Monday 26 July 2021

A LOGOTERAPIA E A ARTE DA CURA PELO PODER DO ESPÍRITO

Durante as décadas de 1960/70, já famoso e respeitado professor, filósofo, teólogo e educador, escritor de inúmeros livros, polímata, e poliglota, Huberto Rohden era frequentemente solicitado para entrevistas e palestras pelos meios de comunicação do Brasil. Dentre algumas se destacam as entrevistas de televisão dadas pela célebre jornalista brasileira Xênia Bier.

Nas entrevistas, Rohden, sempre muito informal e de bom humor, discute os trabalhos de Joel Goldsmith sobre a arte pela cura espiritual e de Dr. Victor Frankl, famoso neurologista austríaco sobre a cura pela Logoterapia. Abaixo, um trecho de seus comentários sobre as perguntas.1

Na entrevista de novembro de 1976, sobre a arte de curar pelo espírito, ele diz que o autor insiste que existe apenas um único poder - no sentido do bem estar físico - que não existem dois, um poder positivo chamado vida e saúde e um poder negativo, chamado morte e doença. Isto é invenção humana. Não adianta combater as trevas, é preciso afirmar a luz. É a tese de Goldsmith. Ele curou muita gente com essa forma de terapia.

Por exemplo, Xênia, e para traçar um paralelo a esse processo; alguém entra numa sala completamente às escuras e diz:

Meu Deus! Esta sala está em trevas! Vamos varrer para fora a escuridão... pegue uma vassoura! Varre a escuridão para fora!... Mas a escuridão permanece, pois não funciona assim. Vamos então tentar com uma espada... Pegue uma espada, corte em pedaços as trevas de uma sala. E a sala continua completamente escura. É o que a humanidade está fazendo. Combate incessantemente o negativo e não afirma o positivo. É o que discursa o livro A Arte de Curar pelo Espirito de Goldsmith. Ele curou muita gente por mais de 30 anos só pela conscientização do único poder positivo do Universo. Mas é difícil aceitar o único poder positivo porque o homem sempre pensa que existe um poder negativo chamada morte, pecado, doença. O homem só enxerga o negativo e se esquece do positivo.

E Goldsmith, depois de muita experiência afirma que não adianta focalizar o poder negativo chamada doença. É preciso afirmar poderosamente que existe só um único poder positivo que é vida e saúde, alegria e felicidade. Se alguém consegue ou não consegue, isto é um problema porque quase todos os homens incorporam o espírito de Dom Quixote.

Dom Quixote, certa vez, lutou uma noite inteira nas planícies da Holanda contra um regimento inimigo, e como era muito valente, derrotou um regimento inteiro numa noite. E ao amanhecer foi inspecionar o campo de batalha a ver quantos cadáveres havia... E não encontrou nenhum cadáver. Pedaços de moinhos de vento quebrados. Ele achou que aquelas asas de moinhos de vento que se agitavam durante a noite eram os inimigos. E quebrou todos os moinhos de vento que estavam à sua frente. É o que a humanidade faz hoje. Luta contra um inimigo imaginário. Mas não existia inimigo não, era só um inocente moinho de vento. Os moinhos de vento se chamam doenças, e tem que se combater as doenças. Acabar com as doenças, mas não existia nenhuma enfermidade... Era falta de saúde, apenas, mas não era doença.

É muito fácil derrotar as trevas, só acender um fósforo! E então, para onde foram as trevas? O homem faz o papel de um ingênuo Dom Quixote. É preciso afirmar, conscientizar poderosamente o único poder do Universo, que é vida e saúde.

Mas, como o homem não sabe afirmar o positivo, ele combate o negativo.

Doença é uma ausência, e saúde é presença. Luz é presença e treva é ausência. Não se pode combater uma ausência; só se pode afirmar a presença. Isso é pura lógica, é pura matemática! Não se pode combater uma ausência, chamada doença, é fundamental afirmar uma presença chamada vida e saúde. É o que ensina o livro de Goldsmith.

Este livro, A Arte de Curar pelo Espírito, não deve ser lido muito menos devorado, deve ser ruminado. Ruminar e assimilar.

                                                           * * *

Na sequência, a entrevistadora Xênia pergunta: A Logoterapia de Frankl ou o método de Goldsmith estão sendo praticados em larga escala?

Rohden afirma que não, pois ambas as terapias são projetos de cura muito avançadas para o estágio do homem ainda afastado dos princípios espirituais. Não é possível... o homem só conhece duas formas de terapias: Somatoterapia – cura pelo corpo, e Psicoterapia – cura pela mente.

Hoje em dia, se tem uma terceira forma, que é a Logoterapia e que está sendo praticada, no entanto, o resultado depende muito mais do receptor do que do emissor. Por exemplo, se uma estação emissora emite ondas eletrônicas poderosas e não há receptor para receber essas ondas, absolutamente nada acontece. E é o que está acontecendo, não há receptores para as vibrações do emissor da Logoterapia...

Pode haver um poderoso emissor curativo, mas se não existe um receptor capaz de receber estas ondas curativas nada acontece, porque o efeito depende do receptor. A estação emissora pode emitir, mas se não há receptor afinado pela mesma frequência, como se diz em linguagem eletrônica, a sintonia se rompe, cai no vazio.

Ocorre que com a Logoterapia, que é a soma de emanações mentais, emocionais e espirituais de cura, só atingem aqueles com a habilidade receptora apropriada para entrarem em sintonia de cura e serem curadas. Pessoas que tem fé nessa proposta de terapia, mas que são poucos

Se a humanidade estivesse mais preparada para receber estas ondas, a Logoterapia seria mais sucedida. Infelizmente, a vastíssima maioria da humanidade é tipicamente material e mental, e raríssimos indivíduos conseguem reagir às vibrações espirituais.

A educação da humanidade, durante mais de 20 séculos, dentro do cristianismo ocidental, não foi projetada neste sentido. Toda educação e civilização é materialista e mentalista. São ondas de caráter muito inferior. Hoje, não temos uma civilização espiritual. Lentamente apenas, está se projetando essa civilização, mas apenas de forma individual; a sociedade como um todo, não reage à essa proposta.

A mentalidade humana, como diz Victor Frankl, está hipnotizada, numa hipnose coletiva que só reage através de estímulos externos, que vêm de fora. Nós não podemos iniciar uma nova educação em poucos anos. Isto leva séculos e milênios para superar a educação recebida nos últimos 2 milênios. Nós podemos minimizar e ultrapassar – não temos que neutralizar nada, mas devemos ultrapassar. Nós não temos que destruir a nossa educação passada, nós devemos completar, ultrapassar, aperfeiçoar, evolucionar toda a nossa educação passada. Entretanto, este é o problema de muitos séculos e milênios.    

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