Wednesday 30 June 2021

ALEGRIA!

“Dou-vos a minha paz, para que minha alegria esteja em vós, e ninguém mais tire de vós a vossa alegria.” 

Esta foi a mensagem da paz e da alegria de um homem que se se encontrava a poucas horas de enfrentar a maior humilhação através da mais dolorosa das mortes.

Quase todos os cristãos do mundo estão habituados a ler e ouvir que o Cristianismo é a religião da cruz e do sofrimento, por ser a mensagem da renúncia e do sacrifício. E, como o mais profundo e veemente brado da natureza humana e de todo o ser, é o anseio de vida abundante e perfeita alegria, poucos homens estão dispostos a abraçar a alma do Cristianismo em toda a sua plenitude, contentando-se apenas com certas práticas externas. Para esses cristãos, Cristianismo e alegria são dois polos opostos, eternamente incompatíveis, como treva e luz. Sofrimento e sacrifício lhes parecem coisas ante vitais, profundamente negativas em si mesmas, visto que a vida é essencialmente uma afirmação.

E, no entanto, Jesus afirma que a sua mensagem à humanidade é essencialmente uma mensagem de paz e perfeita alegria, e com isso, o homem enfrenta um difícil mistério, chegando a duvidar seriamente na verdade sobre o que a vasta maioria humana, entende por Cristianismo.

Enquanto o homem profano não descobrir a luz da alegria através das trevas do sofrimento, não está garantido o seu Cristianismo. Tudo o que é difícil e sacrificado é, por sua íntima natureza, precário e incerto – somente o que é fácil, leve e dá prazer é que tem garantia de perpetuidade para o homem desavisado.

O Cristianismo é, essencialmente, uma mensagem de perfeita alegria, mesmo na vida presente, por ser uma alegria baseada na paz. Onde não há paz profunda e sólida, alicerçada na verdade, não pode haver alegria perfeita e duradoura. Alegria não pode, em hipótese alguma, ser um produto da ilusão, mesmo que fosse a mais bela das ilusões.

A alegria do homem profano é algo meramente externa, periférica, porque é motivada por objetos ou acontecimentos de fora, e pode, por isto mesmo, converter-se rapidamente em tristeza e desespero. Só uma alegria vinda de dentro do homem, oriunda da verdade da sua íntima natureza, é que é sólida e indestrutível.

Se o homem não está harmonizado com Deus, não está harmonizado consigo mesmo, não tendo paz, sendo impossível haver verdadeira alegria, pois ela supõe paz e harmonia. Um único grau de alegria nascida da paz interna, vale mil vezes mais que cem graus de alegrias geradas artificialmente por circunstâncias externas.

A pseudo alegria externa, originada de circunstâncias independentes do homem, pode ser tirada dele, porque depende de algo que não depende dele. Essa alegria não é, propriamente, dele, não nasceu dele, mas foi a ele acrescentada inesperada e casualmente, e pode ser destruída pelas circunstâncias externas.

Há uma alegria que não passou pelo sofrimento – é a dos profanos, incerta, mundana, variável, relativa, fragmentada.

Há um sofrimento que não conhece alegria – é a de certos homens que se entregam a práticas espirituais, vivendo vida contemplativa com mortificação dos sentidos, lúgubres, pessimistas, sadistas.

E há uma alegria que nasceu do sofrimento, de longa duração e profundamente compreendido – é a alegria dos homens crísticos, que tiveram que sofrer para entrar em sua glória.

Mas é precisamente aqui, que reside o grande mistério, cuja compreensão é um dom espiritual dos poucos iniciados que a humanidade conhece. Esta alegria crística é algo leve e luminosa, pura, encantadora, pois é um eco dos mundos de Deus e dos seus anjos. Quando este tipo de alegria começa a transparecer de um homem, através das suas palavras, dos seus gestos, dos seus atos, dos seus olhos, e, sobretudo, através da sua vida, o mundo inteiro parece ser outro, e a sua alma canta um hino por ter encontrado esse defensor da eterna Divindade.

Uma vez que o homem saboreou essa felicidade que nasceu do sofrimento redentor, a sua alegria é perfeita, e nunca mais ninguém lhe pode tirar essa alegria, porque ela é o reflexo e a melodia do seu próprio ser. Esse homem venceu o mundo, entrou em sua glória, está definitivamente remido de todas os pecados. Esse homem atingiu um ponto de apoio, fixo, para além de todas as vicissitudes das circunstâncias externas da natureza e da humanidade. E quem encontrou o seu centro fixo, domina com facilidade e leveza todas as periferias flutuantes e movediças do mundo externo. No meio de um mundo de ruídos profanos, ele habita no íntimo do seu grande silêncio. E esse silêncio é força e firmeza, paz e felicidade.

Não há dúvida de que vigora uma relação de estreita afinidade entre sofrimento e redenção, suposto que o sofrimento não tenha feito o homem descer ao abismo negativo da amargura e do desespero, mas o feito subir ao auge positivo da paz e da alegria.

Alegria que nasce do sofrimento é redenção.

É este o mais profundo mistério do Cristo Redentor, que nunca foi explicado por nenhuma teologia; é a última fronteira que o homem pode alcançar, aqui na terra, e talvez, em todos os outros mundos da sua evolução.

cruz telúrica do Calvário tem a haste inferior mais comprida, porque ainda está presa à terra – como o sofrimento doloroso.

cruz cósmica da transfiguração no Tabor tem todas as quatro pontas iguais, porque flutua livremente no espaço – como a alegria que nasceu do sofrimento.

