções acadêmicas”.
 
Consequentemente, a partir dessa explicação, o leitor poderá melhor compreender e assimilar a diferença entre essas duas palavras.

HUBERTO ROHDEN - A short biography

Born in São Ludgero (31/12/1893), municipality district of Tubarão city in Santa Catarina state, Brazil, from German parents. His formal schooling took place in Rio Grande do Sul state also in Brazil.

Graduated in Science, Princeton (USA), Philosophy and Theology at Universities in Europe - Innsbruck (Austria), Valkenburg (Holland) and Naples (Italy).

Returning to Brazil, he worked as a teacher, lecturer and writer. Published around 100 books related to Science, Philosophy, Education and Religion, edited by Editora Vozes (Petrópolis), Editora Globo (Porto Alegre), Livraria Freitas Bastos (Rio de Janeiro), União Cultural, Fundação Alvorada (São Paulo), among others and currently edited by Martin Claret Editora (São Paulo).

Rohden wrote a collection of thoughts about Universal Philosophy, Philosophy of the Gospel, Philosophy of Life, Nature's Mysteries, Biographies and Brochures.

Some of his books have been translated into Esperanto and some in Braille. Currently his works are been translated into Spanish and English.

Jesuit priest at the beginning of his literary career, he also pioneered the introduction of transcendentalism in Brazil. His broad academic scholarship allowed him to write a mosaic of thoughts giving emphasis to self-realization of man, metaphysics, mystics and universal spiritualism. His uniqueness in writing was due to creation of neologisms (new words and phrases).

At the age of 21, in 1914, Rohden begun to write literary essays. At 32, having finished his formal studies in seminars, and as a vicar in different parishes, he left Brazil for his first trip overseas. While in Brazil, for nearly all his life, he travelled the entire country preaching the true message of the gospel of Jesus, the Christ, promoting his books, giving lectures, speeches and conferences, trips that were itself an experience of life due to the poor travel conditions and lack of financial resources. This whole adventure of traveling and life is reported in his autobiography published in two volumes.

Rohden was not affiliated to any church; sect or political party. In fact, after 25 years of intense priesthood, he abdicated the Catholic Church, institution that he found very distant from the Gospel of Christ and increasingly approaching more and more the temporal powers. He understood that the clergy adopts two weights and two measures in the field of ethics: one for the people and another for themselves. His books were censored and Rohden became violently harassed by untruths and slander.

He said that when he gave his priestly office in 1944... "I seemed to come out from a dark and chaotic dungeon lit by smoking torches and entering into a glorious spring environment, lit by the pure clarity of God."

From 1945 to 1946, he received a scholarship for scientific research at the University of Princeton, New Jersey, USA, where he lived with Albert Einstein, writing an interesting book about the genius, unique by the approach, far from science and very close to the cosmic-thought and mystic man that Einstein was. At the same University he laid the foundation for the worldwide movement of Cosmic Philosophy, based on the thoughts and life of humans forming the Universe itself, showing the affinity between Mathematics, Metaphysics, Medicine, Music and Mystics.

In 1946, the American University in Washington, DC, invited him to be the head of the chairs of Universal Philosophy and Comparative Religions, a position that he held for five years.

During the WWII, the American Affairs Bureau in Washington, DC, invited him to be part of the members of translators of war news, from English into Portuguese. At the American University in Washington, he founded the Brazilian Centre in order to maintain cultural exchange between Brazil and the United States. At that time, the Honorary President of that Centre was Mr. Nereu Ramos (a former Brazilian President).

In Washington, DC, Rohden attended for three years the Golden Lotus Temple, where Swami Premananda (former disciple of Paramahansa Yogananda), director of that Hindu Ashram, initiated him into Kriya-Yoga. By the end of his stay in the United States, Rohden was invited to join the faculty of the new International Christian University (ICU) in Metaka, Japan, in order to be the head master of the chairs of Universal Philosophy and Comparative Religions, but due to the Korean War, the Japanese University was not inaugurated, and Rohden returned to Brazil. In São Paulo, he was appointed professor of Philosophy at the University Mackenzie, a position that he not held due to the evangelical character of it, which contradicted his free religious thoughts.

