Manda-me, Senhor, por todos os teus mundos,
Pelas muitas moradas que há na casa do
Pai celeste!...
Manda-me pelo Universo inteiro,
Como teu embaixador de plenos poderes!...
No passado, quando eu apenas ouvira falar de ti,
Mas não te conhecia por experiência própria,
Tremia eu, ao pensamento da morte.
Morrer era para mim deixar de existir.
Hoje não te peço que não me deixes morrer –
Hoje só te suplico: Manda-me por todos os teus
mundos, Senhor!
Manda-me como teu emissário, como mensageiro das
tuas grandezas,
Como apóstolo do teu amor, anunciando a tua
beatitude,
Por todos os planetas e astros,
Por todas as vias-lácteas e galáxias,
Por todos os espaços cósmicos,
Onde quer que haja um ser, visível ou invisível,
Que me possa e queira ouvir e compreender,
Manda-me em corpo físico, astral, etéreo,
luminoso, espiritual,
Ou outro veículo qualquer de que minha alma
necessite.
Não quero que a minha missão, iniciada na Terra,
Sofra interrupção em outros mundos...
Como seria triste se a minha mensagem que há
pouco iniciei
Fosse cortada pela morte física do meu corpo!
Oh! pensamento consolador! vou proclamar em todo
o Universo
Aquilo de que transborda o meu coração!...
É esta a minha vida eterna, em toda a sua
plenitude e beatitude!...
Como poderia morrer quem tal missão deve cumprir?
Jamais chegarei ao termo final da minha carreira
cósmica.
Por mais que diga, nunca terei dito tudo...
Sempre será infinitamente mais o que não disse
Do que aquilo que disse
E se tão belo é o pouco que, por dizível, eu
disser –
Quão estupendo deve ser o muito que, por
indizível, não poderei dizer?...
Proclamarei as tuas grandezas mais pelo que sou
do que pelo que sei –
Todo o meu ser dirá o que tu és...
Dirá, em trovejante silêncio, o que uma alma diz
a outra alma,
O que um espírito segreda a outro espírito,
O que os serafins murmuram aos querubins...
Envia-me, Senhor, como teu embaixador por todos
os teus mundos!
E ainda que esta missão seja profundamente
difícil,
Pelas sombras de incompreensões e privação de
compreensão,
Pelo fogo de enganações e traições –
Feliz me sentirei sempre,
Por ser teu embaixador...
Texto extraído do livro A Voz do Silêncio
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