Depois de terminar o terceiro e o quarto períodos da creação, diz o Gênesis: “E as Divindades viram que era bom,” e após o sexto e último período, quando da creação do homem, acrescentam: “E eles viram que era muito bom.”
Bom é o aparecimento das outras creaturas - e muito bom é o aparecimento da única creatura que, por seu livre-arbítrio, é responsável pelo seu destino: “Eu sou o senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha alma.”
Diante dessa essencial diferença do ser, diferente deveria ser também o agir do homem. Quem pode deve agir na construção de boas obras, mas quem fica alienado a essas obras e não as faz, cria débito - e todo débito gera sofrimento.
O destino das creaturas não humanas é aparentemente automático, porque depende do destino inerente à importância desses seres no conjunto de toda creação; mas o destino do homem depende dele mesmo, porque ele é livre no seu agir.
Desde o início da creação, o sopro divino estava incubado na creatura humana; muito mais tarde, esse sopro latente eclodiu nele.
Mas essa eclosão do espírito não se deu diretamente; a transição do estado vital para a consciência espiritual se realizou através do estágio intelectual, que todos os povos simbolizam pela serpente. E, como diz o Bhagavad Gita: “O ego é o pior inimigo do Eu,” a inteligência da serpente no homem se opõe ao sopro divino como aconteceu ao próprio apóstolo Pedro, quando negou Jesus, pois ele se guiou pela inteligência do ego.
Pela inteligência, o homem não se torna bom; pode ser apenas possuidor de vastos conhecimentos e insipiente sabedoria, pois o conhecer do homem nesse seu estágio atual, é somente uma gota no oceano de sua ignorância.
A vasta maioria dos seres humanos é ainda intelectual, mas não espiritual; a serpente derrotou o espírito e com isso, o homem se acha ainda no primeiro estágio da sua evolução hominídea.
Desde o tempo do Gênesis, o homem obedece mais à inteligência do que ao espírito, “comeu do fruto proibido,” estagnou na animalidade intelectualizada - ou desceu abaixo dela, contrariando a ordem evolutiva das Potências Creadoras. É esta a culpa universal dos seres humanos, culpa que renasce na vasta maioria dos novos indivíduos. E essa culpa do ego intelectual só se extingue pelo despertamento do Eu espiritual; somente o mergulho no fogo divino do Eu redime o ego pecador.
A primeira derrota do Eu espiritual pelo ego intelectual, segundo o Gênesis, se manifestou ao nível da luxúria sexual, no uso do sexo inspirado na libido, e não no amor.
E através da história de todo o Antigo Testamento, continuaram os seres humanos nessa subversão contra as Leis Cósmicas, que provocou o dilúvio “porque todo o espírito se havia tornado carne”; bem como a destruição de Sodoma e Gomorra, e mais três outras cidades, “porque toda a carne havia se afastado do seu caminho.”
E esta rebeldia do ego contra o Eu prossegue pelos séculos. No início do primeiro século da Era Cristã, foram subitamente soterradas pelas lavas do Vesúvio as luxuosas e luxuriosas cidades de Pompéia, Herculano, e Estabie, onde a aristocracia do Império Romano costumava celebrar suas orgias sexuais; nas ruinas de Pompéia, ficou em pé, como prova para a posteridade, o famoso Phornograficum, que pode ser visto em A Arte Erótica de Pompéia e Herculano.
Em nossos dias, a inteligência da serpente no homem, continua descendo ainda mais nos abismos da decadência, oferecendo à humanidade o “fruto proibido”, e com o desenvolvimento das pílulas anticoncepcionais, se liberou o gozo ilimitado da libido independente da procriação. Além de todas as formas mais bizarras, incluindo uma parafernália artificial de prazeres e uso de animais em orgias. De todos os outros seres da creação, o ser humano é o único que parece viver as 24 horas do dia, insaciavelmente no cio. Os demais, seguem a disciplina sexual estabelecida pelo seu caráter nos domínios da creação.
O homem acrescentou à luxuria sexual, o luxo material da riqueza e o lixo social da chamada humanidade civilizada. Ultimamente, a luxúria e o luxo foram completados pelo lixo da maioria dos meios de comunicação e divertimentos eletrônicos. Essas grandiosas invenções da inteligência estão pelo menos 90% a serviço do lixo moral; a inteligência avança a passos de gigante, mas a moral e a ética se arrastam a passos de lesma. O homem não sabe ainda pôr o sibilo da serpente a serviço do sopro de Deus, e por isto se agrava cada vez mais a previsão e advertência das Potências Cósmicas, em Gênesis 3, 17-19: “Maldita seja a Terra por tua causa!”
Diante dessa crescente poluição, os grandes videntes do futuro, inclusive Jesus, profetizaram tragédias sem precedentes para o ser humano, e que já vem ocorrendo em alarmantes proporções. A reação cósmica contra a ação subversiva do pecador é inexorável; os planos das Divindades se cumprirão infalivelmente, mas como serão cumpridos, vai depender do livre-arbítrio humano. O ferro pode se converter em ferrugem, mas a ferrugem não se converte em ferro. “Muitos são os escolhidos - poucos os chamados.” Todos os homens têm a possibilidade de fazer parte dos imortais da nova humanidade – mas ... o livre-arbítrio do homem decide sobre a entrada na vida eterna ou sobre a autodestruição pela morte eterna.
O câncer, dizem os cientistas, é uma espécie de egoísmo celular, em que certas células rebeldes, em vez de se integrarem no organismo total, proliferam separadamente e devoram os tecidos celulares sadios do corpo. O egoísmo humano é um câncer não natural, que prefere o seu gozo individual ao bem-estar total; que sacrifica a vida orgânica pelo vício egoísta.
Para provocar o fim do mundo não se requer nenhuma bomba atômica: basta que deixem de fluir os mananciais da vida e saúde da humanidade, em troca da luxúria sexual, do luxo material e do lixo social e assim veremos uma eclosão de destruição a nível mundial.
Enquanto o homem for culpado, ele será sempre um sofredor. E o homem será culpado enquanto estiver estagnado no nível adâmico em que se encontra. E a culpa de muitos é o sofrimento de todos.
Assim está escrito nas leis imutáveis das Potências Cósmicas ... somente o homem crístico será o sobrevivente!
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“Para provocar o fim do mundo...”, numa previsão feita por Huberto Rohden em meados de 1970, basta somente deixar o ser humano inconsciente de seu verdadeiro papel na creação. A história do decorrer dos séculos revela os resultados desse inconsciente coletivo, por todas as tribulações por que passa o homem na área da sexualidade e saúde. Um dos exemplos mais recentes, entre outros, o da síndrome da imunodeficiência (HIV/AIDS) provocada pelo abuso de sua libido e que ceifou vidas e ainda provoca a morte de milhares de indivíduos. E não apenas das enfermidades derivadas do abuso sexual. As pestes que assolaram a humanidade, e agora, nesse começo do século XXI, a pandemia provocada pelo COVID-19. E que com certeza, enfermidades mais letais virão a assolar a humanidade.
Texto revisado, e em parte extraído do livro A Nova Humanidade
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