In 1956, he founded and directed the Instituição Cultural e Beneficente Alvorada (Cultural and Beneficent Alvorada Institution), holding courses on Cosmic Philosophy, and Philosophy of the Gospel and directed Ashrams in several cities in Brazil. He founded and directed the worldwide movement ALVORADA (DAWN), based in São Paulo, Brazil, an ideal of individual self-realization, because Rohden understood that no social reforms could be possible and achieved without the self-realization of man. The idea was initiated in 1952 and was founded by him as a cultural and charitable movement in 1956. This days, this movement is still been run by some of his former students and individuals who promote studies, the word and wisdom of this great thinker and initiated, so people can become increasingly integrated into the cosmic spirit of the great masters known to humankind.

In 1969, Huberto Rohden undertook study trips and spiritual experiences through Palestine, Egypt, India and Nepal, conducting several conferences with groups of yogis in India. In 1976, was invited to travel to Portugal to give lectures about self-knowledge and self-realization. In Lisbon, he established another Centre for Self-Realization Alvorada.

In the late 70’s Rohden moved to São Paulo city where he remained some days a week, writing and rewriting his books and the final texts. Three days a week at the Ashram he used to spend in contact with nature, planting trees, flowers, woodworking, working the land and with his bellowed bees, a society that in some ways inspired his thoughts.

When in São Paulo city, Rohden attended periodically his ALVORADA publisher, responsible for publishing his books, giving them inspiration and cultural orientation.

Fundamentally, all the educational and philosophical works of Rohden were divided into four segments, the headquarters of the Self-Realization Centre in São Paulo city, the Ashram situated 70 km from the capital, the publisher ALVORADA (Martin Claret), who edited his books, the Universal Philosophy and a group of dedicated and faithful friends who work on the consolidation and continuation of his legacies on philosophy, education, ideas and ideals.

On the 7th of October 1981, after a long stay in a naturist clinic, professor Huberto Rohden departed from this world and from the conviviality of his friends and disciples. His last words while in the conscious state were: “I’m at the service of humanity”. He was 87.

Rohden leave for future generations a legacy of worship and an example of faith only compared to the great men of the last century.

In one of his speeches in 1979 he said:- "I'm writing books for over 50 years. When I wrote the first, I was 25 years old. I cannot reiterate what I said so long ago. We all change, we are not static, we are dynamic beings. The truth may be absolute, but its knowledge is elastic, progressive. If we were mummies enough to be petrified and fossilized in museums, we could affirm our convictions of twenty, thirty years ago."

One of his frequent remarks... that his ideas were not infallible truths and expected his readers to grant him the same freedom of thought and conscience he demands it for himself. He never arrogated absolute fatherhood of it and said in all his books that are possible that other people's ideas, read or heard, have formed a substrate in his subconscious, emerging here and there as if they were his sole mental creation. "Who can guarantee us the extent to which our ideas are unique to us? There will be thoughts entirely mine or yours?"

