Os mestres humanos ensinam doutrinas profundas – Jesus vive uma vida perfeita e morre uma morte heroica.
Por isso são admirados os mestres humanos – e amado é o profeta de Nazaré.
Os homens analisam verdades compreensíveis – Jesus desafia perspectivas de vida eterna.
Jesus é hoje mais atual do que no século primeiro – giram em torno dele os pensamentos de todos os homens ...
Milhares de obras em centenas de línguas foram escritas – e Jesus continua a ser o “Deus Desconhecido.”
Faz muito tempo que ele transpôs o recinto dos templos e as páginas da teologia especulativa.
Sobre a personalidade de Jesus, discutem o acadêmico e o artista, o negociante e o industrial, o crente e o descrente – amigos e inimigos.
Kant e Bergson, Chesterton e Renan, Murray e Barbusse, Keyserling e Giovanni Papini, Rojas e Maurois – todos os modernos e ultramodernos escrevem o que dele sabem ou julgam saber.
Toyohiko, o Dostoiewsky oriental, no bairro operário de Kobe, escreve uma estranha novela: “Antes da Alva” – o drama de uma alma em busca de luz.
Gandhi e Tagore falam do Nazareno – e não decifram o enigma.
David Livingstone morre às margens do Lago Tanganica – proclamando do coração africano as glórias de Jesus.
Mahatma Gandhi e Albert Schweitzer falam de Jesus aos asiáticos e africanos.
Milhares de pioneiros da fé o anunciam desde o Alasca até o Cairo – desde os polos até o equador.
Os simples fragmentos de Mateus e Marcos, de Lucas e João nos Evangelhos, valem mais que milhares de obras escritas e milhões de bocas a dizer de suas glórias.
Ó Jesus! se tão admirável é o que se fala ti no Evangelho – quão estupendo deve ser o que não dissestes!
Se tanto dizem os sacros fragmentos que possuímos – o quanto não se omite entrelinhas sobre o que sabemos de ti!
Se tão belo é o que foi dito – quão sublime será o que não foi dito!
Se tão vasto é o dia luminoso do que contemplamos – quão profunda deve ser a noite estrelada do que ignoramos!
Leio nos dizeres evangélicos, ó Nazareno, o poema da tua vida terrestre – e adivinho nas reticências a epopeia dos teus mistérios divinos ...
Não, não quero saber o que mais disseste e fizeste – quero ter a liberdade de voar por espaços desconhecidos ...
Quero embriagar minha alma com o que não foi escrito em parte alguma ...
Quero voar para além de todos os litorais – para além de todas as atlântidas, galáxias e nebulosas ...
Para encontrar o que nunca foi dito nem escrito de ti – por indizível e indescritível que possam ser ...
Quero ler o Evangelho inédito!
O Evangelho do eterno silêncio ...
Evangelho Divino ...
Texto revisado, extraído do livro De Alma Para Alma
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