Em 1926, durante um jantar com amigos e convidados, se discutia à mesa sobre a teoria de Copérnico que refutava ser o planeta Terra, o centro do Universo, temas sobre religião e Deus. No meio de acalorada conversação, o conde Harry Graf Kessler perguntou a Einstein: “Professor! Ouvi dizer que o senhor é supostamente uma pessoa profundamente religiosa?” Calmamente e com grande dignidade, Einstein respondeu: “Sim, o senhor pode me chamar assim. Tente penetrar com nossos limitados meios os segredos da Natureza e o senhor vai descobrir que, por trás de todas as ligações de ideias, permanece algo sutil, intangível e inexplicável. Veneração por essa força diante de qualquer coisa que podemos compreender é a minha religião. Nessa medida, eu sou, na verdade, religioso”, e acrescenta em outra entrevista: “Todo aquele que está seriamente envolvido na busca da ciência, é convencido de que um espírito é manifestado nas Leis do Universo, o qual é muitíssimo superior ao do homem”.
E essa foi sem dúvida a melhor resposta que Einstein deu sobre sua atitude diante da religiosidade. Nessa mesma reunião, quando se abordou sobre as ideias de Copérnico, Kessler sugeriu que os pontos de vista de Einstein sobre o Universo eram também revolucionários, e Einstein demoliu bruscamente essa ideia dizendo: “Não existe nada de revolucionário em minhas observações”. E nesse ponto de vista, mais uma verdade pode ser revelada, de que tudo está dentro das leis creadas pelas Potências Cósmicas, e que o homem sensível tem a habilidade de ser o vetor para o descobrimento dessas leis e fenômenos. E Einstein, em sua humildade, foi um desses vetores!
Denis Brian em seu livro “Einstein, a life”, considerado como uma das melhores biografias de Einstein, conta que certa vez, durante uma cerimônia em sua homenagem, Einstein se retirou momentaneamente para rascunhar algumas ideias, e voltou batendo palmas, assim que ouviu a plateia aplaudindo, quando alguém ao seu lado cochichou: “Senhor Einstein, essas palmas são para o senhor”. Assim mostrando o quanto ele era abstraído e pouca importância dava aos aplausos e à fama.
Dentre muitos outros episódios na vida desse grande homem que recusava usar meias, e cortava as mangas compridas das camisas porque incomodavam, houve um em que quando da apresentação em Princeton, da cantora lírica afrodescendente Marian Anderson, em pleno auge do insano racismo nos EUA, ela não foi permitida se alojar num dos hotéis locais, devido a segregação racial. E num gesto de respeito e humanidade, de pronto, Einstein, como também amante da boa música, hospedou a cantora em sua própria residência, pois Einstein chegou a dizer que se não fosse cientista, seria músico.
Tendo como base a afirmação de que: “A certeza intuitiva é anterior a qualquer prova, mas provas são necessárias para justificar a certeza à aquele que não tem certeza, pela intuição”, dada por esse grande cientista universal, humanista, visionário e místico, no dia 14 de março de 1979, comemorativa ao centenário do nascimento de Einstein (1879-1955), o professor Huberto Rohden que com ele conviveu de 1945 a 1946 enquanto bolsista na Universidade de Princeton, proferiu uma aula sobre “A Revolução do Pensamento”, com a finalidade de reverenciar o homem que adicionou ao pensar analítico, a intuição metafísica.
O pensamento analítico foi uma constante na vida de Einstein, assim como foram os inúmeros caderninhos de notas que ele carregava consigo, por onde estivesse, pois mergulhado em seus pensamentos, não podia passar sem fazer anotações, ou solitário em seu estúdio, ou junto de amigos e celebridades e mesmo diante de plateias inteiras, onde se retirava momentaneamente para exercitar sua mente. No entanto, não só a análise o envolvia, mas sim, um outro exercício de mente, em faze-la calar e deixar espaço para a intuição entrar, permitir que a alma do Cosmos fizesse morada em sua própria alma, fazendo brotar assim, a genialidade.
São palavras de Einstein: “Eu penso 99 vezes, não descubro a verdade. Deixo de pensar, mergulho num grande silêncio e eis que a verdade me é revelada”. E isso é exercitar a intuição segundo Rohden!