Thursday 18 August 2016

BIOGRAFIA RESUMIDA DE HUBERTO ROHDEN



Huberto Rohden (São Ludgero SC - Brasil, 31 de dezembro de 1893 — São Paulo, 7 de outubro de 1981) foi um filósofo, educador e teólogo catarinense, radicado em São Paulo. Filho de Johannes Rohden e de Anna Locks.
Padre jesuíta no início de sua carreira literária, Rohden foi o precursor do Espiritualismo Universalista, onde colocou à disposição, leitura ecumênica de temáticas espirituais e abordagens espiritualistas em um mosaico de questões pertinentes à pedagogia, ciência e filosofia, enfatizando o auto-conhecimento, auto-educação e a auto-realização no ser humano.
Foi o pioneiro na introdução do Transcendentalismo no Brasil. Propôs também a creação da Filosofia Univérsica (Filosofia Cósmica), por meio da qual defendia a harmonia cósmica e a cosmocracia: do autogoverno pelas leis éticas universais, a conexão do ser humano com a consciência coletiva do universo e florescimento da essência divina do indivíduo, reconhecendo que este deve assumir as consequências dos seus atos e buscar a reforma íntima, sem atribuir à nenhuma autoridade eclesiástica o poder de eliminar os seus débitos morais.
Graduou-se em Ciências, Filosofia e Teologia em Universidades da Europa, Innsbruck (Áustria), Valkenburg (Holanda) e Nápoles (Itália), e na Universidade de Princeton (Estados Unidos).
No Brasil, trabalhou como professor, conferencista e escritor. Escreveu mais de 100 livros (ao final da vida, condensados em 65 obras) sobre Ciência, Filosofia e Religião, editados pela Editora Vozes (Petrópolis), Editora Globo (Porto Alegre), Livraria Freitas Bastos (Rio de Janeiro), União Cultural, Fundação Alvorada (São Paulo), entre outras, e seus livros são atualmente editado por Martin Claret Editora (São Paulo). 
Dentre as obras listadas estão: Coleção Filosofia Universal, Filosofia do Evangelho, Filosofia da Vida, Mistérios da Natureza , biografias e brochuras.
Alguns dos livros de Huberto Rohden foram traduzidos para o Esperanto e em Braille. Atualmente suas obras estão sendo traduzidos para o Espanhol e Inglês, por iniciativa particular de alguns estudiosos e propagadores de seus pensamentos e ideais.
Seus primeiros escritos datam de meados dos anos de 1910 e sua singularidade na escrita é devido à sua rica criação de neologismos, brincando e inventando novas palavras.
Rohden não era filiado a nenhuma igreja, seita ou partido político. Na verdade, depois de 25 anos de intenso sacerdócio, em 1943, entrega documento à autoridade eclesiástica em que se demite da Igreja Católica, que segundo ele, na época, era instituição muito distante do Evangelho de Cristo e cada vez mais se aproximava dos poderes temporais. Ele entendia que o clero adota dois pesos e duas medidas no campo da ética: uma para o povo e outra para si mesmos. Seus livros foram censurados e Rohden tornou-se violentamente assediado por inverdades e calúnias. Quando da entrega definitiva de seu ofício sacerdotal, afirmou: -"Eu parecia sair de um subterrâneo escuro e caótico, iluminado por tochas fumegantes e de entrar em um ambiente glorioso de primavera, iluminado pela claridade pura de Deus."
O ano de 1944 foi para ele um tempo de reflexões e interiorização espiritual e passa a ter a vida de um homem normal. Alguns anos depois, casa-se com a alemã Anna Rosenthal, mas num relacionamento de curto período e desquita-se amigavelmente mais tarde, em 1975. Em 1977 seu filho único com a ex-esposa, Renê-Paulo, falece de doença cerebral.
De 1945 a 1946, recebeu uma bolsa de estudos para investigação científica na Universidade de Princeton, New Jersey, EUA, onde conviveu com Albert Einstein e que resultou numa interessante e incomum análise sobre a personalidade desse cientista místico, onde Rohden revela o homem, não o cientista, no livro Einstein, O Enigma do Universo, cuja primeira edição foi publicada em 1972 e que se tornou um de seus livros mais vendidos.
Foi também nesse período nos EUA, que Rohden lançou os alicerces para o movimento mundial de Filosofia Univérsica (Filosofia Cósmica), com base no pensamento e na vida das pessoas que formam o próprio Universo, evidenciando a afinidade entre Matemática, Metafísica, Música, Mística e inclusive a Medicina.
Em 1946, a American University, em Washington, DC, convidou Huberto Rohden para ser o diretor das cadeiras de Filosofia Universal e Religiões Comparadas, cargo que ocupou por cinco anos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi também convidado pelo Instituto Americano em Washington, DC, para fazer parte do corpo de tradutores das notícias de guerra, do Inglês para o Português.
Na Universidade Americana, em Washington, DC, fundou o Centro Brasileiro a fim de manter o intercâmbio cultural entre o Brasil e os Estados Unidos. Naquela época, o Presidente de Honra desse Centro foi o Sr. Nereu Ramos (ex- presidente do Brasil).
Em Washington, DC, Rohden frequentou por três anos o Templo Dourado Lotus, onde Swami Premananda (ex-discípulo de Paramahansa Yogananda), diretor daquele centro Hindu, o iniciou em Kriya Yoga.
Até o final de sua estada nos Estados Unidos, Rohden foi convidado a integrar o corpo docente da nova Universidade Cristã Internacional (ICU) em Metaka, no Japão, a fim de ser o mestre das cadeiras de Filosofia Universal e Religiões Comparadas, mas devido à Guerra da Coréia, a Universidade japonesa não foi inaugurada, e Rohden regressou ao Brasil. Em São Paulo, foi nomeado professor de Filosofia na Universidade Mackenzie, uma posição que não ocupou devido ao caráter evangélico da mesma, já que contrariava o seu livre pensamento religioso.
