A ciência e a teologia sempre se acharam diante de um ponto de interrogação a respeito dos “milagres”.
Albert Einstein, esse grande cientista místico universal, visionário, humanista, disse, em síntese, que a ciência trata daquilo que é, e não daquilo que deve ser, que é atributo da religião. Querendo dizer que, a ciência descobre os fatos do mundo externo, ao passo que o homem ético e espiritual crea os valores do mundo interno e termina dizendo que: “Ciência natural sem religião é manca - religião sem ciência é cega”.
E essa afirmação é uma verdade - conhecer apenas os fatos objetivos equivale a uma luz fria, luz sem calor e sem força – no entanto, querer crear valores subjetivos, religiosos morais e éticos, sem o devido conhecimento dos fatos, equivale a correr às cegas. Luz sem força cria inteligências luciféricas - calor sem força gera vontades fanáticas.
A diferença entre ciência e religião, nesse ponto de vista, consiste no seguinte: ciência é o esforço de reunir através do pensamento analítico, os fenômenos perceptíveis do mundo, de maneira completa e de acordo com a habilidade analítica do pensador; mas ela jamais irá descobrir Deus, dentro de um tubo de ensaio! E religião, a de libertar a humanidade da servidão dos anseios, desejos e temores egocêntricos, contribuindo para uma espiritualização religiosa da compreensão da vida. Somente a associação recíproca entre ciência e religião é que pode transformar a visão do homem objetivando um mundo melhor.
Evidentemente, existem forças misteriosas no Universo que estão fora do nosso alcance e que em determinadas circunstâncias atuam a favor de pessoas que conseguem sintonizar as vibrações do seu organismo individual com as vibrações do organismo universal da Constituição Cósmica. E essa sintonização é realizada, muitas vezes, na zona do nosso subconsciente, ou durante o sono, ou em outro momento desconhecido. A presença de um poderoso foco de sintonização com os poderes cósmicos, como o de Jesus, e de outros grandes mestres, facilita grandemente a sintonização das vibrações do corpo humano com esses poderes.
“Podes crer que eu possa te fazer isto?” – esta é a pergunta invariável que Jesus dirige ao doente que o implorava a cura, e só depois que o enfermo sintoniza as suas vibrações com as vibrações do Mestre, é que acontece o “milagre”. “Creio sim, Senhor!”, “Então seja feito contigo conforme crês”.
As peregrinações a Lourdes, por exemplo, são uma permanente refutação da concepção materialista do universo. É cientificamente inegável que, por detrás dos fenômenos perceptíveis do Universo, existe uma Realidade imperceptível aos sentidos, que é a fonte e causa desses fenômenos. É cientificamente impossível identificar a realidade do mundo com a sua perceptibilidade. Não podemos estabelecer a equação empírica e infantil: de que a realidade é igual a perceptibilidade; temos que modificar a equação do seguinte modo: de que a realidade é maior que perceptibilidade. O materialismo é por demais primitivo, ingênuo, unilateral, fragmentário, relativo, injusto; não satisfaz a nenhum homem que tenha a habilidade de raciocinar logicamente.
A ciência natural de hoje é unanime em reconhecer que os fenômenos de natureza física não passam de uma espécie de sombras ou reflexos secundários de uma realidade primária, muito maior, e que está por detrás desses fenômenos.
Assim, por exemplo, Sir Arthur Stanley Eddington, astrônomo inglês, físico, matemático e também filósofo da ciência e popularizador da ciência, no seu livro, The Nature of the Physical World, escreveu: “O conhecimento nítido de que a ciência física trata de um mundo de sombras representa um dos mais significativos progressos. No mundo físico, assistimos a um drama de silhuetas de sombras, ou de imagens formadas pela sombra de um objeto sobre uma superfície. Tudo é simbólico ... O mundo externo acabou num mundo de sombras ... Se quisermos remover as nossas ilusões, teremos que remover a substância material, já que verificamos que essa substância é uma das nossas maiores ilusões”.
Sir James Hopwood Jeans, físico, astrônomo e matemático inglês, em seu livro, The Mysterious Universe, escreveu: “O curso do nosso conhecimento vai a uma realidade não mecânica. O Universo começa se apresentar a nós, mais como um grande pensamento do que uma grande máquina”.
Os dois livros revolucionários de Einstein sobre a Relatividade e a Teoria do Campo Unificado, este último publicado pouco antes de sua morte, confirmam matematicamente a mesma verdade: de que, por detrás dos fenômenos materiais e visíveis, jaz uma realidade imaterial e invisível, e tanto mais real quanto menos acessível aos nossos primitivos órgãos sensoriais e intelectivos.
É, certamente, nessa direção que uma humanidade futura, mais avançada no terreno espiritual, mais intuitiva do que a atual, desvendará o segredo definitivo do chamado “milagre”.
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Em meados de maio de 1938 o Professor Huberto Rohden viajou com demais autoridades da igreja em visita ao santuário de Lourdes, na França. Junto desse grupo, constava um jovem cuja tuberculose havia destruído um dos pulmões, como provam as radiografias tiradas no Escritório de Constatações mantido pela ciência médica daquela cidade. O jovem orou diante da gruta e nada aconteceu. Mas durante a noite seguinte, foi completamente restabelecido o pulmão doente, como demonstraram novas radiografias.
Alexis Carrel, famoso cientista francês, prêmio Nobel de Medicina em 1912, depois de ter vivenciado as curas repentinas de moléstias (em particular de Marie Bailly em Lourdes, 1902), publicou artigos refutando as opiniões médicas de então, a respeito dos milagres. Devido ao anticlericalismo na Universidade que lecionava, recebeu críticas e, julgando não mais poder exercer com liberdade suas pesquisas na França, mudou-se para o Canadá. Posteriormente foi convidado a trabalhar na Universidade de Chicago e mais tarde no Instituto Rockefeller de Estudos de Medicina.
Texto revisado e em parte extraído do livro Por Um Ideal volume II
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