A alegria parece ter algo de profano e impuro, e por isto certas pessoas que se entregam a práticas espirituais, levando vida contemplativa com mortificação dos sentidos, a detestam, mas, quando a alegria passa pelo fogo do sofrimento, perde todas as impurezas se tornando inteiramente sacra, como a luz da Divindade.

Uma vez que o homem entrou nessa zona da alegria espiritual, resultado do sofrimento redentor, todas as coisas da sua vida material passam por uma metamorfose inexplicável. Há uma purificação e iluminação geral em todos os setores da sua vida.

Em primeiro lugar, esse homem não necessita mais de impulsos externos para ser alegre e feliz, uma vez que possui, dentro de si mesmo, a fonte perene de alegria e felicidade.

Em segundo lugar, as coisas mais insignificantes e ingênuas do mundo externo lhe são motivo de alegria pura, profunda e intensa. Uma flor à beira da estrada, o zumbir de um inseto, o cântico de um pássaro, o sorriso de uma criança, o sussurro do vento na ramagem, as areias brancas duma praia, uma palavra amiga, o bater de um sino ao longe, o brilho de uma estrela – tudo atua sobre ele como suave carícia, tudo lhe traz fragrâncias do Infinito, tudo é para ele uma mensagem do poder e do amor de Deus.

“Eu vos dou a minha paz, para que a minha alegria esteja em vós, e seja perfeita a vossa alegria, e ninguém mais a tire de vós a vossa alegria” – palavras como estas só podem ser compreendidas, em toda a sua intensidade, somente pelo homem que descobriu o mistério da alegria através do sofrimento.

Só esse homem, plenamente realizado, é que pode ser um redentor para outros que necessitem de redenção.

Texto revisado, extraído do livro O Triunfo da Vida sobre a Morte

¡ALEGRÍA!

“Te doy mi paz, para que mi alegría esté en ti, y nadie más te quite tu alegría”.

Este fue el mensaje de paz y alegría para un hombre que estaba a solo unas horas de enfrentar la mayor humillación a través de la muerte más dolorosa.

Casi todos los cristianos en el mundo están acostumbrados a leer y escuchar que el cristianismo es la religión de la cruz y el sufrimiento, ya que es el mensaje de renuncia y sacrificio. Y, como el grito más profundo y vehemente de la naturaleza humana y de todo ser, es el anhelo de una vida abundante y una alegría perfecta, pocos hombres están dispuestos a abrazar el alma del cristianismo en toda su plenitud, contentos con solo ciertas prácticas externas. Para estos cristianos, el cristianismo y la alegría son dos polos opuestos, eternamente incompatibles, como la oscuridad y la luz. El sufrimiento y el sacrificio les parecen cosas vitales, profundamente negativas en sí mismas, ya que la vida es esencialmente una afirmación.

Y, sin embargo, Jesús afirma que su mensaje a la humanidad es esencialmente un mensaje de paz y gozo perfecto. Con él, el hombre se enfrenta a un misterio difícil, llegando a dudar seriamente de la verdad sobre lo que la gran mayoría de los humanos entienden por cristianismo.

Mientras el hombre profano no descubra la luz de la alegría a través de la oscuridad del sufrimiento, su cristianismo no está garantizado. Todo lo que es difícil y sacrificado es, por su propia naturaleza, precario e incierto; solo lo que es fácil, ligero y placentero está garantizado para la perpetuidad del hombre desprevenido.

El cristianismo es esencialmente un mensaje de gozo perfecto, incluso en la vida presente, ya que es un gozo basado en la paz. Donde no hay paz profunda y sólida, basada en la verdad, no puede haber alegría perfecta y duradera. La alegría no puede, bajo ninguna circunstancia, ser un producto de la ilusión, incluso si fuera la más bella de las ilusiones.

La alegría del hombre profano es meramente externa, periférica, porque está motivada por objetos o eventos externos, y puede, por esta misma razón, convertirse rápidamente en tristeza y desesperación. Solo una alegría que viene del hombre, de la verdad de su naturaleza íntima, es sólida e indestructible.

Si un hombre no está armonizado con Dios, no está armonizado consigo mismo, no teniendo paz, siendo imposible vivir verdadera alegría, pues ella presupone paz y armonía. Un solo grado de alegría nacido de la paz interior vale mil veces más que cien grados de alegría generados artificialmente por circunstancias externas.

La pseudo alegría externa, que surge de circunstancias independientes del hombre, se le puede quitar porque depende de algo que no depende de él. Esta alegría no es propiamente suya, no nace de él, sino que le fue agregada inesperadamente, casualmente y posiblemente destruida por circunstancias externas.

Hay una alegría que no ha pasado por el sufrimiento: es la de lo profano, incierto, mundano, variable, relativa, fragmentada.

Hay un sufrimiento que no conoce la alegría: es de los hombres que se entregan a las prácticas espirituales, que viven una vida contemplativa con mortificación de los sentidos, triste, pesimista, sádicos.

Y hay una alegría que nació del sufrimiento, que dura mucho y que se entiende profundamente: es la alegría de los hombres crísticos, que tuvieron que sufrir todo eso para entrar en su gloria.

Pero es precisamente aquí donde reside el gran misterio, cuya comprensión es un don espiritual de los pocos iniciados que la humanidad conoce. Este gozo crístico es algo ligero y luminoso, puro, encantador, es un eco de los mundos de Dios y sus ángeles. Cuando este tipo de alegría comienza a manifestarse a través de un hombre, a través de sus palabras, sus gestos, sus acciones, sus ojos y, sobre todo, a través de su vida, el mundo entero parece ser otro, y su alma canta un himno por haber encontrado a este defensor de la Divinidad eterna.

