Thursday 26 May 2016

NORMAS PARA UMA MEDITAÇÃO EFICIENTE


 A paz espiritual só é alcançada pelo sentimento da divina união com o Creador.
 
 
1. Durante a meditação não se deve pensar, analisar, discorrer mentalmente sobre algum assunto. Comece a sua meditação com a atenção na respiração e sinta a respiração da Unidade, sinta o amor da vida, da Divina Presença em seu coração.
 
2. Meditar corretamente é se colocar numa atitude de união de tal forma que a Fonte do Uno (do Creador) ou da Divina presença, possa fluir livremente para dentro dos canais do Verso (do ser humano). Seja o observador e o observado, sinta a Divina presença respirando com essa união.
 
3. Meditar é se servir de intermediário entre a plenitude do Uno e a vacuidade do Verso.
 
4. A vacuidade dos canais (do ego) consiste na completa ausência de qualquer atividade de sentimentos, pensamentos e desejos, sobretudo de ódios e rancores.
 
5. Meditar é ser 0% pensante e 100% consciente.
 
6. Meditar é deixar de ser ego-pensante para poder ser cosmo-pensado. Eu e Pai somos uma única pessoa, uma só consciência.
 
7. Pensar é um processo de sucessividade analítica — conscientizar é um estado de simultaneidade intuitiva. É a união da Personalidade com a Alma, como Espírito ou Divina presença.
 
8. Meditar é ser tudo sem fazer nada; é o nadir do ego e o zênite do Eu.
 
9. Quem medita corretamente esvazia o ego de todos os obstáculos e obstruções e liga o seu canal, assim esvaziado, com a plenitude da Fonte. O vazio é a entrega da Personalidade para a Unidade. É o respirar com o Uno, é sentir o amor da Unidade, o amor do Creador no coração.
 
10. Segundo Leis Cósmicas, a plenitude do Uno plenifica infalivelmente a vacuidade do Verso — e esta cosmo-plenificação é diretamente proporcional à ego-evacuação.
 
11. A cosmo-plenitude não pode plenificar a ego-plenitude, porque “Deus resiste aos soberbos (aos cheios de ego) e dá sua graça aos humildes (aos vazios de ego)”.
 
12. Nenhum homem pode ser Fonte, mas todo homem pode e deve ser canal, para que as águas vivas da Fonte fluam através dele.
 
13. Tanto mais cosmo-pleno ficará o canal quanto maior for a sua ego-vacuidade.
 
14. Durante a meditação, o homem não deve preocupar-se com o modo de colocar em prática as suas experiências espirituais.
 
15. Basta que seja totalmente plenificado pela plenitude cósmica — e a plenitude transbordará espontaneamente para todos os setores do ego.
 
16. O “primeiro e maior de todos os mandamentos” é a experiência mística de Deus — a qual se manifestará depois pela vivência ética com todos os homens e de sua consequente harmonia com as diversidades humanas.
 
17. A experiência da paternidade única de Deus se revelará na vivência da fraternidade universal dos homens.
 
18. A experiência do SER se manifestará na vivência do AGIR — porquanto “as obras que eu faço não sou eu (ego) que as faço, mas é o Pai em mim (Eu) que as faz; de mim mesmo (ego) nada posso fazer”.
 
19. Convém fazer a meditação na melhor hora do dia, e, possivelmente, sempre no mesmo lugar e na mesma hora.
 
20. O simples fato de alguém continuar por meses e anos a sua meditação diária é a melhor prova da sua eficiência, embora não haja resultados visíveis — pode haver um longo período de incubação antes da eclosão.
 
21. Meditar é “orar sempre e nunca deixar de orar”, é “andar na presença de Deus e ser perfeito”.
 
22. A eficiência da meditação se revela numa paulatina e imperceptível mudança de atitude fundamental em face de todas as ocorrências da vida.
 
23. Meditar é crear o hábito da presença de Deus, ter a consciência permanente de que “eu e o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai”.
 
24. A verdadeira meditação é uma sintonização cósmica, uma afinação do receptor humano pelo Emissor divino.
 
25. A meditação dá ao homem segurança e serenidade em todas as circunstâncias da vida, paz e felicidade permanentes, alegria e benevolência para com todas as creaturas do Creador.
 
26. Meditação e pecado são atitudes incompatíveis: ou o homem deixará de pecar — ou deixará de meditar.
 
27. Quem medita corretamente adquire perfeito auto-conhecimento, que se revela em auto-realização — mística manifestada em ética.
 
28. Somente o homem que se habituou a ser solitário com o Creador pode, sem perigo, ser solidário com todas as creaturas do Creador.
 
29. O homem habituado com a meditação proclama a soberania da sua substância divina sobre todas as tiranias das circunstâncias humanas.
 
30. O homem assim auto-realizado, “escolheu a parte boa, que não lhe será tirada”.
 
31. Muitos iniciantes em meditação se preocupam com o problema de colocar em prática a sua experiência espiritual, e nada conseguem; não sabem ainda que, quando a visão mística atinge o zênite da nitidez e intensidade, ela transborda irresistivelmente em forma de prática diária.
 
32. O que importa é intensificar ao máximo a visão mística, mediante uma sintonização cada vez mais perfeita e prolongada — e a ação prática virá por si mesma, sem que o ego talvez o perceba conscientemente.
 
33. Essa manifestação da mística em ética nem sempre nos é ego-consciente em forma de atos intermitentes, mas funciona cosmo-conscientemente em forma de uma nova atitude permanente diante de todas as coisas da vida diária, atitude essa que os mestres chamam “orar sempre” ou “andar na presença de Deus”.
 
Notas:
 
"Faça esse teste: não importa que tipo de caminho um devoto segue, ele irá inevitavelmente ter que rever o caminho e se voltar a Deus. Eu posso manter a minha mente totalmente concentrada em qualquer coisa que eu escolher. Mas quando se tem a vontade de se bloquear a mente de pensamentos diversos e colocar a atenção em Deus, assim se inicia a divina comunhão. A menos que se consiga fazer isso, não se pode alcançar a Deus."  Yogananda
 
“Invocar a Deus é chama-lo a vir a ti, é convida-lo para dentro de ti, para o teu coração”.  Agostinho
 
Texto extraído do livro Minhas Vivências na Palestina, no Egito e na Índia

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