Da convivência de Rohden com Einstein, surgiu o livro Einstein, o Enigma do Universo em que Rohden mostra o lado humano desse cientista. No entanto, muito ainda existe para ser escrito sobre Einstein, pois estão sob custodia em Israel, na Universidade Hebraica, a maioria de suas cartas ainda não abertas ao público e que podem revelar um pouco mais do homem que marcou os destinos da ciência do século 20 e quiçá possa marcar com seu pensamento analítico-místico, as futuras gerações na ciência. Em princípios de março de 2019, mais 110 escritos de Einstein foram revelados.
Finalizando seus estudos em Princeton, em 1946, Huberto Rohden foi convidado pela Universidade Americana de Washington – D.C., para reger as cátedras de Filosofia Universal e Religiões Comparadas, cargo que exerceu durante 6 anos. Terminado esse período, foi convidado pela Universidade Internacional Cristã em Metaka no Japão, para lecionar as mesmas cátedras, mas devido a guerra na Coréia, a universidade japonesa não foi inaugurada e Rohden voltou ao Brasil. Em São Paulo foi nomeado professor de filosofia na Universidade Mackenzie, cargo que não tomou posse devido incompatibilidades ideológicas em uma universidade presbiteriana.
A credibilidade moral e ética de Huberto Rohden não pode ser contestada. Prova disso é a seriedade da trajetória de sua própria vida, homem que exerceu com caráter e verdade, todos os seus atos, e deles creando valores que foram amplamente divulgados em seus 65 livros, muitos dos quais ainda em publicação. Foram mais de meio século dedicados à humanidade, ao seu crescimento espiritual, trabalhando no sentido de esperar dela, a vivência mística do primeiro mandamento e a experiência ética do segundo. Uma experiência que ele mesmo provou durante toda sua vida adulta e, pouco antes de falecer quando disse, ainda em estado de consciência: “Eu vim para servir a humanidade!” Huberto Rohden pode ser considerado um dos grandes homens do século 20, ele foi um gênio, um profeta da Nova Humanidade.
Abaixo, a aula sobre A Revolução do Pensamento.
“Hoje é dia 14 de março de 1979, primeiro centenário do nascimento de Albert Einstein. O mundo todo está falando dele, do oriente ao ocidente, não se fala mais em outra coisa, toda a imprensa, revistas, jornais, TV, etc. Nunca houve um entusiasmo tão eufórico e universal como desta vez.
A revista americana “Time” entrou profundamente nessa história do entusiasmo mundial em torno de Einstein, diz que foi uma verdadeira “ressurreição”. Por algum tempo depois da morte dele, era silêncio, agora houve uma ressurreição de “entusiasmo einsteiniano”. E esta revista não trata do por que deste entusiasmo.
Por que este entusiasmo internacional?
Dizem alguns: “É porque ele é o autor da Teoria da Relatividade”. Mas esta não é a razão! Quase ninguém sabe o que é essa teoria, não há nem 1% da humanidade que saiba o que é Relatividade. As pessoas não podem fazer nada com a Relatividade. Não podem melhorar a sua vida, as condições sociais, etc.
Relatividade é uma teoria maravilhosa e verdadeira, mas não afeta a vida humana. Será que a humanidade pode se entusiasmar por causa de uma teoria matemática, física, abstrata, longínqua e que não está em contato com a vida humana? Não é possível! Podem os jornais dizer isto, mas não é a razão do entusiasmo.
Então, e que outra razão haveria?
“Bem”, dizem: “Einstein era um homem bom, muito humanitário, defendeu sempre os direitos humanos, direitos das minorias, queria a paz universal, queria um governo mundial”, que ele sugeriu, mas não deu certo! Nós não estamos em condições de termos um governo planetário, com leis iguais para todos os homens, como ele queria. Isto também não foi a razão do entusiasmo.
Eu não cheguei a uma conclusão do porquê desse entusiasmo, até que li uma reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, lá bem no fim da reportagem encontrei um título maravilhoso: “Einstein – O homem que revolucionou a arte de pensar”!
Agora sim, isso interessa a todo o mundo.
Então eu descobri a razão do entusiasmo. E, o que quer dizer isto? Qual foi a revolução que Einstein introduziu na arte de pensar? Pensar todo mundo sabe, há milhares de anos nós pensamos. Hoje, pensar é uma acrobacia mental terrível.