Una vez que el hombre ha probado esta felicidad que nació del sufrimiento redentor, su alegría es perfecta, y nadie puede quitarle esa alegría, porque es el reflejo y la melodía de su propio ser. Este hombre conquistó el mundo, entró en su gloria, es definitivamente redimido de todos los pecados. Este hombre alcanzó un punto fijo de apoyo, más allá de todas las vicisitudes de las circunstancias externas de la naturaleza y la humanidad. Y quienquiera que encuentre su centro fijo, domina con facilidad y ligereza todas las periferias flotantes y cambiantes del mundo externo. En medio de un mundo de ruidos profanos, vive en las profundidades de su gran silencio. Y ese silencio es fuerza y firmeza, paz y felicidad.

No hay duda de que existe una relación secreta de estrecha afinidad entre sufrimiento y redención, suponiendo que el sufrimiento no llevó al hombre al abismo negativo de la amargura y la desesperación, sino que lo hizo elevarse a la altura positiva de la paz y la alegría.

La alegría que viene del sufrimiento es la redención.

Este es el misterio más profundo de Cristo Redentor, que nunca ha sido explicado por ninguna teología; es la última frontera que el hombre puede alcanzar, aquí en la tierra, y quizás, en todos los otros mundos de su evolución.

La cruz telúrica del Calvario tiene el tallo inferior más largo, porque todavía está unida a la tierra, como un sufrimiento doloroso.

La cruz cósmica de la transfiguración en Tabor tiene los cuatro puntos iguales, porque flota libremente en el espacio, como la alegría que nació del sufrimiento.

La alegría parece tener algo profano e impuro, y por esta razón, ciertas personas que se entregan a las prácticas espirituales, que llevan una vida contemplativa con mortificación de los sentidos, la detestan, pero cuando la alegría pasa por el fuego del sufrimiento, pierde todas las impurezas tornándose enteramente sagrada, como la luz de la Divinidad.

Una vez que el hombre entró en esta zona de alegría espiritual, producto del sufrimiento redentor, todas las cosas en su vida material experimentan una metamorfosis inexplicable. Hay purificación e iluminación general en todos los sectores de su vida.

En primer lugar, este hombre ya no necesita impulsos externos para estar alegre y feliz, ya que tiene, dentro de sí mismo, la fuente perenne de alegría y felicidad.

Segundo, las cosas más insignificantes e ingenuas en el mundo externo son causa de alegría pura, profunda e intensa. Una flor al costado del camino, el zumbido de un insecto, el canto de un pájaro, la sonrisa de un niño, el susurro del viento en las ramas, las blancas arenas de una playa, una palabra amable, el sonido de una campana en la distancia, el brillo de una estrella: todo actúa sobre él como una suave caricia, todo trae fragancias del Infinito, todo es un mensaje para él del poder y el amor de Dios.

“Te doy mi paz, para que mi alegría pueda estar en ti, y tu alegría sea perfecta, y nadie más te quite la alegría” - palabras como estas solo pueden entenderse, en toda su intensidad, solo por el hombre que descubrió el misterio de la alegría a través del sufrimiento.

Solo este hombre, plenamente realizado, puede ser un redentor para otros que necesitan redención. 

JOY!

My peace I give unto you, that my joy may be in you and that no one takes away your joy.”

This was the message of peace and the joy of a man who was only a few hours away from facing the greatest humiliation through the most painful deaths.

Almost every Christian in the world is accustomed to read and hear that Christianity is the religion of the cross and suffering because it is the message of renunciation and sacrifice. And as the deepest and most vehement cry of human nature and all beings is the longing for abundant life and perfect joy, few men are willing to embrace the soul of Christianity in all its plenitude, content only with certain external practices. Christianity and joy are two opposite poles for these Christians, eternally incompatible, like darkness and light. Suffering and sacrifice seem to them anti-vital, deeply negative things in its selves since life is essentially an affirmation.

And yet, Jesus asserts that his message to humanity is essentially a message of peace and perfect joy. With it, man faces a difficult mystery, coming to seriously doubt the truth about what the vast majority of humans understand by Christianity.

So long as a profane man does not discover the light of joy through the darkness of suffering, his Christianity is not guaranteed. All that is difficult and sacrificed is, by its very nature, precarious and uncertain - only what is easy, light, and gives pleasure is that it guarantees perpetuity for the unsuspecting man.

Christianity is essentially a message of perfect joy, even in the present life, for it is a joy based on peace. Where there is no deep and solid peace, grounded in truth, there can be no perfect and lasting joy. Under any circumstances, joy cannot be the product of illusion, even if it were the most beautiful illusions.

The joy of the profane man is something merely external, peripheral because it is motivated by objects or external events and can, for this very reason, quickly turns to sadness and despair. Only a joy coming from within man, from the truth of his intimate nature, is that it is solid and indestructible.

If a man is not harmonized with God, he is not harmonized with himself; having any peace, it is impossible to have true joy, for it presupposes peace and harmony. A single degree of joy born of inner peace is worth a thousand times more than a hundred degrees of joy artificially generated by external circumstances.

External pseudo-joy, arising from circumstances independent of man, can be taken away from him because it depends on something that does not depend on him. This joy is not properly his, not born of him, but was added to him unexpectedly, casually, and possibly destroyed by external circumstances.

