“Sem resistência, não há evolução”, é uma frase que aparece no livro “A Gnose de Princeton”, do filósofo francês, Raymond Ruyer, em que ele apresenta seus próprios pontos de vista filosóficos sob o pretexto de estar representando as visões de um grupo imaginário de cientistas americanos e outros especialistas internacionais, numa profunda cosmovisão sobre o mundo e o homem, na “teoria da consciência de todos os seres vivos”.
E esta mesma verdade, foi enunciada simbolicamente no Genesis, onde Moisés fala do “sopro de Deus” em contraste com o “sibilo da serpente”, para dar início a evolução da humanidade.
A Natureza toda confirma este fato; toda ela se baseia na lei da polaridade. Luz, calor e força resultam de dois polos elétricos, positivo e negativo; se os filamentos da lâmpada não oferecessem resistência à passagem da corrente elétrica, não haveria luz.
Se a resistência do aquecedor não oferecesse dificuldade à passagem da corrente elétrica, não teríamos calor.
Se o enrolamento do dínamo não obrigasse a corrente a um longo percurso, não teríamos força no motor elétrico.
Todo o macrocosmo sideral se baseia nessa bipolaridade, oposição entre atração e repulsão, cujo equilíbrio produz a harmonia no Universo.
Não teríamos energia atômica e nuclear, se a oposição entre prótons e eléctron não fossem concentradas.
Não teríamos vida orgânica superior, se os polos masculino e feminino, não combinassem seus genes complementares.
Evolução é resistência, oposição, dificuldade, luta, sofrimento, vitoriosamente superados e harmonizados.
Onde não há luta, não há possibilidade de vitória – e onde não há vitória não há evolução.
- Involução é descida fácil.
- Estagnação é o estado de inércia.
- Evolução é subida dinâmica.
O homem é aqui na terra, a creatura mais creadora. A creatura creadora pode melhorar o seu potencial de creatividade herdada do Creador, baseada na resistência vencida.
Existem três classes de sofredores:
- a retaguarda dos derrotados,
- o exército dos conformados,
- a vanguarda dos vitoriosos.
Somente a terceira classe soube fazer do fator resistência ou dificuldade, uma oportunidade para progresso e evolução ascensional.
Sem resistência vencida, não há evolução superior.
Diz Francisco Otaviano, inspirado poeta brasileiro do período romântico:
“Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu”.
E, em verdade, para consolidar essa ideologia da necessidade da resistência e do sofrimento para a evolução espiritual do homem, Jesus, em suas palavras de despedida, afirma aos seus discípulos: “Disse-vos isto para que tenhais a paz em mim. No mundo passareis tribulações; mas tendes confiança; eu venci o mundo”.
O caminho da auto-realização é o “caminho estreito e a porta apertada.”
A resistência é necessária à evolução do homem.
Texto revisado extraído do livro Rumo à Consciência Cósmica
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