Orar é o ato de estar consciente e sentir o sopro de Deus que flui através e em torno de nós a cada instante de nossas vidas. Será que esse sopro Divino nos esquece mesmo por um segundo? Na prática da oração é estar consciente da consciência de Deus. Cada respiração, cada pensamento durante esse ato é uma oração, pois não podemos estar separados desse sopro.
Pensando que Francisco estivesse quase sem fôlego, ele improvisou mais um de seus famosos sermões. Abriu os braços e olhou para o céu; as mangas do seu hábito caíram dando a impressão de asas de um pássaro gigante.
“Oh, Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz”. Esculpe meu ser como se ele fosse uma flauta e me coloque em seus lábios divinos enchendo-me com o sopro de seu espírito. Envolva seus dedos ao redor de minha alma e cubra os abismos da minha vida. Faça de mim uma música para o Bem-Amado, um hino à santidade de seu gracioso e divino amor. Ensina-me o que significa entregar-se ao ritmo de sua dança. Destrua o reservatório vazio de minha vaidade, e encha-me com o seu vinho sagrado. Deixe-me beber até que eu seja envolvido pelo seu amor, e segure-me ereto, de maneira que eu possa cair em seus braços.
“Oh Senhor, ensina-me a me tornar um instrumento de sua graça”. Abra meu coração e deixe o seu amor fluir em mim como um rio refrescante. Em seguida, pouse minha boca contra a sua para que eu possa saborear a doçura de seus lábios e sorver a plenitude de seu sagrado hálito. Deixe sua música ressoar no meu coração e dessa forma, assim plenificado, nada mais me contenha. Deixe-me então dançar ao ritmo dos nossos corações unidos, nesse celestial pulsar sem o qual eu não posso sobreviver.
“Senhor, fazei de mim um instrumento de sua paixão”. Agite as profundezas do meu espírito e me mostre a sensação de enlouquecer por ama-lo. Deixe meu coração ser ferido pela flecha de seu olhar agudo e penetrante, e gritar de dor de tanta ternura. Me guarde em seu sono e abraço. E quando ao pôr-do-sol, e você vem finalmente a mim, seus olhos me acenem e eu caio em ti, assim como o rio se funde com o mar ou como a terra se envolve ao redor das raízes de uma grande árvore.
Texto extraído do livro The Prayer of St. Francis, escrito por James F. Twyman
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