There is a joy that has not gone through suffering - it is that of the profane, uncertain, mundane, variable, relative, fragmented.

There is suffering that knows no joy - it is that of certain men indulging in spiritual practices, living a contemplative life with mortification of senses, gloomy, pessimistic, sadistic.

And there is a joy born of suffering, quite intense sometimes and deeply comprehended - it is the joy of the Christlike men, who had to suffer all this to enter into his glory.

But it is precisely here where dwells the great mystery, whose comprehension is a spiritual gift of few initiates known by humanity. This Christlike joy is light and luminous, pure, charming; it is an echo of the worlds of God and its angels. When this kind of joy begins to emerge from a man, through his words, his gestures, his acts, his eyes, and above all through his life, the whole world seems to be another, and his soul sings a hymn for having found this defender of the eternal Divinity.

Once a man has savoured this happiness born of redemptive suffering, his joy is perfect, and no one can ever take that joy away from him, for it is the reflection and the melody of his being. This man has conquered the world; he entered into his glory, is definitely redeemed from all the sins of his life. This man has reached a fixed point of support beyond all the vicissitudes of external circumstances of nature and humanity. And he who has found his fixed centre easily and lightly dominates all the floating and shifting peripheries of the external world. Amid a world of profane noises, he dwells in the depths of his great silence. And that silence is strength and firmness, peace and happiness.

There is no doubt that there is a secret relationship of the close affinity between suffering and redemption, supposed that suffering has not caused a man to descend into the negative abyss of bitterness and despair, but in making him rise to the positive zenith of peace and joy.

Joy born of suffering is redemption.

This is the deepest mystery of Christ the Redeemer, which was never explained by any theology; it is the last frontier that man can attain, here on earth, and perhaps on all the other worlds of his evolution.

The telluric cross of Calvary has the lower rod longer because it is still attached to the earth - like painful suffering.

The cosmic cross of Tabor has all four rods of equal sizes because it floats freely in space - like the joy that arose from suffering.

Joy seems to have something profane and impure, and for this reason, certain people who indulge in spiritual practices, leading contemplative life with mortification of the senses, detest it. Still, when joy passes through the fire of suffering, it loses all impurities and leaves entirely sacred, like the light of Divinity.

Once a man has entered this zone of spiritual joy, offspring of redemptive suffering, all things of his material life undergo an inexplicable metamorphosis. There are general purification and enlightenment in all areas of his life.

First, this man no longer needs external impulses to be happy since he possesses perennial joy and happiness.

Secondly, the external world's most insignificant and naive things give him pure, deep, and intense joy. A flower by the roadside, the buzz of an insect, the song of a bird, the smile of a child, the wind rustling the leaves, the white sands of a beach, a friendly word, the beating of a bell in the distance, the radiance of a star. Everything acts upon him as a gentle caress, everything brings fragrances of the Infinite, everything is for him a message of the power and love of God.

“I give you my peace, so that my joy may be in you, and your joy is perfect, and let no one else take your joy from you”. Words like these can only be comprehended in all their intensity, only by a man who discovered the mystery of joy through suffering.

Only this man, fully realized, can be a redeemer for others in need of redemption.

Tuesday 29 June 2021

AS IGREJAS

As numerosas igrejas e seitas cristãs do mundo afirmam que foram fundadas por Jesus; entretanto, ele não fundou nenhuma igreja. Todas as igrejas são de fundação humana, e, assim sendo, tem a sua finalidade pedagógica e educativa.

Jesus proclamou o "Reino de Deus," que não é uma organização externa, visível, de caráter jurídico, porque "o reino de Deus está dentro de Vós". O reino de Deus é uma experiência divina dentro da alma humana, experiência que se revela como verdade, santidade, amor, caridade, pureza, benevolência, alegria espiritual.

A palavra "igreja" é derivada do termo grego ekklesia, que vem de ekkaléo (ek = fora, kaléo = chamar, "chamar para fora," ou evocar, selecionar do meio de uma grande massa). A igreja representa, então, uma elite selecionada do meio de uma massa profana, o pequeno rebanho de que Jesus fala aos seus discípulos; são os poucos escolhidos.

O que determina a participação na igreja ou no reino de Deus, não é uma determinada cerimonia ritual (batismo), nem a aceitação desta ou daquela forma de credo, mas é o "renascimento pelo espírito."

Se Jesus tivesse fundado uma igreja no sentido teológico da palavra, uma organização eclesiástica de caráter jurídico-burocrático, como são as igrejas, ele não seria o Cristo ao qual "foi dado todo o poder no céu e na terra"; não seria o "Filho Unigênito de Deus," porque semelhante iniciativa teria empobrecido o seu caráter. Neste caso, ele seria, quando muito, um inteligente sociólogo e hábil codificador de preceitos e proibições, como Tomás de Aquino ou Gregório VII. Atribuir a Jesus qualquer Teologia Dogmática, Teologia Moral ou Código Eclesiástico, seria revoltante blasfêmia. Nenhum gênio cósmico de experiência divina se degrada ao ponto de organizar uma sociedade ou escrever um livro para garantir a perpetuação das suas doutrinas, porque tem ilimitada confiança na omnipotência e imortalidade da Verdade em si mesma, sem suporte e auxílios externos. "Eu vos enviarei o espírito da verdade, e ele vos introduzirá em toda a verdade e vos lembrará tudo quanto vos tenho dito, porque tomará do que é meu e os anunciará" - esta sim, é a linguagem do gênio cósmico que baseia a eternidade da sua doutrina na presença e atuação infalível do espírito da Verdade, que não depende de nenhuma organização eclesiástica.