Vamos ver, portanto, o que é esta revolução na arte de pensar, esta revolução para melhorar nosso modo de pensar, que está criando um grande entusiasmo no mundo inteiro.
Antes, pensar era fazer análises intelectuais. Uma premissa maior, uma premissa menor e uma conclusão, e isto se aprende na lógica, isto é pensar, analisar, que é feito pela inteligência. A nossa inteligência pensa.
E a revolução ... onde está?
Einstein ultrapassou a inteligência; ele não rejeita a inteligência, porque pensar analiticamente é o primeiro passo do pensamento. Mas, ele usava um segundo passo no modo de pensar.
E como é que se pode fazer uma revolução neste modo de pensar?
Muitos pensam que pensar com mais intensidade, fazemos uma revolução. Não, isso não é revolução! É continuar o pensamento no plano horizontal, no nível analítico. Eu posso colocar um nível mais alto em cima do meu pensamento, mas não saímos da horizontalidade.
“Pensar com mais intensidade” ... Einstein descobriu que há um outro modo de pensar que não é análise, que não é lógica. Isto, na verdade, não foi descoberta dele; isto se sabia desde o início do mundo. Alguns sabiam disto: Buda, Gandhi, Jesus e alguns outros também sabiam de um outro modo de pensar, que não era analítico. E por que não se revolucionou tanto em outros tempos? Porque estes homens antigos não eram conhecidos como cientistas. Um cientista, por via de regra, só confia no pensamento analítico, puramente intelectual, horizontal. Quase toda a ciência até o fim do século XIX e princípios do século XX admitia apenas a inteligência; o que não se pode provar intelectualmente não é certo. Muitos diziam que ciência não era só análise, mas estes eram rejeitados. Aí aparece Einstein e afirma coisas inauditas.
Uma vez o entrevistaram na Universidade de Princeton; na ocasião ele ia editar um livro sobre o “Campo Unificado”, que ele nunca publicou porque não chegou a uma conclusão definitiva. Mas naquele tempo era uma ideia fascinante. Os repórteres dos grandes jornais de Nova Iorque foram a Princeton para entrevistar Einstein sobre o Campo Unificado. Um deles perguntou: “Professor Einstein, o senhor tem certeza da verdade daquilo que o senhor está escrevendo no seu livro?” E Einstein assim respondeu:
“--- Tenho plena certeza”. E o repórter continuou: “O senhor pode provar que isto é verdade?”
“--- Não, não posso provar”, disse Einstein. “Ora”, disse o repórter: “Se o senhor não pode provar e ainda diz que tem certeza, a certeza não vem das provas?”
E o que Einstein deveria ter respondido, como cientista? A certeza vem das provas ... E onde não há provas, não há certeza, mas ele não respondeu isto, para o grande desapontamento do repórter. O que Einstein respondeu foi o seguinte:
“--- Eu não posso provar o que vou dizer no meu livro, mas tenho a absoluta certeza de que está certo!”
Perguntou o repórter: “De onde vem a certeza, que o senhor não pode provar?”
Einstein respondeu: “--- A certeza não vem das provas. A certeza é anterior a qualquer prova”.
E pergunta o repórter: “Então para que estas provas que o senhor vai escrever no seu livro?”
Einstein responde: “As provas são para justificar a certeza para aqueles que não têm certeza”.
Isto é uma revolução!
A natureza humana tem dois polos:-
1)- O polo periférico da inteligência;
2)- O polo central da razão.
O homem não é só “ego pensante”, ele também é “cosmo pensado”.
O nosso cosmos interno é racional, mas as periferias do nosso ego não são racionais, são apenas intelectuais.
Quando alguém consegue ultrapassar a periferia da sua intelectualidade e se deixar invadir pelo centro da sua racionalidade, então ele está na intuição. A intuição não é algo fora de nós, intuição não é pressentimento, imaginação, criatividade. Não é o Deus de fora que nos manda uma mensagem, não é nenhum misticismo, não é dom divino! A intuição é a eclosão do centro da nossa própria natureza humana. Algo que estava dentro de mim, incubado, sem eu saber e que eclodiu. Eu não tinha consciência do meu centro, só tinha consciência da periferia, como um intelectual. De repente me aconteceu uma erupção, um despertar do centro para a periferia, da razão para a inteligência. E eu passei a ver o mundo com outros olhos, de maneira que eu cheguei a saber coisas que a inteligência nunca me havia dito.
