Wednesday 13 January 2021

A IMANÊNCIA DE DEUS E DO CRISTO NO HOMEM

A vasta maioria da humanidade ainda não consegue compreender a verdade da imanência de Deus - da sua presença constante e permanente no Universo - e a imanência do Cristo no homem. O Deus que está além deste mundo e também no mundo, e o Cristo que estava e ainda está em Jesus também estão em cada um de nós, pois ele "é a verdadeira luz que ilumina todo homem que vem a este mundo". O Cristo que habita é o Cristo externo, assim como o Deus imanente é o Deus transcendente.

E a compreensão dessa verdade implica notável maturidade espiritual, que nem todos os homens têm ainda.

As formas visíveis do Deus invisível seguem-se no tempo e no espaço, cobrindo vários graus de perfeição ou imperfeição, dependendo do maior ou menor grau de habilidade da resposta do veículo humano. Mas o espírito eterno de Deus paira acima dessas vicissitudes múltiplas e multiformes - como as ondas na superfície do mar que se sucedem de várias maneiras sem que o oceano deixe de ser sempre o mesmo, assim como a vida universal do Cosmos se materializa e torna visível incessantemente em milhares e milhões de organismos vivos individuais, sem aumentar ou diminuir a própria Vida.

Na véspera de sua morte, Jesus, o Cristo de 2000 anos atrás, diz ao Pai Eterno: "Glorifica-me com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo fosse creado!"

Quem teve essa glória antes da criação do mundo?

Certamente não o Jesus humano, que ainda não existia, mas o Cristo divino que estava com Deus, e se encarnou como filho de Maria.

"Ninguém vem ao Pai senão por mim". Abraão, Moisés, Davi e muitos outros foram ao Pai por meio de Cristo muito antes do Cristo que se revelou na pessoa humana de Jesus. A redenção vem de Cristo. "Eu sei que meu Redentor vive!" - exclama Jó, em meio ao sofrimento, professando fé no Cristo Redentor, milênios antes do nascimento de Jesus.

Nosso dualismo ocidental tradicional - a doutrina de que existem dois seres independentes ou princípios eternos – coloca uma barreira à evolução dessa consciência em nosso Cristo interior, imanente. Para a maioria dos cristãos, o Cristo é aquele homem que há 2000 anos viveu em terras distantes, e no qual devemos acreditar, sem jamais poder experimentá-lo aqui na Terra, como Paulo de Tarso, que o viveu quando exclamou: "já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!"

Seria nada convincente supor que Paulo acreditasse que a pessoa humana de Jesus se apossara dele, de modo que nele houvesse uma personalidade dupla, um chamado Paulo e outro chamado Jesus. O que o apóstolo quiz dizer é que nele despertou o Cristo que estava adormecido por tantos anos, o mesmo Cristo que em Jesus era gloriosamente dinâmico.

Portanto, é necessário que todo homem que queira ir ao Pai, desperte em si mesmo o Cristo e faça dele o governante de sua vida, porque todos aqueles que "o recebem, ele lhes dá o poder de se tornarem filhos de Deus".

"Ninguém vem ao Pai, senão através do despertamento de seu Cristo interior".

Somente o homem espiritualmente imaturo é capaz de pensar que alguma igreja seja capaz de o redimir. Jesus veio trazer a mensagem crística, operou milagres, transformou consciências, mas não veio redimir ninguém. Redimiu-se a si mesmo. Ninguém alcança a redenção - o reino dos céus - a menos que nasça de novo pelo espírito, o que significa: Eu me redimo através do Cristo que habita em mim.

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