Friday 6 May 2016

AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS



Como posso amar afetiva, intelectiva e até fisicamente um Ser que é puro espírito?  Como podem o coração, a mente, o corpo atingir esse objeto de amor?
 
Se Deus fosse apenas um Deus transcendente, puro espírito abstrato, só os puros espíritos poderiam ama-lo; mas, sendo Deus, além de transcendente às suas obras, imanente também em cada uma de suas creaturas, é possível que o amemos também com o coração, com a mente e com o corpo.
 
Deus é inconsciente no mineral.
Deus é subconsciente no vegetal
Deus é semiconsciente no não humano.
Deus é ego consciente no intelectual.
Deus é pleniconsciente no espiritual.
Deus é Oniconsciente em si mesmo.
 
Se Deus não fosse imanente em suas obras, ninguém o poderia amar com as faculdades do coração, da mente e do corpo.
 
Como Verdade, Deus é Transcendente.
Como Beleza, Deus é Imanente.
 
Quando a Verdade e a Beleza se fundem numa grandiosa sinfonia, surge a estupenda Poesia do Cosmos, síntese da Verdade e Beleza.
 
A Verdade é infinitamente bela.
A Beleza é profundamente verdadeira.
 
Por isso, a Vida Eterna é necessariamente a eterna Beatitude, porque nasce do consórcio do Verdadeiro e do Belo, que é o Amor.
 
Enquanto o “amar a Deus” é apenas um preceito ético, um dever, um imperativo categórico da consciência moral, a alma do amor ainda não despertou; só quando esse “amar a Deus” deixa de ser um dever compulsório e se transforma num querer espontâneo, numa luminosa compreensão, num irresistível entusiasmo – é então que o homem entra no “gozo de seu Senhor”.
 
 
Texto extraído do livro Assim Dizia o Mestre

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