De tempos em tempos, pousam no planeta Terra, vindos de distantes regiões dos Universos, seres enviados pelas Potências Creadoras. São os ungidos, os avatares, os Mestres, os iogues intensos, os santos. Quando conseguem atravessar a tenebrosa e pesada atmosfera espiritual de nosso planeta, imunes dos perigos, a mesma sorte não terão quando aqui, em carne e osso, pousarem e de pronto passarem a enfrentar as mais terríveis provas. E só porque são bons e por isso mesmo, o destino é quase sempre o patíbulo da morte infame! E, por mais paradoxal que seja, redimem-se a si mesmos não criando revoltas sobre as condições enfrentadas, e depois da tarefa cumprida, voltam às esferas ainda mais altas de que quando vieram, até um dia serem partes integrantes dessas mesmas Potências Creadoras.
São seres
imbuídos das mais sagradas missões! Trabalham para fazer despertar nos humanos
e outros seres dos Universos - que estão na mesma faixa de vibração espiritual
dos humanos – da ilusão que os prendem rastejando nas planícies estéreis da
mediocridade e nos vales onde se afundam na lama da iniquidade. Conseguem
eventualmente fazê-los despertar dessa ilusão, e como não há evolução sem
resistência, esses seres semidespertos ainda encontram pela frente as paredes
rochosas de algum Himalaia, difícil de escalar, ou seja, difícil de sair da
zona de conforto que julgavam estar e onde se esbaldavam na mediocridade e
iniquidade.
Muitos são
os nomes desses avatares mártires que descem das alturas para as baixadas da
crosta terrestre. Se os compararmos aos bilhões de mulheres e homens que
passaram e ainda vivem por estas paragens, são de um número ínfimo, mas que, no
entanto, deixaram através dos tempos, uma mensagem atemporal e derradeira.
Dentre
eles, dois em particular, uma mulher e um homem, nessa simbiose de perfeita
polarização, que viveram num período da mais densa treva nos tempos da Idade
Média na Europa - se bem que na era atômica de nossos dias, e no mundo inteiro,
o sol continua a não ter a mesma intensidade, no que se refere à metafísica
humana!
Foram
contemporâneos de nascimento num mesmo país e na mesma cidade, e hoje
considerados as mais veneradas figuras religiosas, e dois dos seres humanos
mais perfeitamente cristificados da história: Chiara d’Offreducci e Giovanni di
Pietro di Bernardone – Clara e Francisco de Assis, uma espécie de Madalena na
fé irrestrita a Jesus!
Clara e
Francisco deixaram uma extensa obra de caridade, que corresponde exatamente à vivência
mística do próprio Cristo Jesus e de sua ética com os seus semelhantes humanos.
Souberam por vidência intima que
todos os seres da creação são seus irmãos; efeitos da mesma Causa primária. A
Francisco é atribuída uma magnífica e sublime oração, apesar das controvérsias
sobre essa autoria, mas que de qualquer maneira representa uma das mais
verdadeiras reverências ao homem cristificado e de sua atitude perante seus
semelhantes. Clara e Francisco renunciaram a tudo, apesar de seus conceitos de
propriedade não terem sido transgredidos, e, quando a tudo renunciaram,
converteram-se em possuidores de tudo. E hoje eles representam o mais alto
patamar do amor infinito.
“CÂNTICO DO SOL
Louvado sejas, meu senhor, por todas as tuas
creaturas.
Altíssimo, onipotente, bom Senhor, Teus são o louvor,
a glória, a honra e toda a benção. Só a ti, Altíssimo, são devidos; e homem
algum é digno de te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas
criaturas, especialmente o Senhor Irmão Sol, que clareia o dia e com sua luz
nos alumia. E ele é belo e radiante com grande esplendor: de ti, Altíssimo é a
imagem.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã Lua e as
Estrelas, que no céu formaste claras e preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão Vento, pelo ar,
ou nublado ou sereno, e todo o tempo pela qual às tuas criaturas dás sustento.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, que é mui
útil e humilde e preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão Fogo pelo qual
iluminas a noite e ele é belo e animado e vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a mãe Terra
que nos sustenta e governa, e produz frutos diversos e coloridas flores e
ervas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam por teu
amor, e suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados os que sustentam a paz, que por ti,
Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte
corporal, da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal! Felizes os que
ela achar conformes a tua santíssima vontade, porque a morte segunda não lhes
fará mal!
Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças, e
servi-o com grande humildade.”
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