Isto é o que Einstein fala, quando diz: “Eu penso 99 vezes, não descubro a verdade. Eu deixo de pensar, mergulho num grande silêncio e eis que a verdade me é revelada”. Exatamente o que nós chamamos de intuição! Porque a razão não funciona, enquanto a inteligência está fazendo barulho. Porque a inteligência faz muito barulho. Pensamento faz barulho! Um atrás do outro ... Uma quantidade interminável de pensamentos. Assim, com esta barulheira dos pensamentos, não há intuição. Enquanto o homem não polarizar seu pensamento em um único objeto, nada ele pode conquistar.
Einstein fala das verdades das leis do Universo, e nós não podemos conhecer as leis do Universo somente com o pensamento, se não trabalharmos também com a razão. Porque ciência não é só inteligência, também é razão ... a ciência completa, para Einstein.
Isto é uma grande evolução, quando a razão começa a falar. Há muitos milhares de anos a inteligência está falando, mas quando a razão começa a falar para dentro da inteligência, é um gigantesco passo para frente. Isto é a evolução do homem. A natureza do homem e a sua evolução tem a ver com dois polos:
1)- O polo periférico, intelectual;
2)- O polo central, racional.
Se o homem chegar à plenitude desta evolução, fazendo funcionar os dois polos da sua natureza, então ele chegou a um alto grau de evolução.
Geralmente a intuição é momentânea. Muitas vezes nós temos segundos de intuição, mas dura pouco, às vezes nem isso. Um segundo de intuição racional, vale mais do que 100 anos de estudos científicos e assim nós temos uma visão do Universo muito mais precisa do que está em qualquer livro. Portanto, provocar a intuição, esvaziando-se de vez em quando de qualquer pensamento, mergulhando num grande silêncio, a verdade nos será revelada. Isto é a revolução do pensamento.
Um grande cientista norte-americano, Tomas Edison, a quem nós devemos a lâmpada elétrica, disse em um dos seus livros: “Eu necessito de 90% de inteligência para ter 10% de razão”. Mas ele não diz exatamente com estas palavras, diz:- “Eu necessito de 90% de transpiração, para ter 10% de inspiração”. Transpiração ele chama de trabalho, que cansa e que faz suar, trabalho intelectual, muito pensar, analisar.
Com isso eu quero dizer que Einstein não foi o único que revolucionou a arte de pensar, outros grandes gênios também revolucionaram.
O talento é o poder da inteligência.
O gênio é quando há uma invasão da racionalidade central dentro das periferias da inteligência. Os gênios recebem mensagem do seu centro racional. A inteligência é geralmente um atributo comum nos homens, mas a genialidade é rara.
Einstein disse: “Do mundo dos fatos não há nenhum caminho que conduza ao mundo dos valores, porque os valores vêm de outra região”.
Como é que um cientista comum pode compreender tais coisas? O mundo dos fatos são as coisas que podemos provar: física, química, eletricidade, biologia, eletrônica, são os fatos. Ele afirma que além do mundo dos fatos, há outro mundo, muito superior aos fatos, que ele chama de “os valores”. E os valores não vêm dos fatos e nenhum fato pode conduzir aos valores. Que é essa outra região que não seja os fatos?
Então, Einstein afirma que por mais que multipliquemos os fatos, os fatos da ciência, nós nunca vamos chegar ao mundo dos valores. E de onde vêm os valores? “Vêm de outra região”, ele diz. Os valores não são produzidos pelos fatos.
Você pode descobrir quantos fatos quiser, nunca vai chegar a um valor, porque só vai descobrir fatos. Ele diz:- “A vida humana aqui na Terra não tem nenhum valor por causa dos fatos”. Imaginem um cientista dizer tal coisa! “Vão me acusar que eu sou inimigo da ciência. Mas eu não sou inimigo da ciência”.
Ciência é dos fatos. Consciência é dos valores. Ele joga com:- ciência e consciência. A consciência crea valores, dentro de nós, não fora. Valor é uma coisa subjetiva, fato é uma coisa objetiva na natureza.
