Nenhuma filosofia pode ser considerada válida, se não se moldar sob as diretrizes do UNIVERSO - ou seja, um em diversos, unidade com pluralidade, uma só causa revelada em muitos efeitos.
E isto se refere tanto no macrocosmo sideral como no microcosmo humano.
Não existe nenhum círculo monocêntrico no Universo - só existem elipses bicêntricas.
A palavra UNIVERSO é elíptica, gravita em torno de dois polos, o uno e o verso, a causa una com efeitos múltiplos.
Platão, Aristóteles, Descartes, Kant, Spinoza, Hegel, Bergson, Hermes, Buda, o Kybalion, os Vedas, a Bhagavad Gita; as escolas empíricas, metafísicas, racionalistas, idealistas, existencialistas, todas elas podem ser aceitas como filiais da Filosofia do Universo, ou Cósmica mas não podem servir como seu fundamento. Nela, só existe um lema e um padrão orientador: o UNIVERSO.
É esta sem dúvida a palavra mais bela existente na língua latina. Só mesmo um gênio podia crear palavra tão genial. Nem mesmo os helenos, com o vocábulo Kosmos, não atingiram a genialidade da palavra “UNIVERSO”.
A Unidade sem diversidade é monotonia.
Diversidade sem unidade é caos.
Unidade com diversidade é harmonia.
Fora da harmonia não existe filosofia. A Harmonia é equidistante da monotonia e do caos.
Dentro do homem, essa harmonia se chama auto-realização, cuja manifestação é o Homem Cósmico, que uma vez se materializou no planeta Terra na pessoa de Jesus.
O Homem Cósmico gravita invariavelmente em torno de dois centros: da mística do primeiro mandamento revelada na ética do segundo, ou seja, a raiz divina do auto-conhecimento, produzindo o fruto humano da auto-realização, um princípio que um dia será reconhecido como a verdade essencial de todas as religiões e aceita em todo mundo, pois o verdadeiro propósito da religião, independentemente de seus diversos dogmas e credos, é a união com Deus, o Eu eterno que permeia todo o Universo.
O Homem Cósmico é essencialmente bipolar, elíptico, como é o cosmos sideral. Se o homem vivesse apenas na experiência da mística vertical, ou apenas da ética horizontal, ele acabaria em silenciosa monotonia ou em ruidoso caos. Mas o Homem Cósmico é vertical-horizontal, interno-externo, místico-ético, solitário com o Deus do mundo e solidário com o mundo de Deus; e por isto ele é suprema harmonia, cheio de graça e de verdade, "duro como o diamante mas delicado como a flor de pessegueiro".
A Filosofia do Universo ou Cósmica, é como a luz integral, incolor em sua origem, e multicolor em seus vários efeitos.
Assim, o Eu invisível e incolor, oculto pelas tiranias do ego, deve se mostrar nos egos visíveis e multicolores.
Tanto o Evangelho como a Bhagavad Gita, que demonstram a unicidade essencial das verdades de ambas as religiões, frisam esse caráter passivo-ativo do homem, a força interna que se revela em atividade externa.
Na razão direta em que o homem percebe a sua unidade interna, mais ele se sente impelido para as pluralidades externas, na certeza de que essas pluralidades não destroem, mas intensificam a sua unidade interna. E esse crescente poder de unidade interna o liberta cada vez mais das suas limitações externas.
As açoes e reações nos dramas da existência, causado pelo ego separatista, e neutralizada pelo próprio existir e agir do Eu unificador; o individuo integral, do Eu não dividido, redime o homem de sua máscara dividida; o Eu religa o que o ego desligou - e isto é religião, yoga, redenção.
O drama não é o existir e o agir – o drama é somente o existir e o agir egoísta, interesseiro, visando a objetos, frutos e resultados externos. O drama existencial do ego é abolida pela atividade do Eu, que trabalha intensamente, mas que renuncia aos frutos do seu trabalho. Quem trabalha pelo amor aos objetos, peca, crea sofrimento, débito, dramas e dilemas - mas quem trabalha com amor pelo aperfeiçoamento do próprio Eu divino, da alma humana, esse sim, se redime do débito sofredor através da própria atividade. O ego luciférico é remido pelo Eu crístico.
“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro (objetos) se sofrer prejuízos em sua própria alma (sujeito)?”
Texto revisado e ampliado, extraído do livro Roteiro Cósmico
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