Em 1952, fundou a Instituição Cultural e Beneficente Alvorada, responsável pela realização de cursos de Filosofia Cósmica, e Filosofia do Evangelho e dirigido ashrams em várias cidades do Brasil até seu falecimento em 1981.
Além de suas constantes viagens através de todo o Brasil, divulgando seus livros, palestras e cursos, em 1969, Huberto Rohden empreendeu viagens de estudos e experiências espirituais através da Palestina, Egito, Índia e Nepal, realizando diversas conferências com grupos de yoguis na Índia.
Em 1976, Rohden foi convidado a viajar para Portugal e dar palestras sobre auto-conhecimento e auto-realização. Em Lisboa, fundou mais um Centro de Auto-Realização Alvorada.
No final dos anos de 1970 Rohden passou a residir na capital do estado de São Paulo, onde permanecia alguns dias por semana, escrevendo e reescrevendo seus livros, e textos finais. Três dias por semana, costumava passar em contato com a natureza, trabalhando em seu sitio, plantando árvores, cultivando flores, fazendo marcenaria e seu passatempo predileto na criação de abelhas.
Quando na cidade de São Paulo, Rohden frequentava periodicamente a editora ALVORADA, responsável pela publicação de seus livros, dando-lhes a inspiração e orientação cultural necessárias.
Fundamentalmente, todas as obras educacionais e filosóficas de Rohden eram divididas em quatro segmentos: a sede do Centro de Auto-Realização na cidade de São Paulo, o ashram situado a 70 km da capital, a editora ALVORADA (Martin Claret) que publica seus livros, a Filosofia Cósmica e junto a um grupo de amigos fiéis que ainda trabalham na consolidação e continuação de seus ideais educacionais.
No dia 7 de outubro de 1981, depois de uma longa estada em uma clínica naturista em São Paulo, o professor Huberto Rohden partiu deste mundo e do convívio de seus amigos e discípulos. Suas últimas palavras, enquanto no estado consciente foram: "Eu estou a serviço da humanidade". Ele tinha 87 anos de idade.
Rohden deixa para as gerações futuras um legado de trabalho e um exemplo de fé comparado apenas aos grandes homens que fizeram o século passado.
Uma de suas observações frequentes: que suas idéias não eram verdades infalíveis e esperava que seus leitores o concedessem a mesma liberdade de pensamento e de consciência que ele exige para si mesmo. Nunca arrogou paternidade absoluta dessas ideias, afirmando ser possível que as idéias de outras pessoas, lido ou ouvido, possam ter formado um substrato em seu subconsciente, emergindo aqui e ali, como se fossem sua única criação mental, dizendo: "Quem de nós pode garantir que as nossas ideias são únicas? Haverá pensamentos inteiramente meu ou seu?"
O traço marcante no pensamento de Huberto Rohden na filosofia brasileira do século XX é a sua acentuada preocupação com controvérsias no campo da ética e da pedagogia, próprias da sociedade moderna, e o estudo da metafísica fundamentado na análise comparada de religiões e filosofias espiritualistas do Ocidente e Oriente.
Tradutor do Novo Testamento, da Bhagavad Gita e do Tao Te Ching, preocupou-se em edita-los a preços populares, de modo que facilitasse a democratização do conhecimento. Ao longo da vida revisou, atualizou e reescreveu o conjunto de todos os seus trabalhos.
A mensagem de sua obra é tornar o homem consciente de sua condição de um ser inteligente, espiritual e integral em rumo de sua evolução. A sua filosofia tem uma tendência ou um caráter de buscar uma reforma interior em que o ser, para encontrar sua paz e felicidade, necessita conscientizar seu Eu-crístico ou Eu-cósmico, teses geradas pela Filosofia Univérsica (Cósmica), a qual dirigiu por muitos anos.
Em seus escritos e palestras em meados do século XX, Huberto Rohden já abordava temas que só a partir do final daquele século começariam a se tornar frequentes na literatura espiritualista brasileira: a cidadania e a consciência cósmicas; a auto-educação como principal meio de auto-iluminação; a cosmocracia (autogoverno de acordo com a ética universal); a felicidade via exercício contínuo do auto-conhecimento e auto-realização; da espiritualidade desligada de qualquer igreja, seita ou culto.
Apesar de ser, como intelectual, o principal precursor brasileiro do espiritualismo universalista e de ter obras com boa distribuição e a preços populares, precisa ser mais conhecido e divulgado na comunidade espiritualista do Brasil e em todo o mundo.
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NOTAS:
- Parte do texto acima foi retirado do Wikipédia, a enciclopédia livre/Internet. Importante lembrar que caso algum leitor se interesse em ampliar essa biografia resumida nessa ferramenta, poderá faze-lo usando a ampliação que no momento é oferecida, que dá mais ênfase à vida, idéias e ideais desse importante pensador.
- O leitor que desejar conhecer melhor as idéias e ideais desse importante pensador, favor consultar sua obra autobiográfica em dois volumes, “Por Um Ideal”, que além de ser um retrato de suas memórias, é um mágico passeio pelas mais distantes regiões do Brasil, o contato com a natureza e sua gente simples, e pelas experiências nos países do estrangeiro por onde estudou, relatos de seus admiradores e do legado posterior deixado.
Existe também para consulta uma edição ilustrada, editada pela Martin Claret, cujo titulo é “O Pensamento Vivo de Huberto Rohden”, que é um condensado de sua autobiografia, de seus pensamentos e da sua personalidade vista por alguns de seus admiradores.

