Rui Barbosa, erudito, diplomata, escritor, jurista e político brasileiro, em um de seus discursos, proferido em 1914 afirmou que: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Constancio Vigil, empresário uruguaio, jornalista e escritor de literatura infantil, certa vez escreveu: “Nos causa espanto encontrar um ser humano bom e honesto e não termos vergonha do espanto que sentimos”.
Diógenes, famoso filósofo grego, ficou notório por ter passado grande parte de sua existência dentro de um enorme jarro de barro e cercado de cães vadios. Ele acreditava que a sociedade daquele tempo vivia uma vida ditada por regras e tabus e, portanto, ninguém era realmente verdadeiro ou honesto, e, a título de censura social, carregava, diuturnamente consigo, uma lanterna acesa com o pretexto de procurar um homem honesto.
Era ferrenho crítico e provocador das convenções culturais de seu tempo, acreditando que a virtude se revelava melhor na ação do que na teoria. Usava seu estilo de vida e comportamento simples para criticar os valores e instituições sociais que considerava corrupta e confusa.
“Estou apenas procurando um homem honesto”, mas dizem que não encontrou nada além de um bando de pessoas desprezíveis e de mau caráter. Foi também conhecido por ter zombado de Alexandre, o Grande, tanto em público quanto pessoalmente em Corinto, no ano 336 a.C. Os relatos afirmam que eles trocaram apenas algumas palavras: enquanto Diógenes relaxava ao sol da manhã, Alexandre, animado por encontrar o famoso filósofo, perguntou se havia algum favor que ele pudesse lhe fazer. Diógenes respondeu: “Sim, afaste-se da minha luz do sol.”
Passados tantos séculos, continua ainda em voga a antiga expressão latina, “Omnis homo mendax”, que quer dizer: todo homem é mentiroso, e que é pura verdade, passando a ser, nos dias de hoje, uma verdade patológica. A infecção mórbida de mentiras, a congestiva mania de se iludir a si mesmo, as constantes febres de insinceridade, dores de cabeça por não manter atitudes corretas, o caminhar desorientado e dolorido diante do que é a verdade, a da progressiva cegueira que exige lentes mais fortes. As doenças do coração endurecido pelo ego tirânico, os devaneios e hesitações, a ganância, vaidade e ilusões de grandeza.
Só quando o escuro véu dessas enfermidades cair, será possível a convivência com a harmonia e a justiça, onde a verdade irá reinar soberana e onde a alma desfrutará da honestidade, da liberdade, da luz e da paz.
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