O homem é uma creatura que pode e deve ser livre. Mas essa libertação é uma conquista que ele mesmo tem que realizar, desenvolver, buscar. Não existe libertação provocada por fatores externos; fatores esses que podem eventualmente contribuir em determinadas situações, desde que o homem avalie sua realidade exterior, e a compare com sua realidade interior. Assim, se abrem todos os horizontes e se somam valores para a conquista da verdadeira libertação que só acontece com a autolibertação, isto é, libertação que nasce da essência interior do homem.
Quando Jesus, um dos homens mais livres que viveu neste planeta, revelou aos seus contemporâneos e às humanidades futuras, a sua experiência cósmica, nas seguintes palavras: “Conhecereis a verdade – e a verdade vos libertará”, deu a todos a chave para abrir as portas da libertação, chave essa que é o prêmio de reconhecimento pelo autoconhecimento; do conhecimento da verdade sobre o próprio homem.
A problemática da liberdade tem sido, através da cultura e da história, mal compreendida. A vastíssima maioria dos chamados educadores não atingem o verdadeiro significado e essência do “que é libertação”. Quase sempre o enfoque é político, econômico, financeiro – e neste particular sentido - uma polpuda conta bancaria é para o homem e suas ilusões, o passaporte supremo para a liberdade! Sendo que o enfoque: educação verdadeira, é raramente observado. Educar, quer dizer: “eduzir de dentro para fora”, extrair de dentro da essência do educando, suas potencialidades, para que elas se dinamizem e formem o ser educado, com novos e reais valores, onde esse ser poder afirmar um dia que ele é o resultado de suas experiências em autoeducação.
A redenção ou libertação vem de dentro do próprio homem, mas não desse homem-ego, que é precisamente o autor da sua própria escravidão, e sim do homem-Eu, do “espírito de Deus que habita no homem”. O homem-Cristo redime o homem-Satã, se este lhe abrir as portas para a consciência crística. Se o “grão de trigo” do homem-ego morrer, então a vida do homem-Eu latente nessa semente “produzirá muitos frutos”, do contrário, “ficará estéril”.
Auto redenção não é ego-redenção. A verdadeira redenção vem de dentro do homem, que é o homem-Eu, o seu centro, o seu divino Lógos ou Verbo que nele encarnou e nele habita, mas que ainda está em estado latente. Despertar em si mesmo essa vida divina dormente, e a vivenciar, isto é redenção, libertação, auto-realização.
O célebre sábio-vidente, Ramana Maharshi, certa vez afirmou que mesmo no meio da agitação do mundo moderno, o homem pode atingir auto-realização. Não é necessário se vestir de nenhuma roupa especial, usar amuletos ou ornamentos externos para se dizer religioso ou ter atingido a iluminação. Quem pensa assim, troca o erro de que “eu sou um homem mundano” por outro erro, de que: “eu sou um religioso ou iluminado” - quando é necessário libertar-se tanto desta como daquela ilusão, a fim de atingir o estado puro do “EU SOU”. O que de mim há de essencial não é afetado por lugares, aparências e circunstâncias. Por isto, o homem pode realizar o seu Eu em qualquer lugar, suposto que esse desejo seja maior que outro desejo qualquer. Verdade. Liberdade. Libertação. Felicidade: este é o caminho.
Texto revisado e em parte extraído da aba e do conteúdo do livro A Grande Libertação
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