Monday 20 June 2016

PREFÁCIO DE UMA NOVA EDIÇÃO - Junho/2016

EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA
 
 
É importante que o leitor devote alguns minutos na leitura do texto abaixo, para melhor compreender os objetivos desse novo trabalho sobre Huberto Rohden.
 
A iniciativa de um outro instrumento de propagação das ideias e ideais de Huberto Rohden partiu de uma já existente, de meu blog em Inglês - http://3rd-heaven.blogspot.com - que apesar de timidamente iniciado, vem hoje, depois de centenas de publicações, ganhando um espaço considerável dentro do universo a que me propus, de levar ao público de língua inglesa, os escritos de um grande brasileiro e de promover ainda mais, para o público de língua portuguesa, esse considerável conhecimento, essa rica formação acadêmica do autor e consequentemente, de ilustrar a vida de alguém que dedicou-se por inteiro a apontar o caminho para o auto-conhecimento e consequente auto-realização pessoal de cada membro da espécie humana.
 
O exemplo de Rohden não é único. Seres humanos de extrema grandeza mística e ética também se dedicaram a esse mesmo objetivo, em todo o mundo, e o Brasil não ficou imune a essa gestação e nascimento de mais uma grande alma... em nosso solo, falando nossa língua, mergulhado em nossa rica e colorida cultura, de norte a sul, leste a oeste, por onde ele viajou levando suas experiências e ensinamentos, procurando dar a cada um de seus leitores a mesma formação, as mesmas ideias... e os mesmos princípios.
 
E isso da um caráter particular a esse meu trabalho também, pois poder traduzir para o Inglês seus escritos, não foi tarefa fácil, e continua sendo até hoje um grande desafio, mesmo porque a língua inglesa me foi apresentada quando jovem e não veio de berço.
 
Passados alguns anos, tenho a oportunidade de melhor compreender Rohden, pois além de experienciar na minha própria vida meus dilemas, posso me dar a essa tarefa de auxiliar meus companheiros de peregrinação neste planeta Terra, e minha contribuição se resume em poder apresentar o que por ele foi escrito.
 
Dentre os quase 100 livros escritos por Rohden, o primeiro que me caiu às mãos, foi O Sermão da Montanha. A exemplo de minha experiência lendo anos antes a Autobiografia de um Yogui, de Paramahansa Yogananda, do qual me movi de tamanha emoção, no O Sermão da Montanha, a emoção não foi menor, a ponto de ter me comprometido a transcrever-lo para o Inglês.
 
A minha tarefa vai poder dar ao público interessado, a oportunidade de oferecer uma facilidade maior na compreensão de seus textos... explico: Rohden nasceu em 1893 e nos princípios dos anos de 1900, a formação escolar no Brasil era bastante diferente da que hoje se apresenta. Eu mesmo, quando iniciei minha própria vida escolar em 1954 pude receber de meus professores, uma formação não muito diferente daquela que Rohden recebeu. E essas diferenças (apenas para citar um exemplo) se resumiam em particular, a explorar a riqueza de nossa língua.
 
