A humanidade atual não iniciou ainda o prelúdio para o advento de uma Nova Humanidade, porque está totalmente escravizada pelo abuso das suas potencialidades e que obstruem o caminho da evolução ascensional, daí a frustação existencial e a perda da própria identidade, e por essa razão perdendo a conexão com o seu próprio destino cósmico. Todo o caos e a dolorosa problemática da humanidade atual provém da não observância das Leis da Natureza, que só aceitam meios por causa dos fins predestinados, e não meios isolados, que nada acrescentam e que não determinam um fim, que ficam estagnados e não promovem a evolução ascensional.
A cegueira humana chega a tal ponto, que a mais constante aliada e mestre do homem se encontra nas leis inerentes à natureza, e que estão ao seu redor! O homem tropeça nelas, cai com a sua cegueira e continua não querendo enxergar! Confirmando o provérbio antigo de que “o maior cego é aquele que não quer ver”. Nas Leis da Natureza, se encontram as respostas para tornar o homem consciente de seu papel no Todo Cósmico; a calma, a quietude, a serenidade, o silêncio, a abundância, a humildade. As Leis na Natureza mostram que o homem não passa de um átomo diante dessa incomensurável magnitude, e que lhe deve inspirar uma sagrada reverência ante a majestade e a inteligência de um Poder Infinito.
Os seres humanos são o resultado do meio ambiente em que vivem e no qual têm a habilidade de se identificar, desenvolvendo um caráter e personalidade próprios. E esse é o maior de seus males, em sendo o resultado desse meio ambiente, que só confere ao homem a sua falência e por isso estar enfrentando a fase primária de sua evolução, estando fortemente atrelado aos seus sentidos, às suas paixões inferiores que são pertinentes ao homem ainda no estágio infantil da sua evolução, que no sentido metafísico se pode chamar de – infância da crença. A vasta maioria dos seres humanos estão nessa fase, pois aceitam o meio ambiente em que vivem, se adaptam a ele e o pior, a ele se ajustam!
A segunda fase é a dos que por razões inerentes a seus caráteres, conseguem superar a primeira, desenvolvendo mais a inteligência, mas ainda muito atrelados aos conceitos da primeira fase. Essa fase é de maior evolução, que é a da adolescência da ciência.
E a terceira fase é a da razão, que é a da maturidade da sapiência, dos sentidos e da inteligência integrados no espírito, cuja síntese se revela como razão, que é o momento mais eloquente de seu processo evolutivo, quando o homem adquiriu a consciência para discernir o bem do mal, a verdade da impostura, o certo do errado, prosseguindo na peregrinação ascensional que o conduzirá ao zênite da sua natureza angelical.
Razão, racionalidade, não é somente espírito, espiritualidade, é o espiritual se interpondo entre o material e o mental, resultando no racional, que vive sob a luz da sapiência.
O homem racional é o homem integral, o homem universal. O homem-Razão, o homem-Lógos, o homem-Cristo, que tem a habilidade de realizar todas as aptidões herdadas do Creador, e de se aperfeiçoar cada vez mais. “Vós sois deuses!”
O homem só será perfeito e feliz quando integrar os sentidos e a inteligência, na razão.
Aqui na Terra, foi Jesus que mais perfeitamente personificou o homem integral. O local de sua vida terrestre parece um símbolo de sua vivência cósmica, pois a Palestina é um traço de união entre o ocidente e o oriente, um vínculo entre o homem material-mental e o homem espiritual. Jesus não foi materialista nem foi espiritualista – foi universalista. Nunca desprezou as coisas dos sentidos e do intelecto – e nunca desprezou as coisas do espírito – fez uma síntese entre elas. Nunca disse que o homem necessitava de coisas materiais, mas disse que veio para que o homem tenha vida e que a tenha em abundância.
Se Jesus tivesse sido um bom materialista ocidental, teria dito aos seus discípulos que só tratassem das coisas materiais, e não se interessassem pelas coisas espirituais. Se tivesse sido um bom espiritualista oriental, teria recomendado aos seus seguidores que se interessassem unicamente pelas coisas do espírito, e não pensassem no mundo da matéria, das ilusões da vida terrestre.
Tampouco afirmou que o homem devesse tratar somente do Reino de Deus; mas insistiu em primeiro lugar, que se tratasse das coisas espirituais, que é a coisa mais importante, e da harmonia (justiça, ajustamento) que vigora entre o reino das coisas espirituais e das coisas materiais, e então estas lhe seriam dadas de acréscimo, sem que o homem tivesse a necessidade de se preocupar e correr freneticamente atrás dessas coisas.
Entretanto, Jesus era um homem cósmico, integral. Sabia que o reino espiritual de Deus, é a causa e fonte das outras coisas, do mundo material-mental, e que conscientizar a causa, produz necessariamente os efeitos correspondentes – é esta a matemática metafísica-mística de Jesus.
Enquanto o homem procura “só as outras coisas”, como faz o materialista, ele é incompleto, e o homem incompleto é um homem infeliz. Se só procura o “Reino de Deus”, como faz o espiritualista, ele pode ser interiormente feliz, mas ainda é incompleto, porque, enquanto viver aqui na Terra, está desajustado, incompatível com o ambiente da sua vivência terrestre.
Nem o homem materialista, nem o homem espiritualista é o homem integral, o homem plenamente realizado, o homem realmente feliz. É necessário que o homem encontre a “justiça”, o ajustamento, a harmonia entre o “Reino de Deus” e “as outras coisas” – só então ele será completo e feliz, porque não terá mais a necessidade de correr freneticamente atrás das “outras coisas”, porque estas coisas “lhe serão dadas de acréscimo”, como um resultado, como uma consequência espontânea e infalível. Uma vez que se objetiva a causa espiritual, e conscientizada a íntima harmonia que vigora entre o mundo espiritual e o mundo material, os efeitos materiais se seguirão necessariamente à causa espiritual – e então aparecerá o homem integral, o Deus do mundo se manifestará no mundo de Deus.
Texto revisado e em parte extraído do livro Minhas Vivências...
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