Tuesday 29 June 2021

NASCER E MORRER SÃO PURAS REALIDADES OBJETIVAS

É uma das ideias mais absurdas pensar que a morte possa fazer do homem, o que a vida não o pôde fazer. Nascer e morrer são meras realidades objetivas, que, por si só, não afetam o seu destino real. Somente o viver intenso, em um nível de consciência mais elevado, é que põem o homem em contato com mundos mais reais. Portanto, nascer e morrer são determinismos externos que dependem de fatores alheios ao seu verdadeiro ser.

O homem nasce pela relação de seus genitores; vive fisicamente graças aos alimentos que assimila; morre em consequência de uma doença, de um acidente ou de longevidade. Mas nada disso atinge a sua verdadeira realidade, que é o seu livre-arbítrio, sua autodeterminação, esse misterioso e glorioso “poder de ser causa própria.”

Einstein e todos aqueles que pensam logicamente, dizia que “do mundo dos fatos (a ciência) não existe nenhum caminho para o mundo dos valores (a consciência), porque estes vêm de outra região”, deixando claro que o valor é uma creação do livre-arbítrio, que não acontece à sua revelia pois é produto da vontade, e fato é apenas um acontecimento histórico do qual o homem é um objeto passivo, mas não sujeito ativo. Dos valores, o homem é o autor, mas dos fatos, apenas expectador.

A creação de valores depende do livre-arbítrio, quer dentro ou fora do corpo material, em qualquer parte do Cosmos, em qualquer ambiente - material, etérico, astral, causal, mental, etc., funciona o livre arbítrio, ambiente esse que pode facilitar ou dificultar o exercício da vontade creadora de valores, porém, nenhum ambiente o pode impossibilitar. Em qualquer ambiente, dentro ou fora do mundo material, se pode afirmar, como o poeta inglês do “INVICTUS”: “Eu sou dono e senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha alma”.

Portanto, essa “região” de que fala Einstein, é a autodeterminação do livre arbítrio, que não depende de nenhum fato objetivo; a substância Eu, é independente das circunstâncias do ego tirânico.

 

INVICTUS

Do fundo desta noite que persiste

A me envolver em breu - eterno e espesso,

A qualquer deus - se algum acaso existe,

Por minha alma que não se pode julgar, agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,

Sob os golpes que o acaso atira e acerta,

Nunca me lamentei - e ainda trago

Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,

Somente o horror das trevas se divisa;

Porém o tempo, a consumir-se em fúria,

Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreito o caminho - eu não desanimo,

Nem por pesada a mão que o mundo abate;

Eu sou dono e senhor de meu destino;

Eu sou o comandante de minha alma.            William Ernest Henley (1849–1903)

 

Texto revisado, extraído em parte do livro Luzes e Sombras da Alvorada 

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