O homem bom é aquele que tem experiência na Infinita Realidade, que vive e age em perfeita harmonia com essa consciência divina; o homem que age eticamente em consequência da sua experiência mística.
A parábola da rede de pesca e seu conteúdo afirma uma separação final e definitiva entre os bons e os maus, entre os que são internamente bons e agem externamente de acordo com sua consciência. O homem pode e deve tornar-se internamente bom; é esta a sua razão de ser, a sua finalidade aqui na Terra e em qualquer outro lugar no Universo; e, como transbordamento desse seu ser bom em Deus, deve fazer bem aos homens.
Ser bom (mística) é fazer o bem (ética). Quem assim é e assim age, participa da continuidade da vida – mas quem não é assim e não age assim sucumbe à morte eterna. A morte eterna é a extinção da individualidade, a desintegração por falta de integração, a não realização por falta de realização.
O período para essa integração ou realização do homem, geralmente, não acontece nos poucos decênios da sua vida terrestre, mas no ciclo total de sua existência, ciclo que pode abranger milhares e milhões de anos, pois, via de regra, a evolução espiritual do homem ocorre em passos curtos e em longos períodos de tempo. E, segundo as Leis Cósmicas, quem não se realiza, se extingue. No entanto, existem homens que atingem sua excelsitude em tempo muito menor.
O homem não é imortal, mas é imortalizável. Quem pode imortalizar-se deve se imortalizar; e quem pode e deve e não faz, crea débito, e todo débito gera sofrimento.
Nesse sentido diz Jesus: “Eu vim para que os homens não pereçam, mas tenham a vida eterna ... Quem tiver fidelidade a mim não morrerá, e ainda que tenha morrido (fisicamente) viverá para todo o sempre”.
A parábola da rede de pescar proclama a possibilidade da vida eterna e a possibilidade da morte eterna. Cabe ao livre arbítrio do homem escolher entre essas duas alternativas: realizar-se ou não!
A vida eterna não é uma dissolução do homem no Todo, mas é uma integração do indivíduo no Todo. Quem, nesse processo, se dissolve, deixa de existir – quem se integra continua a existir.
A Vida Universal não “existe,” ela “é”. A vida individual continua a existir quando se integra no Todo, mas deixa de existir (embora continue a ser vida) quando não se integra, mas se dissolve no Todo.
Aqui na Terra, aparentemente, o homem é a única creatura que pode continuar a existir individualmente; as outras creaturas, quando morrem, aparentemente, deixam de existir individualmente, porque o seu “viver individual” se dissolve na Vida Universal, embora não se pode afirmar com precisão que a existência de determinados seres não humanos, se dissolva, pois existe muita afinidade entre o homem e esses seres em alguns aspectos de suas existências e particularidades. Mas é muito prematura uma asserção dessas; quiçá a ciência, quando estiver de mãos dadas com a religião, possa nos revelar verdades escondidas.
O próprio Einstein afirmou que: “Ciência natural sem religião é manca - religião sem ciência é cega”.
O que o homem conhece é apenas uma gota d’água no oceano de sua ignorância. Pois é perigoso tentar explicar o inexplicável, já que se corre o risco de complicar. É que a mente analítico-intelectual do ser humano tem uma incrível habilidade de provocar uma fonte de mal-entendidos - o caos ou o nada.
Texto revisado e em parte extraído do livro Sabedoria das Parábolas
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