Thursday 7 April 2016

A LIBERDADE NO SER HUMANO



Não existe liberdade completa em nenhuma creatura; só o Creador é que é absolutamente livre.  Liberdade é potência, plena liberdade é plena potência ou onipotência.  Se o homem fosse totalmente livre, seria onipotente, igual ao Creador.  Os diversos graus de liberdade são herança inicial de cada individuo - das conquistas de cada um no plano do seu evolver espiritual - e essa herança, na primeira etapa, não corre por conta da liberdade dele; é dom gratuito do Creador, é graça divina, que tem que ser conquistada.  O Creador fez o homem o menos possível, para que ele faça de si mesmo, o máximo possível.  Nem mesmo o livre arbítrio no homem - determinado pelo uso de sua razão, consciência - o faz ser um ser onipotente, pois forças que estão além da compreensão do homem profano, exercem um fator controlador.
 
O homem é suficientemente livre para ser responsável pelos seus atos conscientes, sendo por isso autor responsável pelo bem ou pelo mal que praticar; mas o grau de liberdade e responsabilidade ética não é o mesmo em todos os homens.
 
Há homens que não produzem fruto espiritual, porque o seu terreno interior é por demais profano e devassado, como uma estrada pública, onde a semente da palavra dos Mestres enviados é pisada pelos pés dos transeuntes e devorada por entidades estranhas ao mundo espiritual. Nem sequer chega a brotar.
 
Há homens que são almas puramente sentimentais; ouvem as palavras com gosto, ao ponto de verterem lágrimas de emoção; mas logo que a realização dessa palavra lhes custe sacrifício pessoal, desistem por falta de profundidade e experiência espiritual.  Nessas pessoas a semente divina brota rapidamente mas não frutifica.
 
Há homens que, depois de receberem as palavras, sufocam-na sob um acervo de prazeres e solicitudes mundanas, de maneira que o sujeito do seu Eu divino é asfixiado pelos objetos do seu ego humano, e não produzem fruto.  Nesse sentido, as religiões com suas igrejas que estabelecem com dogmas, o culto da clausura - das prisões e algemas a que submetem seus fieis - ainda infantes das coisas do espírito – mantidos na visão estreita do caminho da realização, como “cegos sendo conduzidos por outros cegos”.
 
Só uma pequena porcentagem de almas humanas se colocam em terreno propício para brotar, florescer e frutificar.  Mas, mesmo entre esses, há notável diferença de fertilidade.  O “terreno bom” dessas almas não é todo igual.  Todos produzem, mas o resultado é variado, de acordo com a maior ou menor receptividade de cada um.  Essa receptividade, porém, é fruto da liberdade humana.
 
Texto em parte, extraído do livro Assim Dizia o Mestre
 
 

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