Friday, 20 August 2021

AFINIDADE E SINTONIA

A afinidade é uma expressão do ego, que consiste na semelhança, identidade ou conformidade de gostos, interesses, sentimentos, propósitos, pontos de vista. Por sua vez, a sintonia se estabelece em virtude da atração e da simpatia que passa a vigorar entre as partes que mantêm afinidade. É a sensibilidade às experiências emocionais dos outros, e de ser movido por essas emoções positivas ou negativas; de ter empatia com essas experiências e ter vontade de se sacrificar por elas. Pelos mecanismos da lei de afinidade, a sintonia constitui lei que não pode ser abolida, anulada, eliminada, extinta.

Afinidade é “um laço de união” em que nos integramos uns com os outros. Em tudo vemos integração, afinidade, sintonia ... E de uma coisa não tenhamos dúvida: através do pensamento, comungamos uns com os outros, na plenitude da vida universal.

Tudo no Universo coexiste por afinidade. Desde os átomos aos arcanjos, tudo é atração e sintonia. Absolutamente nada que atinja nossa existência é ocasional ou o resultado de uma reação sem conexão.

Sintonizar é estar na mesma frequência mental-emocional de alguém, podendo captar e emitir pensamentos simultaneamente. E por mais paradoxal que possa ser, estar em sintonia é se afastar de tudo o que a mente e as circunstâncias externas controlam, caso contrário, a captação de ideias intuitivas não acontecem. Daí a importância de aprendermos a disciplinar os pensamentos, exercitando a higiene mental através de reflexões em nível elevado, absorver a presença dinâmica do silêncio, pois são estas que nos permitem a mudança para uma esfera superior de consciência, para a iluminação de nosso estado íntimo.

Quem aspira à elevação moral e espiritual, sintoniza com vibrações superiores, que se fazem estímulos vigorosos, produzindo harmonia interior e renovação.

Quando os mestres espirituais ressaltam a importância do estudo, não os fazem com o propósito de que nos intelectualizemos, afim de demonstrar aos demais a superioridade de nossa habilidade e inteligência, mas para que, por meio dos conhecimentos adquiridos, aprendamos a selecionar o que verdadeiramente contribui para com o nosso enriquecimento íntimo. A reeducação íntima nos tira da ociosidade, traz luz ao espírito, harmoniza a mente, bem como possibilita a aproximação de energias interessadas em nossa evolução espiritual.

De acordo com esses mestres, nossa alma pode ser comparada a um espelho vivo com qualidades de absorção e exteriorização. Recolhemos a força da vida em ondas de pensamento e as expressamos através das palavras, dos exemplos, das atitudes.

Todos temos um círculo de amizade preferido. São as afinidades resultantes de experiências vividas em comum: atos de amor compartilhados; feridas abertas por alguns, mas cicatrizadas pela amizade e pelo cuidado de outros; problemas em comum e que exigem a união de esforços para serem resolvidos; compromissos de auxílio recíproco ... Para uma existência agradável, é fundamental a convivência com pessoas que entendam a vida de forma parecida à nossa, que busquem os mesmos objetivos que os nossos, que professem a mesma religiosidade ... Tudo isso é bastante normal e deve ser cultivado, sintonizado.

No entanto, nada disso nos impede de estabelecer uma boa relação com os demais que não estão na nossa mesma faixa de vibração, participando de fatos e ações ao lado deles. Afinal, conviver com as diferenças nos ajuda a crescer, a desenvolver nossas potencialidades de compreensão e de aceitação para com aqueles que não cultivam os mesmos gostos, interesses, sentimentos, propósitos e pontos de vista. Quanta paz poderíamos ter se aprendêssemos a nos livrar das tiranias de nosso ego, em nos acharmos o melhor, o sempre correto, de ser o dono da verdade, ou pelo menos o seu melhor intérprete. Ficaria mais fácil aceitar a nós mesmos e ao outros.

É na intimidade do nosso convívio que os espíritos renascem juntos por afinidades e sintonias, tanto de ego quanto a espiritual e, acima de tudo, por contingências expiatórias do passado, pois a família é um dos principais organismos depuradores de conflitos. É nela que se reúnem antigos amores e velhos rivais, ambiente no qual os espíritos têm a oportunidade de exercitar o perdão e o amor sob os mais diversos aspectos.

Pelo fato dos laços de sangue nem sempre reunirem as almas essencialmente afins, a pessoa da família que conosco se relaciona e com a qual não temos afinidade ou mesmo sentimos certa aversão, é sempre alguém a quem temos que aprender a compreender e aceitar em nosso próprio benefício. E a aceitação não consiste necessariamente na concordância com suas ações e reações inadequadas, mas na disposição de ajudá-la na superação de todas as suas dificuldades; e este é o princípio básico da ética do segundo mandamento.

E existem uniões missionárias entre as pessoas, espíritos amigos que se amam e que buscam o aperfeiçoamento de suas habilidades, rever seus débitos e quita-los a fim de se desprender dos laços materiais que os atrasam em busca da evolução. São as uniões, que não dão margens ao repúdio e são fundadas na simpatia recíproca e não sobre a vaidade ou a ambição.

Assim como existem também, as uniões de provação e penitências. Onde reside a necessidade urgente de se estabelecerem laços, reverem problemas do passado e ajustar-se perante a Lei Universal, pois, se é verdade que cada um só pode dar conforme o que tem, torna-se obvio que cada um recebe de acordo com aquilo que dá; e esse é um exemplo da Lei de Causa e Efeito, que trabalha de acordo e infalivelmente dessa maneira! O Espírito da Verdade

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