Quantas vezes, meu amigo, celebrastes o Natal litúrgico de 25 de dezembro de cada ano junto aos teus familiares e amigos, ou em meio à multidão? 20, 30, 50 vezes em tua vida?
Foi um Natal verdadeiro - ou foi apenas um pseudo Natal?
Foi um Natal - ou foi o seu Natal?
Foi como um fogo pintado sobre tela deixado em um canto esquecido do museu - ou foi um fogo real, cheio de força, luz e calor dentro de ti mesmo?
Natal sem renovação interior não passa de ilusão e mentira...
Qual é o significado de um Natal onde não se concretize no interior de cada ser humano, a mística do primeiro mandamento, na prática ética do segundo?
Jesus nasceu há mais de 2000 anos, numa gruta em Belém - mas nasceu também na gruta de teu coração em forma de vivência crística?
Ainda que por mil vezes Jesus nasça em Belém - se não nascer dentro de teu coração, não te encontrastes contigo mesmo, e continuas perdido...
A árvore de Natal que costumas montar em tua casa é o símbolo inconsciente do teu pseudo Natal interior: árvore sem raízes, moribunda, ostentando lindos enfeites sem vida, inertes, com luzes que brilham para o nada - isso é que é a tua vida espiritual, como uma bolha de sabão... colorida por fora e vazia por dentro?
Por quanto tempo ainda pretendes “brincar de Natal” - sem celebrar um verdadeiro Natal, um dia de Natal desse Cristo interior, dentro de ti?
Porque toda essa camuflagem e insinceridade diante de ti mesmo?
Porque não colocar, finalmente, um caminho reto em todas as tortuosidades da tua vida?
Porque não colocas um ponto final a toda essa política e diplomacia curvilínea do teu egoísmo e ganância, e começas, finalmente, uma caminhada retilínea de absoluta verdade, honestidade, caridade e amor universal?
Quando vais permitir que desabroche em ti o Redentor - Ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?
Não podes imaginar, meu amigo, o que viria a ser para ti esse Natal profano do ano litúrgico, se a partir de agora, celebrasses o teu Natal interior, da tua alma.
Não podes imaginar o que te diriam a gruta, a manjedoura, os anjos do céu e os pastores da terra, se em ti acontecesse o glorioso simbolizado de que esses fatos históricos são um símbolo distante e vago que permeia a sua profanidade.
Não podes imaginar a luz de compreensão se dentro de ti nascesse o Jesus do Sermão da Montanha, o Jesus da tua experiência íntima, do teu encontro pessoal com Deus.
Se Jesus fosse para ti, não apenas um artigo de fé profanamente vivido - mas uma estupenda realidade intensamente vivida.
Se Jesus vivesse em ti, se fostes vivido por Ele, como Paulo de Tarso afirmou: “Já não sou eu que vivo, mas o Cristo é que vive em mim” - que vida abundante seria a tua...
Não caberias em ti de tanta felicidade – e essa exuberante felicidade transbordaria de amor e benevolência para com todos os teus irmãos...
A própria Natureza receberia um reflexo desse transbordamento de amor e felicidade - e, como Francisco de Assis, ébrio de amor, irias contar e cantar as glórias divinas às pedras e às plantas, às aves e aos peixes, ao sol, à lua, e às estrelas...
Convidarias até a “irmã Morte” para entoar louvores ao Pai Celeste.
Se celebrasses o teu Natal dentro de ti, se essa Alma de Amor e da Vida nascesse em ti e em ti vivesse, tua vida seria uma gloriosa ressureição - os anjos da Páscoa e os anjos de Belém cantariam juntos, hosanas e aleluias, glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, numa vida renovada, no homem crístico - mesmo por entre as sombras da morte.
Celebra o teu verdadeiro Natal, meu amigo – e saberás o que essa Alma de Amor e da Vida significa para ti e para todos os que a recebem e vivem nela...
Texto revisado e extraído em parte do livro Imperativos da Vida
No comments:
Post a Comment