Tuesday 24 November 2020

TENDE FÉ EM DEUS E TENDE FÉ EM MIM TAMBÉM!

“A fé é diferente da prova; a prova é de interesse humano, mas a fé é um dom de Deus. Na fé há luz suficiente para aqueles que querem acreditar na fé e sobra suficiente para cegar os que não tem fé.”  Blaise Pascal

 

O que nós, geralmente entendemos por crer, consiste em atos do intelecto e da vontade; mas o que Jesus, e os gênios espirituais da humanidade chamam fé, é uma experiência direta e imediata do mundo espiritual, ou do mundo invisível de Deus, é um contato vital com o Infinito, o Absoluto, o Eterno.

A fé verdadeira, como aparece nas páginas dos livros sacros, não é a adesão a uma determinada doutrina, nem a lealdade a esta ou àquela pessoa que representa certa teologia; mas é uma experiência íntima, um compreender e saber intuitivo, uma invasão ou eclosão do mundo divino no homem, como uma linha vertical que vem de alturas desconhecidas e vai a misteriosas profundidades; a fé é um contato direto entre Deus e o homem, por mais inexplicável que seja esse contato. Tudo o que é anterior a essa fé é, por assim dizer, horizontal, humano: nesse plano preliminar é o homem que age e produz; mas, quando essa misteriosa linha vertical corta a horizontal, é Deus que age e produz, suposto que o homem se tenha tornado receptivo para essa invasão do mundo divino. Tanto essa receptividade prévia como essa mesma experiência divina é que os livros sacros chamam fé.

Quem é integro na fé domina tudo - quem tem falta de fé é dominado por tudo.

Pela fé somos enriquecidos - pela falta de fé somos empobrecidos.

Tudo é possível àquele que tem fé - nada é possível àquele que não tem fé.

Ainda que a fé tenha a ver, em primeiro lugar, com o mundo espiritual, invisível, os seus efeitos se refletem poderosamente também sobre o mundo material e visível. A firmeza, clareza, tranquilidade e paz que a fé confere ao homem, cedo ou tarde cercam de um halo de serena felicidade a sua vida cotidiana. O seu superconsciente ilumina o consciente, e até o subconsciente.

A experiência da Verdade, em geral, nos exige sacrifícios iniciais e sofrimentos; mas essas “desvantagens” aparentes e imediatas são amplamente compensadas a longo prazo, por vantagens reais e permanentes.

A Verdade é sempre libertadora, ainda que nos obrigue a andar pelo “caminho estreito” da disciplina.

A fé é o contato direto com a Realidade.

Por isso, tudo é possível àquele que tem fé.

Aquele que têm fé conhece experimentalmente através de coisas que podem ser vistas, tocadas e verificadas - e possui a Verdade.

A fé verdadeira e genuína é, portanto, uma convicção íntima de que nós, essencialmente, somos idênticos a Deus (“Vós sois deuses,” disse Jesus), mas que, existencialmente, somos infinitamente inferiores a Deus.

Texto revisado, extraído do livro Assim Dizia o Mestre

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