Nem a hierarquia eclesiástica nem a existência da Bíblia são o fundamento do Cristianismo; mas é a atuação invisível do "Espírito da Verdade" através dos séculos e milênios; e essa presença e atividade do espírito de Deus não dependem de nenhuma organização nem de um livro. "O espírito sopra onde quer." "Eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" - esta indefectível presença do espírito do Cristo é que é a garantia única da perpetuidade e infalibilidade da igreja.

As igrejas, sendo uma iniciativa humana, são relativamente necessárias, diante da imperfeição da humanidade, que necessita ainda de muletas e escoras externas para sua evolução espiritual, pois prova que falta a essa humanidade suficiente firmeza interna. Se os homens tivessem segurança interna não necessitariam dessa segurança externa. Neste sentido, as igrejas cumprem o seu papel pedagógico – assim como uma mãe cumpre a sua missão guiando pela mão um filho incapaz de andar por si só.

O mal não está na existência de igrejas, que são relativamente necessárias enquanto a humanidade não estiver devidamente cristificada e com perfeita autonomia espiritual; o mal está em que essas igrejas se digam fundadas por Jesus, e muitas delas não permitirem a seus filhos ultrapassarem os limites dos dogmas por elas traçados como sendo revelação de Deus. Assim como o dia mais glorioso para o educador ou o mestre, é aquele em que ele se tornar supérfluo e dispensável, por ter levado seu educando à perfeita autonomia ético-espiritual – e dessa maneira, a igreja também terá cumprido integralmente a sua tarefa no dia e na hora em que ela se tornar supérflua, por ter conduzido as almas a Deus.

Infelizmente, as igrejas fazem da sua missão pedagógica uma profissão lucrativa para a classe privilegiada de seus ministros, servindo-se de palavras sagradas para cercarem de prestígio político-social seus membros e promoverem a sua prosperidade econômico-financeira, mantendo o povo na ignorância das grandes revelações de Deus, pois eles sabem que o homem conhecedor do espírito do Cristo passará, um dia, da sujeição imposta pela teologia eclesiástica para a autonomia espiritual.

A igreja deve ser educadora do povo – mas não intermediária entre o homem e Deus, fazendo depender da sua atuação ou não, o efeito da redenção do Cristo no homem, ou da sua frustração. O efeito dessa redenção é independente da presença ou ausência de um ministro eclesiástico, embora este ministro possa auxiliar a aplainar os caminhos que levam a essa redenção, suposto, naturalmente, que ele mesmo seja um verdadeiro remido.

‘A religião da humanidade do futuro, será a mística!’, isto é, o autoconhecimento e a auto-realização - escreveu o grande iniciado Sarvepalli Radhakrishnan (1888-1975), antigo homem de estado da Índia.

Texto revisado, extraído do livro Orientando para a Auto-Realização

LAS IGLESIAS

Las numerosas iglesias y sectas cristianas en el mundo afirman que fueron fundadas por Jesús; sin embargo, él mismo no fundado ninguna iglesia. Todas las iglesias tienen una base humana y, por lo tanto, tienen su propósito pedagógico y educativo.

Jesús proclamó el "Reino de Dios", que no es una organización externa, visible y jurídica, porque "el reino de Dios está dentro de ti". El reino de Dios es una experiencia divina dentro del alma humana, una experiencia que se revela como verdad, santidad, amor, caridad, pureza, benevolencia, alegría espiritual.

La palabra "iglesia" se deriva del término griego ekklesia, que proviene de ekkaléo (ek = afuera, kaléo = llamar, "llamar para afuera" o evocar, seleccionar del medio de una gran masa). La iglesia representa a una élite seleccionada en medio de una masa impía, el pequeño rebaño que Jesús habla a sus discípulos; son los pocos elegidos.

Lo que determina la participación en la iglesia o en el reino de Dios no es una ceremonia ritual específica (bautismo), ni la aceptación de esta o aquella forma de credo, sino que es "renacimiento por el espíritu".

Si Jesús hubiera fundado una iglesia en el sentido teológico de la palabra, una organización eclesiástica de carácter jurídico-burocrático, como lo son las iglesias, no sería el Cristo a quien "se le dio todo el poder en el cielo y en la tierra"; él no sería el "Hijo Unigénito de Dios", porque tal iniciativa habría empobrecido su carácter. En este caso, sería, en el mejor de los casos, un sociólogo inteligente y un codificador experto de preceptos y prohibiciones, como Tomás de Aquino o Gregorio VII. Atribuir a Jesús cualquier teología dogmática, teología moral o código eclesiástico, sería una blasfemia repugnante. Ningún genio cósmico de la experiencia divina se degrada hasta el punto de organizar una sociedad o escribir un libro para garantizar la perpetuación de sus doctrinas, porque tiene una confianza ilimitada en la omnipotencia e inmortalidad de la Verdad misma, sin apoyo y asistencia externos. "Te enviaré el espíritu de verdad, y él te introducirá en toda la verdad y te recordará todo lo que te he dicho, porque tomará lo que es mío y lo anunciará", este es el lenguaje del genio cósmico que basa la eternidad de su doctrina en la presencia y el desempeño inagotable del espíritu de la Verdad, que no depende de ninguna organización eclesiástica.

