Wednesday 1 December 2021

QUE É O CRISTO?

Essa pergunta foi feita há quase 2000 anos, por Jesus aos chefes da Sinagoga de Israel, ao que assim responderam: “que o Cristo era filho de David, isto é, um descendente do rei de Israel, pai de Salomão”.

Jesus não aceita a resposta, porque, de fato, o Cristo não é filho de David.

Esta confusão entre Cristo e Jesus é, pois, antiquíssima, e continua até hoje.

Que é o Cristo, o Ungido, que os antigos hebreus chamavam Messias, o Enviado?

O quarto Evangelho designa o Cristo com a palavra Logos, onde o texto começa com estas palavras:

“No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus, e o Logos era Deus”.

A palavra grega Logos é muito anterior à Era Cristã. Os filósofos de Alexandria e de Atenas, sobretudo, Heráclito de Éfeso, designavam com Logos o espírito de Deus, manifestado no Universo. Logos seria, pois, o Deus imanente, em oposição à Divindade transcendente, que não é objeto do conhecimento humano.

A Vulgata Latina traduz Logos por Verbo: “No princípio era o Verbo...”.

Logos, Verbo, Cristo são idênticos e designam a atuação da Divindade Creadora, a manifestação individual da Divindade Universal.

Neste sentido, o Cristo é Deus, mas, não é a Divindade. E assim se refere o Cristo Jesus aos homens: “Vós sois deuses”, ou seja, os homens são manifestações individuais da Divindade Universal. A primeira e mais perfeita das manifestações da Divindade Universal, no Universo, é o Cristo, o Verbo, o Logos, que Paulo de Tarso chama acertadamente “o primogênito de todas as creaturas”.

O Cristo é anterior à creação do mundo material, mas ele não é uma creatura humana, mas a mais antiga individualidade cósmica, que, antes do princípio do mundo, emanou da Divindade Universal.

O Cristo é Deus, mas não é a Divindade, que Jesus designa com o nome Pai: “Eu e o Pai somos um, mas o Pai é maior do que eu”.

Deus, na linguagem de Jesus significa uma emanação individual da Divindade Universal.

A confusão tradicional entre Deus e Divindade tem dado ensejo a intermináveis controvérsias entre os teólogos. Mas o texto do Evangelho é claro: O Cristo afirmou ser Deus, mas nunca afirmou ser ele a própria Divindade.

O Gênesis de Moisés principia com as palavras: “No princípio crearam os Elohim o céu e a Terra”.

O quarto Evangelho, de João, abre com palavras semelhantes: “No princípio era o Logos... e por ele foram feitas todas as coisas”.

Parece, pois, que as Potências Creadoras (em hebraico Elohim) são idênticas ao Logos, pelo qual foram creadas todas as coisas.

Elohim, Logos, Verbo, Cristo - são vários nomes que designam a creatura cósmica que, antes do mundo material, emanou da Divindade transcendental.

A filosofia oriental chama a Divindade Universal como sendo Brahman, e dá o nome de Brahma à mais antiga individuação da Divindade.

Brahma seria igual a Deus, Cristo, Logos, Verbo.

Não existe uma única creatura definitivamente realizada e incapaz de se realizar ulteriormente. Toda e qualquer creatura, mesmo Brahma, ou Cristo, são creaturas altamente realizadas, mas sempre realizáveis; são, por assim dizer, sinfonias inacabadas. Toda e qualquer creatura, mesmo a mais perfeita creatura cósmica, é passível de evolução futura. A vida eterna não é uma chegada, uma parada, uma meta final – é uma incessante jornada ou evolução rumo ao Infinito, sem jamais coincidir com o Infinito. Todo o finito, diz a matemática, em demanda do Infinito, está sempre a uma distância infinita.

Panta rhei, tudo flui, diziam os filósofos antigos; tudo é relativo, escreveu Einstein no século XX.

A Divindade, o Infinito, o Absoluto, não é objeto do conhecimento humano. Tudo o que se sabe se refere ao Relativo, ao Fluídico, ao que está em incessante evolução.

Os livros sacros narram que Cristo, a mais antiga creatura cósmica, se encarnou na pessoa humana de Jesus.

Sendo que esta descida do Cristo cósmico às esferas do planeta Terra, é um fenômeno incompreensível, onde os homens têm feito inúmeras conjeturas sobre o porquê dessa encarnação do Cristo. E ele mesmo, na pessoa de Jesus, nunca disse claramente da finalidade da sua vinda como humano.

Texto revisado extraído do livro QUE VOS PARECE DO CRISTO?

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