Arunachala (A Montanha do Farol Sagrado), é o nome de uma elevação granítica de 814 m de altura situada no sul da Índia onde Shiva é reverenciado na forma de fogo.
Sri Ramana Maharshi foi um sábio vidente que viveu no sopé dessa montanha por um longo período, de 1896 a 1950 e onde lá construiu seu ashran. Paul Brunton, Mouni Sadhu, Paramahansa Yogananda, nomes que não precisam ser introduzidos como buscadores da verdade, o questionaram sobre vários aspectos. Ramana discutiu com eles sobre auto investigação e os guiou na prática dessa procura.
Mouni Sadhu escreveu um livro sobre o sábio nas páginas de Dias de Grande Paz - Vivência da Mais Alta Yoga. E Yogananda em sua obra-prima: Autobiografia de um Iogue, menciona os ensinamentos do sábio em suas páginas.
Em particular, o livro A Mensagem de Arunachala é um conjunto de pequenos ensaios de Brunton, dando suas reflexões sobre vários aspectos das condições humanas, enquanto morava perto da colina. A maioria dos ensaios é escrita no período entre duas guerras mundiais. De maneira convincente, Brunton aponta as limitações do materialismo, o racionalismo restrito e a necessidade de procurar significado espiritual na vida. Os leitores deste livro são também incentivados a ler uma seleção do encontro com Ramana e Paul Brunton, no livro A Índia Secreta, que fornece mais detalhes sobre esse período. Nesta parte, Ramana diz a Brunton: “Fiquei literalmente encantado aqui e a mesma força que o levou a este lugar de Bombaim, me atraiu de Madura, de onde vim”.
A Mensagem de Arunachala contém a sabedoria que emana do mais ilustre habitante dessa montanha sagrada. É um livro que simplesmente repete o discurso de um grande sábio; um livro de pensamentos nobres, mais valioso que cem sermões. Um livro, em suma, calculado para nos ajudar a “praticar obras que acrescentam, e não a ficar sonhando sobre elas, o dia inteiro”.
Não se tem notícias de que Maharshi tenha escrito algo, mas deixou sua mensagem de vida, seus ensinamentos, sua postura simples e desapegada do mundo; apesar de vivente no mundo, deixou mais sabedoria do que muitos que ainda adormecidos na espiritualidade, julgam pensar serem seres espirituais.
Abaixo, uma de suas mensagens:
“O maior erro de um homem é pensar que ele é fraco por natureza, mau por natureza. Todo homem é divino e forte em sua natureza real. O que é fraco e mal são seus hábitos, seus desejos e pensamentos, mas não o homem em si.
O homem não coloca o valor verdadeiro em si mesmo porque ele perdeu o seu sentido divino. Por isso ele corre atrás da opinião de outro homem, quando ele mesmo poderia encontrar a resposta certa dentro do centro espiritual do seu próprio ser. A Esfinge não fica sondando as paisagens terrestres. O seu olhar inflexível é sempre dirigido para o interior de si mesma, e o segredo do seu sorriso incompreensível, é o auto-conhecimento.
A natureza divina se revela constantemente em cada vida humana, mas se o homem caminha indiferente, essa revelação é como uma semente em terreno pedregoso, não frutifica. Ninguém é excluído dessa consciência divina; é o homem que se exclui a si mesmo. Os homens vivem tentando descobrir pretensiosamente o mistério e o significado da vida, enquanto por todo tempo, cada pássaro empoleirado em cima de um ramo de árvore (a natureza em si), cada criança segurando a mão de sua mãe, carrega a resposta na sua face, resolvendo o enigma. Que é a vida que lhe trouxe o nascimento, ó homem! que é mais nobre e maior do que o seu pensamento mais distante; acredite na intenção benéfica da vida sobre si e obedece às suas obrigações impostas como intuições sutis sussurradas em seu coração.”
Texto em parte extraído do livro A Search in Secret India, by Paul Brunton
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