Há uma matemática cósmica que funciona com absoluta precisão. O problema está em descobrir e aplicar essa matemática.
As palavras de Jesus, não indicadas no Evangelho, mas citadas por Paulo de Tarso, de que "Há mais felicidade em dar do que em receber," resumem essa lei do Universo.
Quando o homem chega ao ponto de não mais querer receber nada do mundo e de seus semelhantes, mas tão somente, dar, dar, dar - acontece então, esse fenômeno paradoxal verdadeiro: quanto mais o homem dá, mais ele recebe, e se quanto menos dá, menos tem.
No contexto do homem-ego, ganancioso e finito, a matemática do dar, implica em perder - mas no contexto do Infinito, do Creador, do Provedor, onde o Eu se alegra, a matemática do dar implica em ganhar. No caso do homem-Eu, o dar se processa na horizontal, mas o receber vem da vertical do Infinito.
Se o homem dá algo ao mundo ou a seus semelhantes, apenas com o desejo de receber deles o que deu, ou mais, age de um modo errôneo, embora aprovado pela matemática dos egoístas; pois, dar aos outros para deles receber é puro egoísmo esterilizante e destruidor, já que cedo ou tarde esse egoísta, sofrerá o impacto negativo da sua falsa ação, pois ninguém pode burlar as Leis Cósmicas.
Para que o homem possa realmente dar, dar com 100% de pureza e sinceridade, ele deve dar incondicionalmente, renunciando a qualquer desejo de receber algo em retribuição, da parte do mundo ou dos homens - mesmo que esse algo seja louvor, aplauso, reconhecimento, gratidão, ou a grata esperança de se espelhar nos resultados palpáveis de suas obras. Tudo isso é impureza, disfarce, camuflagem, insinceridade, pecaminosidade anti-cósmica - e as Leis Cósmicas não cooperam com nenhuma ação anti-cósmica.
E é precisamente aqui que está a base do problema: dar com 100% de pureza e desinteresse!
Essa atitude de absoluto desinteresse pessoal significa onipotência, porque, quando os canais do ego estão realmente desobstruídos e puros, é matematicamente certo que as águas vivas da vida eterna fluem espontaneamente através deles, realizando no homem, todas as coisas anteriormente impossíveis.
Francisco de Assis, Dom Bosco, Mahatma Gandhi, Albert Schweitzer e muitos outros - sem falar do próprio Jesus - são provas desta verdade.
Mas, como pode alguém sempre dar e nunca se esgotar?
É que esse dar na horizontal dos finitos humanos, corresponde um receber na vertical do Infinito Provedor, e como o Infinito não é a soma total dos finitos, o Infinito nunca se esgota e nem diminue com a proliferação dos finitos. A matemática cósmica garante que o doador horizontal seja um inesgotável recebedor vertical; quanto mais livremente o homem dá, doa, distribui aos seus semelhantes, tanto mais abundantemente ele recebe do Creador, e, como o receber é do Infinito para o finito, ao passo que o dar é do finito para seus semelhantes, é lógico que esse doador seja um milionário de recebimento; recebe em qualidade e distribui em quantidade, e, como a soma total das quantidades não afeta a qualidade, é certo que esse doador aos homens é recebedor do Provedor, é invariavelmente um grande possuidor, um milionário qualitativo.
Pensar que esse receber do Provedor seja egoísmo, é absurdo. O doador não dá em quantidade com o fim de receber em qualidade; dá incondicionalmente; mas existe uma lei cósmica, inexorável, que enche com qualidade a quem se esvazia em quantidade, e essa lei funciona infalivelmente, quer o homem saiba ou não. Ninguém pode ser realmente bom sem ser enriquecido.
E esse enriquecimento espiritual pode se manifestar no plano material, onde o milionário de bens divinos se torna também um milionário de bens materiais - mas isto apenas acontece como um acessório ou transbordamento, de um desígnio que pode estar além de nosso entendimento. Esse enriquecimento material não é efeito necessário da riqueza espiritual, como pensam certas filosofias pragmáticas modernas; é apenas uma espécie de sombra casual que acompanha a luz.
Se alguém tentasse ser espiritualmente rico a fim de se tornar materialmente próspero, agiria contra o espírito da matemática cósmica, subordinando o fim espiritual aos meios materiais; isto não seria "procurar primeiro o reino de Deus e sua justiça," mas sim em segundo lugar; e, por isto, "as outras coisas" não lhe seriam dadas de acréscimo; estas "outras coisas" correm somente atrás daquele que não corre atrás delas.
A libertação de qualquer espécie de escravidão é o requisito necessário e indispensável para que a matemática cósmica do Universo funcione em toda a sua plenitude.
Texto revisado, extraído do livro Roteiro Cósmico
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