Mas essa riqueza hoje, o palavreado erudito, pureza na linguagem, a perfeita sintaxe, colocação de frases elegantes, as criações de novas palavras (neologismos) flagrantes em seus escritos, oferecem uma certa barreira no entendimento do público de nossos dias. Sabe-se que as línguas evolvem e o Português não está imune a esse processo. Os meios de comunicação eletrônicos de agora estão abrindo oportunidades de fornecer em poucas palavras, aquilo que no passado, uma sentença toda era necessária para apresentar a mesma ideia. Acredito que podemos chamar isso de evolução, na medida que em menor tempo, em um menor número de palavras, pode-se exprimir aquilo que se deseja.
 
Palavras em desuso hoje, formam uma quantidade bastante significativa nos textos de Rohden. Não que ele exigisse de seu público, o conhecimento enciclopedista, a erudição de um especialista na língua, mas era a sua forma normal de ser ao escrever, a forma com que foi instruído e educado durante seu tempo desde a escola primária até a Universidade! Para citar apenas um exemplo, no livro Profanos e Iniciados, em um de seus capítulos, encontrei 16 palavras que raramente aparecem nos textos modernos, o que me obrigou a consultar dicionários, de solicitar ajuda de amigos, procurar nos dicionários de termos arcaicos, o sinônimo equivalente. Assim, apresento hoje, a mesma ideia, o mesmo significado e eliminando às vezes algumas repetições, sem trair a ideia original do autor, de uma forma mais atual, de simples leitura, de fácil entendimento, na expectativa de poder formar uma legião ainda maior daqueles que querem fazer de suas vidas, um encontro com o Ser Divino, inerente a cada ser humano.
 
Via de regra, os ensinamentos nos escritos, ideias e ideais de Rohden, são atemporais, pois enquanto existir a raça humana e partindo do princípio de que a alma do homem é por sua própria natureza, cristã, que habita em nossa intimidade, a mística e a ética... o de ser bom, do "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", é um ensinamento atemporal. No entanto, alguns conceitos hoje, poderiam ser reformulados, pois creio que se Rohden estivesse vivendo em nossa dimensão material, teria revisto (como fez em muitos de seus livros) alguns de seus conceitos, e na medida do possível nas minhas notas de rodapé, algumas ideias mais atuais poderão oferecer uma nova visão.
 
Convido portanto a todos os leitores a adicionar à essa minha iniciativa, seus conceitos complementares.
 
Mas deixo porém, que Rohden fale que: “tudo o que está escrito aqui é, pois, algo preliminar; nada é definitivo. O definitivo vem do leitor e não do autor. O leitor é que, depois de tomar direção certa, deve realizar o conteúdo das mensagens, dia a dia, ano por ano, a vida inteira. Aqui não estão escritos opiniões sobre verdades absolutas, nem tampouco deve servir como cartilha a ser seguida. O que aqui vai escrito é o resultado de uma experiência pessoal, de cujas ideias extraídas, deve o leitor filtrar, o joio do trigo e, se assim o quiser, incorpora-las ao seu conhecimento e realizar suas próprias experiências. Depois de todos os ruídos, depois de ler, de ouvir, de pensar – é que vem o grande silêncio dinâmico da realização, a vivência da realidade.”
 
Concluindo, não importa quantas vezes esses escritos serão observados e que talvez alguns erros poderão ocorrer. Caso ocorram, esses erros são meus, e me coloco a disposição do leitor para possíveis discussões e correções.
 
Flavio de Mello, Sydney, Junho de 2016

Tuesday 31 May 2016

MEDITAÇÃO


– Ultimamente fala-se muito em meditação. Mas meditar não é escapismo? Não é fugir da vida, em vez de enfrenta-la corajosamente?
 
– Se por meditação você entende isolamento, escapismo, sim. Mas meditação é o reunir forças, carregar a bateria, para poder enfrentar corajosamente a vida sem ser derrotado por ela. Centenas de pessoas pensam que se julgam vencedoras, quando não passam de pobres derrotados, porque se perdem na vida material, mas nunca se encontram com seus próprios sujeitos; realizaram o que são, ou deviam ser... mas são apenas deslumbrantes vacuidades.
 
