O antigo lema atribuído a Victor Hugo, poeta, escritor e humanista francês: “abrir uma escola é fechar uma cadeia”, apesar de todo seu idealismo, é de muita ingenuidade, pois a experiência da realidade prova que os grandes malfeitores da humanidade não foram analfabetos, mas, sim, homens que não educaram a consciência.
O verdadeiro sentido de uma escola é intensificar a consciência. Nem o Estado, os governos, nem as igrejas, estão interessados nesse processo de conscientização. A grande maioria dos governos - com a finalidade de que a sociedade sobreviva - estão mais interessados em instrução, em conferir diplomas, mesmo que o candidato tenha dificuldades no aprendizado. E as igrejas limitam-se apenas à moralização, no entanto, elas mesmas sofrem de decrepitude moral.
No entanto, nem instrução nem moralização tornam o homem em um indivíduo melhor.
Há muitos séculos, que a educação se transformou em instrução apenas. Todos os países do mundo dispõem de um Ministério da Educação, mas esses órgãos tratam apenas da instrução do ego periférico, intelectual, dando à esse método de ensino, o nome fictício de “educação humana”.
Ninguém pode educar ninguém. Não é possível. Os governos entendem educação como algo transitivo, do professor para o aluno. Isso só é possível no nível da ciência, da física, biologia, etc. Mas não é possível no nível da consciência, da metafísica. A verdadeira educação é intransitiva, ou seja, que não se pode passar ou ser transmitida a outros. Nem mesmo os grandes mestres da humanidade conseguiram educar, e dois exemplos significativos são o de Mahatma Gandhi e Jesus. Gandhi, que ainda vivo, logo após ter recebido os tiros fatais, pediu que seu algoz não fosse justiçado, no entanto, seu pedido não foi ouvido e o assassino foi executado. Jesus não conseguiu educar seus discípulos com palavras, do contrário Judas não o teria traído; os demais debandaram com medo de serem perseguidos e executados, e só se auto educaram na manhã de Pentecostes, quando o espírito da verdade, que neles despertou, os transformou completamente.
Via de regra, se espera que os níveis de consciência dos seres humanos mudem no decorrer dos anos, pois não são estáticos, são dinâmicos. A verdade pode ser absoluta, mas o conhecimento dela é elástico, progressivo. Se fôssemos múmias com a habilidade para nos petrificarmos e fossilizarmos em museus, poderíamos afirmar nossas convicções do passado.
A educação do homem integral é a experiência de autoeducação. É o homem educando a si mesmo, e essa experiência de autoeducação pode beneficiar indiretamente outras pessoas, desde que o educador se auto eduque, e se auto realize. Portanto, eu me educo!
Onde há plenitude de auto realização, há um transbordamento na forma de vibrações benéficas. É como uma luz muito intensa que, além do ambiente onde se localiza, ilumina a vizinhança também.
Mahatma Gandhi disse: “Quando um único homem chega à plenitude do amor, neutraliza o ódio de muitos milhões.” O oposto é igualmente verdadeiro: quando um homem chega à plenitude do ódio, sua maldade se dissemina por toda parte, e um exemplo são as guerras e todo tipo de violência que degradaram horrivelmente a humanidade. São guerras de ódio, principalmente a última guerra mundial, quando o nazismo provocou a morte de milhões de pessoas só porque eram judias ou minorias não aceitas pelo regime e outros muitos milhões, civis e militares que foram trucidados.
A humanidade ainda não se recuperou dos danos morais e espirituais da última guerra, e continua rondando ativamente entre os homens, uma atmosfera mundial de ódio, pois que a vasta maioria dos homens ainda rasteja pelas planícies estéreis da mediocridade. Todas as guerras, todos os atos de violência que continuam existindo nos prejudicam, pois dificultam o relacionamento humano e consequentemente a auto realização, pois o triunfo da violência sempre culmina num festival de luto.
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