Que é o Cristo? Essa pergunta foi feita por Jesus aos chefes da Sinagoga de Israel e eles responderam que o Cristo era filho de David, isto é, um descendente do rei de Israel, pai de Salomão.
Jesus não aceita a resposta, porque, de fato, o Cristo não é filho de David.
Esta confusão entre o Cristo e Jesus é muito antiga e continua até hoje.
Que é o Cristo, o Ungido, que os antigos hebreus chamavam Messias, o Enviado?
O quarto Evangelho designa o Cristo com a palavra Logos, começando o texto com essas palavras: “No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus, e o Logos era Deus”.
A palavra grega Logos é anterior à Era Cristã. Alguns filósofos antigos, designavam como Logos o espírito de Deus manifestado no Universo. Logos seria, pois, o Deus imanente, em oposição à divindade transcendente, que não é objeto de nosso conhecimento.
A Vulgata Latina traduz Logos por Verbo: “No princípio era o Verbo...”
Logos, Verbo, Cristo são idênticos e designam a atuação da Divindade Creadora, como a manifestação individual da Divindade Universal.
Neste sentido, o Cristo é Deus, mas, não é a Divindade. Dizem os livros sacros que o Cristo, a mais antiga creatura cósmica, se encarnou na pessoa humana de Jesus. E neste sentido ele diz aos homens: “Vós sois deuses”; e isso quer dizer que os homens são manifestações individuais da Divindade Universal. A primeira e a mais perfeita das manifestações da Divindade Universal, no Universo, é o Cristo, o Verbo, o Logos, que Paulo de Tarso chama acertadamente “o primogênito de todas as creaturas” do Universo.
O Cristo é anterior à creação do mundo material. Ele é, “o primogênito de todas as creaturas”. O Cristo não é creatura humana, mas a mais antiga individualidade cósmica, que, antes do princípio do mundo, emanou da Divindade Universal, mas que pode eventualmente se materializar, como no caso de Jesus.
O Cristo é Deus, mas não é a Divindade, que Jesus designa com o nome Pai: “Eu e o Pai somos um, mas o Pai é maior do que eu”.
Deus, na linguagem de Jesus, significa uma emanação individual da Divindade Universal.
A confusão tradicional entre Deus e Divindade tem dado ensejo a intermináveis controvérsias entre os teólogos. Mas o texto do Evangelho é claro: O Cristo Jesus afirmou ser Deus, mas nunca afirmou ser ele a própria Divindade.
O Genesis de Moisés principia com as palavras: “No princípio os Elohim crearam o céu e a terra”.
O quarto Evangelho, de João, abre com palavras semelhantes: “No princípio era o Logos... por ele foram feitas todas as coisas”.
Parece, pois, que as Potências Cósmicas (em hebraico Elohim) são idênticas ao Logos, pelo qual foram creadas todas as coisas.
Elohim, Logos, Verbo, Cristo – são nomes vários que designam a creatura cósmica que, antes do mundo material, emanou da Divindade transcendental.
A filosofia oriental chama a Divindade Universal de Brahman, e dá o nome de Brahma à mais antiga individualidade da Divindade.
Brahma seria igual a Deus, Cristo, Logos, Verbo.
Não existe em todo o Universo uma única creatura definitivamente realizada e incapaz de se realizar futuramente. Toda e qualquer creatura, mesmo as mais realizadas, estão sempre a caminho de realizações maiores; são, por assim dizer, sinfonias inacabadas, e mesmo a mais perfeita creatura cósmica, é passível de mais evolução, ou de realização. A vida eterna não é uma chegada, uma parada, uma meta final – é uma incessante jornada ou evolução rumo ao Infinito, sem jamais coincidir com o Infinito. Todo o finito, diz a matemática, em demanda do Infinito, está sempre a uma distância infinita.
Pantha rhei, tudo flui, diziam os filósofos da antiguidade; tudo é relativo, escreveu Einstein no século passado.
A Divindade, o Infinito, o Absoluto, não é objeto de nosso conhecimento. Tudo o que sabemos se refere ao Relativo, ao Fluídico, ao que está em incessante evolução.
Dizem os livros sacros que o Cristo, a mais antiga creatura cósmica, se encarnou na pessoa humana de Jesus, assim como pode se encarnar nas creaturas que já superaram os dramas da Lei de Causa e Efeito, mas mesmos esses, podem descer às camadas espiritualmente inferiores dos Universos, como os Avatares, e trazer suas mensagens de sabedoria.
Sendo que esta descida do Cristo cósmico à terra, é um fenômeno ainda incompreensível, os homens tem feito inúmeras conjecturas sobre o porquê dessa encarnação do Cristo. E ele mesmo, na pessoa de Jesus, nunca disse claramente da finalidade de sua materialização em corpo humano.
Texto revisado extraído do livro QUE VOS PARECE DO CRISTO?
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