Só é realmente feliz, o ser humano que tenha se encontrado a si mesmo.
 
Muitos gozam, poucos são felizes.
 
Meditar não é pensar em coisas espirituais.
 
Meditar é auto-conhecimento – homem, conhece-te a ti mesmo!
 
Meditar é esvaziar-se temporariamente de toda ilusão escravizante do ego, para ser plenificado da verdade libertadora do Eu.
 
Onde há uma ego-vacuidade acontece uma cosmo-plenitude, e esta cosmo-plenitude é que torna o homem realmente feliz, dinamicamente feliz.
 
Amigo, desista da ilusão de que meditação seja um misticismo passivo, e aceite a verdade de que a verdadeira meditação é a realização dinâmica da vida humana.
 
Mas... quem só falou ou ouviu falar em meditação, sem jamais ter experimentado por si mesmo uma verdadeira meditação, esse nada sabe da verdade.
 
 
Texto extraído do livro Orientando para a Auto-realização

MEDITATION


 
- There is much talk about meditation lately. But is meditation not escapism? Meditation is not evading life, rather it is the way of boldly facing life.
 
- If you understand by meditation isolation, escapism, yes. But meditation is the act of gathering strength, of charging our batteries in order to courageously face life without being defeated by it. Hundreds of people consider themselves winners, when in fact they are no more than poor defeated ones because they are lost in the material life, they never meet with their own selves; they have not realized what they really are... they are just stunning vacuities.
 
Happiness is only for the one who has found himself.
 
Many enjoy, few are happy.
 
Meditation is not thinking about spiritual things.
 
Meditation is self-knowledge - man, know-thyself!
 
Meditation means to become temporarily empty from all enslaving illusions of the ego, in order to be plentiful with the liberating truth of the Self.
 
When there is ego-emptiness a Cosmo-fullness happens, and this Cosmo-fullness is what makes man truly happy, dynamically happy.
 
My friend, give up the illusion that meditation is passive mysticism, and accept the truth that true meditation is the dynamic realization of human life.
 
Remember, someone who only speaks or hears about meditation, without the inner experience of meditation, knows nothing about the truth.

Thursday 26 May 2016

NORMAS PARA UMA MEDITAÇÃO EFICIENTE


 A paz espiritual só é alcançada pelo sentimento da divina união com o Creador.
 
 
1. Durante a meditação não se deve pensar, analisar, discorrer mentalmente sobre algum assunto. Comece a sua meditação com a atenção na respiração e sinta a respiração da Unidade, sinta o amor da vida, da Divina Presença em seu coração.
 
2. Meditar corretamente é se colocar numa atitude de união de tal forma que a Fonte do Uno (do Creador) ou da Divina presença, possa fluir livremente para dentro dos canais do Verso (do ser humano). Seja o observador e o observado, sinta a Divina presença respirando com essa união.
 
3. Meditar é se servir de intermediário entre a plenitude do Uno e a vacuidade do Verso.
 
4. A vacuidade dos canais (do ego) consiste na completa ausência de qualquer atividade de sentimentos, pensamentos e desejos, sobretudo de ódios e rancores.
 
5. Meditar é ser 0% pensante e 100% consciente.
 
6. Meditar é deixar de ser ego-pensante para poder ser cosmo-pensado. Eu e Pai somos uma única pessoa, uma só consciência.
 
7. Pensar é um processo de sucessividade analítica — conscientizar é um estado de simultaneidade intuitiva. É a união da Personalidade com a Alma, como Espírito ou Divina presença.
 
8. Meditar é ser tudo sem fazer nada; é o nadir do ego e o zênite do Eu.
 
9. Quem medita corretamente esvazia o ego de todos os obstáculos e obstruções e liga o seu canal, assim esvaziado, com a plenitude da Fonte. O vazio é a entrega da Personalidade para a Unidade. É o respirar com o Uno, é sentir o amor da Unidade, o amor do Creador no coração.
 
10. Segundo Leis Cósmicas, a plenitude do Uno plenifica infalivelmente a vacuidade do Verso — e esta cosmo-plenificação é diretamente proporcional à ego-evacuação.
 
