William Hermanns (1895-1990), sociólogo alemão, professor de línguas e literatura, que após se refugiar nos Estados Unidos, fugindo da perseguição nazista, foi convidado para ser pesquisador e palestrante na Universidade de Harvard; era uma das pessoas que visitavam Einstein durante seu período de estudos na Universidade de Princeton, durante os anos de 1930. O professor Hermanns entrevistou Einstein na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial e nos Estados Unidos após a Guerra. Eles exploraram a natureza do homem cósmico, mas frequentemente discutiam os horrores do Holocausto e as implicações da bomba atômica. A partir desse contato e dos contatos que Einstein mantinha com Rabindranath Tagore, famoso poeta, musico, erudito e artista hindu, William Hermanns escreveu o livro, Einstein e o Poeta: Em Busca do Homem Cósmico.
Questionado por Hermanns sobre Deus, Einstein respondeu: "Eu não posso aceitar nenhum conceito baseado na autoridade da Igreja, sobre Deus. Desde que eu lembre, tenho ressentimentos sobre a doutrinação em massa. Eu não acredito no medo da vida, no temor da morte, na fé cega. Eu não posso provar a você que não há nenhum Deus pessoal, mas se eu fosse falar dele, estarei mentido. Eu não acredito no Deus da teologia que recompensa o bem e pune o mal. O meu Deus criou leis que cuidam disso. O universo de Deus não é governado pelo pensamento positivo, mas por leis imutáveis".
Para Einstein: "Deus é um mistério. Mas um mistério compreensível. Nada tenho a dizer, apenas admirar quando observo as leis da natureza. Não há leis sem um legislador, mas não sei como esse legislador se parece".
Quando questionado sobre o livre-arbítrio, Einstein responde: "Pois como pode existir livre-arbítrio em um mundo regido por leis divinas imutáveis?" O que se pode compreender com essa afirmação é que o livre arbítrio está sob jurisdição divina!
Huberto Rohden (1893-1981), que conviveu com Einstein na Universidade de Princeton nos anos de 1945 e 1946, também escreveu um livro sobre esse cientista-místico.
Quando perguntado se Rohden admitia um Deus pessoal, respondeu: "Se por pessoal você entende um Deus individual, limitado, finito, é claro que eu não admito semelhante pseudo deus, porque seria a negação radical do Deus verdadeiro, que não tem limitação no tempo e no espaço".
Sobre o conceito de livre-arbítrio, Rohden adiciona: "Nenhum ser humano é inteiramente livre, porque liberdade plena é onipotência. Só a Realidade Universal, a Divindade, o Creador é que é inteiramente livre. Em Deus, a liberdade é a própria necessidade; Deus é necessariamente livre, mas a creatura só pode ser parcialmente livre. Esta liberdade parcial, porém, é suficiente para tornar o homem responsável pelos seus atos livremente praticados".
Livre-arbítrio portanto, não é, por assim dizer, uma zona isenta da jurisdição divina, o que de bem ou de mal o homem fizer nessa "zona isenta," ou nesse "campo neutro" da sua liberdade, é ele mesmo que o faz por sua conta e risco, e já não é Deus que o faz. Pelo livre-arbítrio, o homem possui um poder creador, e é nisto que consiste a sua semelhança com Deus.
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