A natureza não pode crear valores, mas a minha consciência pode crear valores tanto positivos, bons, como também negativos, maus. A minha consciência pode me fazer melhor do que eu sou e pode me fazer pior do que eu sou. Os fatos me deixam no “status quo”, não me tornam melhor nem pior. Se eu sou formado em todas as ciências e tenho diplomas de todas as universidades, evidentemente, eu sou um descobridor de muitos fatos, mas não me torno melhor por causa disto. O indivíduo não se valoriza pelo fato de descobrir fatos.
Como é então que o indivíduo se valoriza? O indivíduo só se valoriza de dentro, não de fora. Fatos são coisas de fora de nós. Consciência é uma coisa interior. O modo como o indivíduo usa a sua consciência o valoriza, ou o desvaloriza.
Para um cientista como Einstein, falar deste modo é surpreendente, porque geralmente os cientistas não falavam em consciência, não falavam em valores, tinham horror destas palavras. Diziam:- “Você fala em consciência, isso é bobagem, isso é lá das igrejas, da filosofia, mas não é da ciência. Deixe essas coisas de consciência e fique só com a ciência...”.
Einstein afirma que a consciência é que nos dá valores e os fatos só nos dão ciência. A ciência descobre fatos e a consciência é creadora de valores.
Quer dizer, Einstein revolucionou a arte de pensar. Saiu da horizontal e passou para a vertical.
Ele não rejeita os fatos, foi um grande descobridor de fatos. A Teoria da Relatividade é um fato, e muitas outras coisas que descobriu. Mas ele sempre dizia:- “Eu não sou melhor porque descobri muitos fatos da natureza, isto me aconteceu, mas isto não me valoriza. Se eu não me fizer melhor pela consciência, eu não sou bom pela ciência”. Einstein com este pensamento está entrando abertamente na filosofia. Filosofia se refere ao homem, a ciência se refere a natureza. A ciência é cosmocêntrica; a filosofia é antropocêntrica. O centro da filosofia é o homem; o centro da ciência é o Cosmos. Einstein entra corajosamente no âmbito da filosofia, dizendo que o homem se valoriza pela consciência e depois dele muitos outros cientistas criaram coragem para segui-lo. Muitos já pensavam assim como Einstein, mas todos tinham medo de dizer que a consciência me dá valor e a ciência só me dá descobrimentos. Porque os outros cientistas tem medo de perder a sua “auréola” de glória científica, tem medo de afirmar que o homem se valoriza pela consciência. Então aparece um gigante como Einstein célebre pela ciência, pelas descobertas que realizou e simplesmente afirma que o homem não é bom pela ciência, é bom pela consciência.
Einstein introduziu na ciência o conceito de valor, o conceito de consciência. Isto já é uma grande revolução. Isto ele chama de “a minha intuição”.
A palavra latina “intueri”, quer dizer: ver por dentro. Einstein diz que nós temos a habilidade de análise dos fatos e intuição de nós mesmos. Podemos analisar os fatos e podemos intuir a nós mesmos.
Analisar é ver por fora e intuir é ver por dentro, quer dizer, uma visão externa e uma visão interna. Ele afirma que as próprias leis do Universo não podem ser descobertas por simples análises. Quer dizer, se usamos só a horizontal, que é a inteligência, temos a ciência, e Einstein chama essa ciência analítica de imperfeita. Ciência completa, para Einstein, é inteligência com razão. Unindo as duas linhas: a horizontal das análises intelectuais com a vertical da intuição racional, temos a ciência completa.
Einstein introduziu no plano da ciência a palavra intuição.
Intuição outrora não era palavra científica; intelecto, inteligência eram palavras científicas. Antes se dizia: “Mas um cientista não pode falar em intuição, isto é degradar a ciência”. Mas, Einstein fala claramente a todo o momento em intuição, quando diz que as grandes leis do Universo não podem ser descobertas apenas por análise e lógica, mas necessitam da intuição, por isso ele revolucionou a arte do pensar científico, não só a arte de pensar humano, de cada dia, mas revolucionou a arte de pensar em moldes de ciência, que ele chama de Ciência Integral.
Ciência parcial é a intelectual.
Ciência Integral para Einstein é igual a: horizontal + vertical, inteligência + razão, análise + intuição. E ainda afirma que tudo o que ele fez na ciência, foi feito por intuição. Parece fugir da ciência, parece apelar para uma outra coisa que não é ciência. Mas ele fez uma revolução unindo a análise intelectual com a intuição racional”.
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