Ni la jerarquía eclesiástica ni la existencia de la Biblia son los cimientos del cristianismo; pero es la acción invisible del "Espíritu de la Verdad" a través de los siglos y milenios; y esa presencia y actividad del espíritu de Dios no depende de ninguna organización o libro. "El espíritu sopla donde quiere". "Estoy contigo todos los días hasta el fin del mundo". Esta presencia indefectible del espíritu de Cristo es la única garantía de la perpetuidad e infalibilidad de la iglesia.

Las iglesias, siendo una iniciativa humana, son relativamente necesarias, dada la imperfección de la humanidad, que todavía necesita muletas y accesorios externos para su evolución espiritual, ya que demuestra que esta humanidad carece de suficiente fuerza interna. Si los hombres tuvieran seguridad interna, no necesitarían esa seguridad externa. En este sentido, las iglesias cumplen su función pedagógica, así como una madre cumple su misión al guiar a un hijo incapaz de caminar por sí mismo.

El mal no está en la existencia de iglesias, que son relativamente necesarias hasta que la humanidad esté debidamente crística y con perfecta autonomía espiritual; lo malo es que estas iglesias afirman haber sido fundadas por Jesús, y muchas de ellas no permiten que sus hijos excedan los límites de los dogmas que han dibujado como una revelación de Dios. Al igual que el día más glorioso para el educador o maestro, es el día en que se vuelve superfluo y prescindible, por haber llevado a su alumno a una autonomía ético-espiritual perfecta, y de esta manera, la iglesia también habrá cumplido plenamente su tarea en día y hora cuando se vuelve superfluo, por haber llevado almas a Dios.

Desafortunadamente, las iglesias hacen de su misión pedagógica una profesión lucrativa para la clase privilegiada de sus ministros, usando palabras sagradas para rodear a sus miembros con prestigio político y social y promover su prosperidad económica y financiera, manteniendo a la gente en la ignorancia de las grandes revelaciones de Dios, porque saben que el hombre que conoce el espíritu de Cristo, algún día, pasará de la sujeción impuesta por la teología eclesiástica a la autonomía espiritual.

La iglesia debe ser un educador de la gente, pero no un intermediario entre el hombre y Dios, haciendo que, dependiendo de su desempeño o no, el efecto de la redención de Cristo en el hombre o su frustración. El efecto de esta redención es independiente de la presencia o ausencia de un ministro eclesiástico, aunque este ministro puede ayudar a allanar los caminos que conducen a esta redención, presumiblemente, por supuesto, que él mismo es un verdadero redimido.

"¡La religión de la humanidad del futuro será la mística!", Es decir, autoconocimiento y autorrealización, escribió el gran iniciado Sarvepalli Radhakrishnan (1888-1975), un ex estadista indio.

THE CHURCHES

The numerous Christian churches and sects of the world claim that they were founded by Jesus; however, he founded no church. All churches are of human foundation and, as such, have their pedagogical and educational purpose.

Jesus proclaimed the "Kingdom of God," which is not an external, visible, juridical organization because "the kingdom of God is within you." The kingdom of God is a divine experience within the human soul, an experience that is revealed as truth, holiness, love, charity, purity, benevolence, spiritual joy.

The word "church" is derived from the Greek term ekklesia, which comes from ekkaléo (ek = out, kaléo = to call, "to call out," or to evoke, to select from the middle of a great mass). So, the church represents an elite selected from the midst of a profane mass; the small flock of which Jesus speaks to his disciples; are the few chosen.

What determines participation in the church or kingdom of God is not a certain ritual ceremony (baptism), nor the acceptance of this or that form of creed, but it is the "rebirth by the spirit."

If Jesus had founded a church in the theological sense of the word, an ecclesiastical organization of juridical-bureaucratic characters, such as the churches, he would not be the Christ to whom "all power was given in heaven and on earth"; would not be the "only begotten Son of God," for such an initiative would have impoverished his character. In this case, he would be at best an intelligent sociologist and skilled codifier of precepts and prohibitions, such as Thomas Aquinas or Gregory VII. Attributing to Jesus, any Dogmatic Theology, Moral Theology or Ecclesiastical Code would be revolting blasphemy. No cosmic genius of divine experience degrades to the point of organizing any society or writing a book to ensure the perpetuation of its doctrines because it has unlimited confidence in the omnipotence and immortality of the Truth itself, without support and external aids. "I will send you the spirit of truth, and it will bring you into all truth, and it will remind you of all that I have said to you, for it will take of what is mine and will announce it" - this is the language of the cosmic genius which bases the eternity of his doctrine on the presence and unfailing performance of the spirit of Truth, which does not depend on any ecclesiastical organization.

Neither the ecclesiastical hierarchy nor the existence of the Bible is the foundation of Christianity. Still, it is the invisible performance of the "Spirit of Truth" through the centuries and millennia, and this presence and activity of the spirit of God do not depend on any organization or a book. "The spirit blows where it wants." "I am with you unto the end of the world" - this unfailing presence of the spirit of Christ is the sole guarantee of the perpetuity and infallibility of the church.

Being a human initiative, the churches are relatively necessary when facing the imperfection of our humanity, which still needs external crutches and struts for its spiritual evolution since it proves that this humanity lacks sufficient inner firmness. If men had inner security, they would not need such external security. In this sense, churches fulfil their pedagogical role - just as a mother fulfils her mission by guiding a child unable to walk by itself.

Evil is not in the existence of churches, which are relatively necessary as long as mankind is not properly christified and with perfect spiritual autonomy; the trouble lies in the fact that these churches claim to be founded by Jesus, and many of them do not allow their children to go beyond the limits of the dogmas they portray as the revelation of God. Just as the most glorious day for the educator or teacher is one in which it becomes superfluous and expendable, for having brought them into a perfect ethical-spiritual autonomy – and so the church will also have fulfilled its deeds in the day and hour when it becomes superfluous for having lead souls to God.

