O argumento de que uma igreja que nomeia santos seja santa em si mesma, como igreja organizada, é insustentável diante da lógica imparcial. Os verdadeiros santos, pouco ou nada tem a ver com os arranjos artificiais de uma organização que é criação do intelecto humano; intelecto geralmente contaminado por interesses pessoais ou de grupos. E a vasta maioria das igrejas, seitas, cultos, credos etc., que em nome da santidade que julgam representar, cometem os maiores desatinos contra aqueles que as seguem.
E esse é um fator histórico que se arrasta há séculos, nos mandos e desmandos de organizações chamadas religiosas, compromissados com a hipocrisia, ganância e mediocridade; distantes dos preceitos da moral e da ética, e assim, traindo as divinas mensagens dos profetas que representam. Via de regra, seus dirigentes são maus, egoístas e acumulam vastíssimas fortunas graças às normas desonestas que criaram através do dizimo, que é de atender as necessidades dos devotos mais pobres e da igreja em si mesma.
Francisco de Assis e Tomás de Aquino eram personalidades tão diversas como o dia e a noite; viveram no século XIII dentro da mesma organização eclesiástica, num tempo em que os dirigentes daquela igreja, eram aos piores tipos de indivíduos que a história conhece. Tomás de Aquino, de acordo com a mentalidade da época, aprovou e defendia em sua Suma Teológica, e na Suma Contra o Gentio, a validade da pena de morte e do extermínio violento de hereges – ao passo que Francisco de Assis, na sua vasta Intuição Mística é amigo de todos os seres vivos.
Há santos em todas as religiões – o que não prova que essas religiões sejam boas como um todo.
Santidade é um atributo do indivíduo e não de uma organização eclesiástica.
Texto revisado e em parte extraído do livro Ídolos ou Ideal?
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