11. A cosmo-plenitude não pode plenificar a ego-plenitude, porque “Deus resiste aos soberbos (aos cheios de ego) e dá sua graça aos humildes (aos vazios de ego)”.
 
12. Nenhum homem pode ser Fonte, mas todo homem pode e deve ser canal, para que as águas vivas da Fonte fluam através dele.
 
13. Tanto mais cosmo-pleno ficará o canal quanto maior for a sua ego-vacuidade.
 
14. Durante a meditação, o homem não deve preocupar-se com o modo de colocar em prática as suas experiências espirituais.
 
15. Basta que seja totalmente plenificado pela plenitude cósmica — e a plenitude transbordará espontaneamente para todos os setores do ego.
 
16. O “primeiro e maior de todos os mandamentos” é a experiência mística de Deus — a qual se manifestará depois pela vivência ética com todos os homens e de sua consequente harmonia com as diversidades humanas.
 
17. A experiência da paternidade única de Deus se revelará na vivência da fraternidade universal dos homens.
 
18. A experiência do SER se manifestará na vivência do AGIR — porquanto “as obras que eu faço não sou eu (ego) que as faço, mas é o Pai em mim (Eu) que as faz; de mim mesmo (ego) nada posso fazer”.
 
19. Convém fazer a meditação na melhor hora do dia, e, possivelmente, sempre no mesmo lugar e na mesma hora.
 
20. O simples fato de alguém continuar por meses e anos a sua meditação diária é a melhor prova da sua eficiência, embora não haja resultados visíveis — pode haver um longo período de incubação antes da eclosão.
 
21. Meditar é “orar sempre e nunca deixar de orar”, é “andar na presença de Deus e ser perfeito”.
 
22. A eficiência da meditação se revela numa paulatina e imperceptível mudança de atitude fundamental em face de todas as ocorrências da vida.
 
23. Meditar é crear o hábito da presença de Deus, ter a consciência permanente de que “eu e o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai”.
 
24. A verdadeira meditação é uma sintonização cósmica, uma afinação do receptor humano pelo Emissor divino.
 
25. A meditação dá ao homem segurança e serenidade em todas as circunstâncias da vida, paz e felicidade permanentes, alegria e benevolência para com todas as creaturas do Creador.
 
26. Meditação e pecado são atitudes incompatíveis: ou o homem deixará de pecar — ou deixará de meditar.
 
27. Quem medita corretamente adquire perfeito auto-conhecimento, que se revela em auto-realização — mística manifestada em ética.
 
28. Somente o homem que se habituou a ser solitário com o Creador pode, sem perigo, ser solidário com todas as creaturas do Creador.
 
29. O homem habituado com a meditação proclama a soberania da sua substância divina sobre todas as tiranias das circunstâncias humanas.
 
30. O homem assim auto-realizado, “escolheu a parte boa, que não lhe será tirada”.
 
31. Muitos iniciantes em meditação se preocupam com o problema de colocar em prática a sua experiência espiritual, e nada conseguem; não sabem ainda que, quando a visão mística atinge o zênite da nitidez e intensidade, ela transborda irresistivelmente em forma de prática diária.
 
32. O que importa é intensificar ao máximo a visão mística, mediante uma sintonização cada vez mais perfeita e prolongada — e a ação prática virá por si mesma, sem que o ego talvez o perceba conscientemente.
 
33. Essa manifestação da mística em ética nem sempre nos é ego-consciente em forma de atos intermitentes, mas funciona cosmo-conscientemente em forma de uma nova atitude permanente diante de todas as coisas da vida diária, atitude essa que os mestres chamam “orar sempre” ou “andar na presença de Deus”.
 
Notas:
 
"Faça esse teste: não importa que tipo de caminho um devoto segue, ele irá inevitavelmente ter que rever o caminho e se voltar a Deus. Eu posso manter a minha mente totalmente concentrada em qualquer coisa que eu escolher. Mas quando se tem a vontade de se bloquear a mente de pensamentos diversos e colocar a atenção em Deus, assim se inicia a divina comunhão. A menos que se consiga fazer isso, não se pode alcançar a Deus."  Yogananda
 
“Invocar a Deus é chama-lo a vir a ti, é convida-lo para dentro de ti, para o teu coração”.  Agostinho
 
Texto extraído do livro Minhas Vivências na Palestina, no Egito e na Índia