Unfortunately, churches make from their pedagogical mission a lucrative profession for the privileged class of its ministers, using sacred words to surround them with political and social prestige and to promote economic and financial prosperity, keeping people in ignorance of the great revelations of God, for they know that man who is cognizant of the spirit of Christ will one day pass from the subjection imposed by ecclesiastical theology to spiritual autonomy.

Churches should educate people - but not in being the intermediary between man and God, making the effect of Christ's redemption on man or his frustration dependent upon its performance or not. The effect of this redemption is independent of the presence or absence of an ecclesiastical minister. However, it may help smooth out the paths leading to this redemption, presumably, of course, that this minister itself is redeemed.

"The religion of future humanity will be transcendent, mystical!", that is, self-knowledge and self-realization - wrote the great initiated Sarvepalli Radhakrishnan (1888-1975), a former Indian statesman.

NASCER E MORRER SÃO PURAS REALIDADES OBJETIVAS

É uma das ideias mais absurdas pensar que a morte possa fazer do homem, o que a vida não o pôde fazer. Nascer e morrer são meras realidades objetivas, que, por si só, não afetam o seu destino real. Somente o viver intenso, em um nível de consciência mais elevado, é que põem o homem em contato com mundos mais reais. Portanto, nascer e morrer são determinismos externos que dependem de fatores alheios ao seu verdadeiro ser.

O homem nasce pela relação de seus genitores; vive fisicamente graças aos alimentos que assimila; morre em consequência de uma doença, de um acidente ou de longevidade. Mas nada disso atinge a sua verdadeira realidade, que é o seu livre-arbítrio, sua autodeterminação, esse misterioso e glorioso “poder de ser causa própria.”

Einstein e todos aqueles que pensam logicamente, dizia que “do mundo dos fatos (a ciência) não existe nenhum caminho para o mundo dos valores (a consciência), porque estes vêm de outra região”, deixando claro que o valor é uma creação do livre-arbítrio, que não acontece à sua revelia pois é produto da vontade, e fato é apenas um acontecimento histórico do qual o homem é um objeto passivo, mas não sujeito ativo. Dos valores, o homem é o autor, mas dos fatos, apenas expectador.

A creação de valores depende do livre-arbítrio, quer dentro ou fora do corpo material, em qualquer parte do Cosmos, em qualquer ambiente - material, etérico, astral, causal, mental, etc., funciona o livre arbítrio, ambiente esse que pode facilitar ou dificultar o exercício da vontade creadora de valores, porém, nenhum ambiente o pode impossibilitar. Em qualquer ambiente, dentro ou fora do mundo material, se pode afirmar, como o poeta inglês do “INVICTUS”: “Eu sou dono e senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha alma”.

Portanto, essa “região” de que fala Einstein, é a autodeterminação do livre arbítrio, que não depende de nenhum fato objetivo; a substância Eu, é independente das circunstâncias do ego tirânico.

 

INVICTUS

Do fundo desta noite que persiste

A me envolver em breu - eterno e espesso,

A qualquer deus - se algum acaso existe,

Por minha alma que não se pode julgar, agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,

Sob os golpes que o acaso atira e acerta,

Nunca me lamentei - e ainda trago

Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,

Somente o horror das trevas se divisa;

Porém o tempo, a consumir-se em fúria,

Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreito o caminho - eu não desanimo,

Nem por pesada a mão que o mundo abate;

Eu sou dono e senhor de meu destino;

Eu sou o comandante de minha alma.            William Ernest Henley (1849–1903)

 

Texto revisado, extraído em parte do livro Luzes e Sombras da Alvorada 

NACIMIENTO Y MUERTE SON MERAS REALIDADES OBJETIVAS

Es una de las ideas más absurdas pensar que la muerte puede hacer al hombre lo que la vida no pudo hacer. Nacer y morir son meras realidades objetivas que, por sí mismas, no afectan su destino real. En un nivel superior de conciencia, solo una vida intensa pone al hombre en contacto con mundos más reales. Por tanto, nacer y morir son determinismos externos que dependen de factores ajenos a su verdadero ser.

El hombre nace por voluntad y misericordia de sus padres; vive gracias a la comida asimilada; muere por enfermedad, accidente o longevidad. Sin embargo, nada de esto toca su verdadera realidad, que es su libre albedrío, su autodeterminación, este misterioso y glorioso “poder de ser la propia causa”.

Einstein y todos los que piensan lógicamente dije que “desde el mundo de los hechos (ciencia), no hay camino al mundo de los valores (conciencia), porque vienen de otra región”, dejando claro que el valor es una creación del libre albedrío, que no ocurre por defecto porque es producto de la voluntad. Un hecho es simplemente un acontecimiento histórico en el que el hombre es un objeto pasivo, pero no un sujeto activo. De los valores, el hombre es el autor, pero de los hechos, es solo un espectador.

La creación de valores depende del libre albedrío, ya sea dentro o fuera del cuerpo material. En cualquier parte del Cosmos, en cualquier entorno: material, etérico, astral, causal, mental, etc., el libre albedrío funciona. Un entorno que puede facilitar o dificultar el ejercicio de la voluntad de crear valores. Sin embargo, ningún entorno puede hacerlo imposible; en cualquier entorno, dentro o fuera del mundo material, se puede decir, como el poeta inglés de “INVICTUS”: “Soy el amo de mi destino, soy el capitán de mi alma”.

