Em seu livro, “A Nova Humanidade” escrito em meados da década de 70, Huberto Rohden aborda os diferentes estágios evolutivos do homem, desde o homem animal, através do homem hominídeo até o homem crístico. Em alguns dos capítulos ele se refere muitas vezes à tele fecundação, por via astral ou indução vital, como ocorreu com Jesus e provavelmente com Moisés, sem excluir outros casos esporádicos na história humana. E, a fim de tornar essa ideia mais compreensível, ele lembra que existe na física, sobretudo na eletrônica, fenômenos parecidos, apresentando no trecho abaixo uma possível explicação da existência desse fenômeno no ser humano também.
É importante lembrar o leitor que Rohden, teólogo,
filósofo e educador, foi formado em Universidades da Europa e durante os anos
de 1945/46 foi estudar ciências na Universidade de Princeton, onde pode
conviver com Albert Einstein. Em princípios de 1947 foi convidado pela American
University, Washington, para lecionar nas cadeiras de religiões comparadas e
filosofia, onde permaneceu por 6 anos. No final desse período, ele foi
convidado pela Internacional Universidade Cristã em Metaka no Japão, para
lecionar as mesmas disciplinas, mas devido o início da guerra da Coréia, a
universidade japonesa não foi inaugurada e Rohden retornou ao Brasil.
O conhecimento científico é formidavelmente dinâmico
... em apenas uma década, os avanços nesse conhecimento, consegue ultrapassar
muito do que se conheceu em séculos passados. Portanto, a base científica de
alguns conceitos no texto abaixo, poderão estar superados; para isso, se pede a
compreensão do leitor.
Entretanto, o conhecimento humano, representa ainda,
uma pequena gota de água no vasto oceano de sua ignorância.
“A indução elétrica ou magnética acontece quando a eletricidade forma um
campo magnético sem nenhum contato físico entre os dois polos. A ciência eletrônica conhece o fenômeno da transmissão
de sons e imagens luminosas sem nenhum contato material entre o polo emissor e
o polo receptor. Essa relação existe realmente, mas não materialmente.
Segundo Einstein, assim se apresenta a relação entre real e material:
a energia é real, mas não material; ela é matéria não condensada. E, por isto
mesmo, mais real que a própria matéria. O grau de realidade, consiste na atuação;
quanto mais atuante, ou ativo é algo, tanto mais real é. Realidade não coincide
com materialidade.
Se existe uma fecundação material porque não haveria uma fecundação
real, imaterial? O veículo transmissor da vida não é
necessariamente material, mas pode ser imaterial, ou energético (astral), e
continuando a ser real.
Em seres mais evolvidos que os da Terra, a fecundação pode ser
energética, continuando a ser plenamente real.
Esta fecundação não se dá ao nível da ego-consciência, mas sim na
zona da cosmo-consciência, ou da supra
consciência que o Evangelho representa por duas palavras gregas: hypnos
(sono) e onar (sonho), e ocorre no plano da cosmo-consciência, não da
ego-consciência (sono ou sonho), sendo por isto inconsciente ao ego-consciente,
como no caso dos pais de Jesus, segundo o Evangelho.
Esta fecundação não é algo sobrenatural, como acredita a teologia, mas
perfeitamente natural, embora não material, mas energética; tanto esta como
aquela são naturais, em diversos graus de evolução.
Se não tivesse havido em José e Maria uma fecundação pelas vias normais,
embora energética, não teria nascido uma prole hominídea. Aliás, tanto Mateus
como Lucas, identificam a genealogia de Jesus com a de José, por sinal que
consideram José como pai real de Jesus, embora não material, como eles mesmos afirmam.
A tele fecundação real prevista na futura humanidade crística, nada tem
a ver com uma suposta relação sexual, nem visa à preservação da virgindade da
mulher. A única razão da tele fecundação está
na evolução tipicamente hominídea do homem, como previa o Gênesis. É sabido
pela ciência que o que tem origem na energia é mais perfeito que aquilo que
nasce da matéria, e o homem fecundado pela energia é mais perfeito do que o
homem fecundado pela matéria.
O que nasce da energia está isento dos desequilíbrios da matéria, como
doenças e morte compulsória. A atual
fecundação material do homem é ao nível da animalidade, que, futuramente será
superada pela tele fecundação do homem cosmo-consciente.
A grandeza do homem não consiste naquilo que ele é atualmente, mas sim
naquilo o que ele pode vir a ser futuramente; e esse estágio de dinâmica
futura, não seria possível se não existisse já, agora, em forma potencial.
Ninguém se torna explicitamente o que não é implicitamente. Toda a grandeza do
homem está na sua potencialidade, que é ilimitada, pois nele impera o
livre-arbítrio.”
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