Wednesday 21 October 2020

RASTOS LUMINOSOS

A vida terrestre só vale – pelo bem que fizermos...

Pelo rasto de luz que deixarmos após a partida...

Se entre o teu berço e o túmulo se abrir um vazio, uma treva estéril, não viveste – vegetaste apenas...

“Aqui jazem os restos mortais de alguém que morreu – mas não viveu”.

Meu amigo, faze da tua vida um poema de fé – uma epopeia de amor...

Assinala tua passagem pela terra, só anunciando o amor e a benquerença...

São tantos os males – não os aumentes com tua chegada...

São tantas as dores – não as intensifiques com tua aspereza...

Ilumina a zona da tua presença com grandes ideias e belos ideais...

Por que extinguir essas lâmpadas que, incertas, bruxuleiam?...

Por que destruir de vez, aquilo que ainda se sustenta na fragilidade?...

Por que apagar a mecha fumegante?...

Fala às almas sem luz das luzes eternas...

Aponta às almas tristes as alturas de Deus...

Não olhes, como o chorão, para a terra – que um ente querido levou...

Olha, como o cipreste, para o céu – que a alma acolheu.

Para que aos outros possas ser um sol matinal – tu mesmo deves possuir luminosa plenitude...

Só aquele que tem muita luz - é que pode iluminar os outros...

Cultua, fervoroso, todas as coisas belas e divinas: Verdade nas palavras, sinceridade nas intenções, bondade nos atos, indulgência no juízo, fidelidade nas promessas, serenidade na dor, caridade com todos – Preenche destas luzes tua vida e a vida dos outros...

Ninguém é infeliz em hora noturna – quando sabe que depois da noite, nasce sorridente alvorada...

Faze transbordar nas almas o excesso da tua plenitude.

Derrame nos homens a abundância da tua luz.

Comunica ao mundo a beatitude de que Deus te plenificou.

Fixa a estrela polar da vontade divina – e dirige tua nau por trevas e tempestades...

Mão firme no leme! – serena confiança na alma!...

Tua calma acalmará os companheiros de travessia...

Se, algum dia, o desalento te invadir o coração – dize-o ao Deus eterno, e não a creaturas efêmeras!

Se lágrimas rebeldes romperem as represas – chora a sós com o Onipotente, e não com seres impotentes.

Se dúvida atroz te oprimir o espírito – pede luzes ao Sapiente, e não aos insipientes.

Vive assim como desejarias ter vivido quando a morte teu corpo levar...

Constrói nas almas das gerações seguintes um monumento de amor – um obelisco de fé...

Texto revisado, extraído do livro De Alma para Alma 

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