Por tanto, la “región” de Einstein mencionada es la autodeterminación del libre albedrío, que no depende de ningún hecho objetivo; la sustancia del Yo es independiente de las circunstancias del ego tiránico.

 

INVICTUS

Más allá de la noche que me cubre,

negra como el abismo insondable,

doy gracias al dios que fuere

por mi alma inconquistable.

En las garras de las circunstancias

no he gemido ni llorado.

Sometido a los golpes del destino

mi cabeza sangra, pero está erguida.

Más allá de este lugar de ira y llantos

donde yace el horror de la sombra,

la amenaza de los años

me halla, y me hallará sin temor.

No importa cuán estrecho sea el camino,

ni cuán cargada de castigos la sentencia,

soy el amo de mi destino,

soy el capitán de mi alma.             William Ernest Henley (1849–1903)

 

BIRTH AND DEATH ARE MERE OBJECTIVE REALITIES

It is one of the most absurd ideas to think that death can do to man what life could not do. Being born and dying are mere objective realities, which, by themselves, do not affect his real destiny. On a higher level of consciousness, only intense living places man in contact with more real worlds. Therefore, being born and dying are external determinisms that depend on factors foreign to his true being.

Man is born by the will and mercy of his parents; he lives thanks to the food assimilated; dies due to illness, accident or longevity. However, none of this touches his true reality, which is his free will, his self-determination, this mysterious and glorious “power of being the own cause.”

Einstein and all those who think logically said that “from the world of facts (science), there is no path to the world of values (consciousness), because they come from another region”, making it clear that value is a creation of the free will, which does not happen by default because it is a product of the will. A fact is just a historical event in which man is a passive object but not an active subject. Of values, man is the author, but of facts, he is just a spectator.

The creation of values depends on free will, whether inside or outside the material body. In any part of the Cosmos, in any environment - material, etheric, astral, causal, mental, etc., free will works. An environment that can facilitate or hinder the exercise of the will to create values. However, no environment can make it impossible; in any environment, inside or outside the material world, one can say, as the English poet of “INVICTUS”: “I am the master of my fate, I am the captain of my soul”.

Therefore, Einstein's “region” mentioned is the self-determination of the free will, which does not depend on any objective fact; the Self substance is independent of the tyrannical ego’s circumstances. 

 

INVICTUS

Out of the night that covers me,

Black as the pit from pole to pole,

I thank whatever gods may be

For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance

I have not winced nor cried aloud.

Under the bludgeoning's of chance

My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears

Looms but the horror of the shade,

And yet the menace of the years

Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,

How charged with punishments the scroll,

I am the master of my fate,

I am the captain of my soul.        William Ernest Henley (1849–1903)


Monday 28 June 2021

A LIBERDADE NO SER HUMANO

Não existe liberdade completa em nenhuma creatura; só o Creador é que é absolutamente livre.  Liberdade é potência, plena liberdade é plena potência ou onipotência.  Se o homem fosse totalmente livre, seria onipotente, igual ao Creador.  Os diversos graus de liberdade são herança inicial de cada indivíduo - das conquistas de cada um no plano do seu evolver espiritual - e essa herança não corre por conta da liberdade do homem; é dom gratuito do Creador, é graça divina, que tem que ser conquistada.  O Creador fez o homem o menos possível, para que ele faça de si mesmo, o máximo possível.  Nem mesmo o livre arbítrio no homem - determinado pelo uso de sua razão, consciência - o faz ser um ser onipotente, pois forças que estão além da compreensão do homem profano, exercem um fator controlador.

O homem é suficientemente livre para ser responsável pelos seus atos conscientes, sendo por isso autor responsável pelo bem ou pelo mal que praticar, mas o grau de liberdade e responsabilidade moral e ética não é o mesmo em todos os homens.

Há homens que não produzem fruto espiritual, porque o seu terreno interior é por demais profano e devassado, como uma estrada pública, onde a semente da palavra de sabedoria enviada pelos Mestres é pisada pelos pés dos transeuntes e devorada por entidades estranhas ao mundo espiritual. Essas sementes nem sequer chegam a brotar.

Há homens que são almas puramente sentimentais; ouvem a manifestação das palavras com gosto, ao ponto de verterem lágrimas de emoção, mas logo que a realização dessa palavra lhes custe sacrifício pessoal, desistem por falta de profundidade e experiência espiritual.  Nessas pessoas a semente divina brota rapidamente, mas não frutifica.

E existem homens ainda que, depois de receberem essas pérolas de sabedoria, as sufocam sob um acervo de prazeres e solicitudes mundanas, de maneira que o sujeito do seu Eu essencial e divino, é asfixiado pelos objetos do seu ego humano, e não produzem fruto.

Neste sentido, as religiões com suas igrejas que estabelecem com dogmas e rituais, o culto da clausura, com suas prisões e algemas a que submetem seus fiéis - ainda infantes das coisas do espírito – acabam mantendo-os na visão estreita do caminho da realização, como “cegos sendo conduzidos por outros cegos”.

Somente uma pequena porcentagem de almas humanas se colocam em terreno propício para brotar, florescer e frutificar.  Mas, mesmo entre esses, há notável diferença de fertilidade.  O “terreno bom” dessas almas não é todo igual.  Todos produzem, mas o resultado é variado, de acordo com a maior ou menor receptividade de cada um. Essa receptividade, porém, é fruto da liberdade humana.

Texto em parte, extraído do livro Assim Dizia o Mestre