O homem imperfeito pratica o mal.
O homem pouco perfeito pratica o bem para receber recompensa.
O homem perfeito faz o bem pelo bem, sem nenhuma segunda intenção.
Quem necessita de ser lembrado admite que está doente ou ferido.
Quem espera ser compensado reconhece que sofreu algum dano ou prejuízo - pelo fato de ter praticado o bem.
Quem espera ser recompensado pelo bem que faz confessa que não é bom, que é um secreto egoísta que depositou um capital num banco para dele obter juros maiores.
Só quem pratica o bem pelo bem é que é realmente bom - não é egoísta, não se julga prejudicado, nem se sente doente ou ferido pelo fato de fazer o bem e ser bom.
Mas, como posso praticar o bem sem esperar recompensa?
Não podes, meu amigo, assumir essa atitude de desinteresse e verdade absoluta, enquanto vives na ilusão sobre si mesmo, enquanto identificas a tua personalidade periférica, físico-mental, com o teu Eu central, com a tua alma espiritual, divina.
A personalidade físico-mental, essencialmente egoísta, necessita de ser indenizada pelos benefícios que presta a seus semelhantes - porque lhe parecem um dano para o benfeitor - que procura sair ilesa.
A alma espiritual, porém, sabe que fazer o bem pelo bem é ser intimamente bom - e quem é bom não necessita de indenização, porque é dono de infinita riqueza.
O teu Eu é divino, verdadeiro, que não precisa de ser recompensado, compensado, lembrado - é amor, riqueza, saúde.
Deus não espera recompensa de ninguém - porque é eterno Amor.
Deus não deseja compensação de ninguém - porque é infinita Plenitude.
Deus não pode ser lembrado por ninguém - porque é perfeitíssima Sanidade.
E tua alma, sendo Deus em ti, é Amor, Plenitude, Sanidade - não a degrades, pois, a um nível inferior a ela mesma!
Descobre o teu Eu divino e verdadeiro, descobre a tua alma em ti, descobre-te como sendo tua alma - e serás rico, feliz e sadio por seres bom.
Adquire a firme consciência divina da tua cidadania cósmica - e não te iludas considerando-te cidadão terrestre.
Aqui és apenas imigrante temporário, estranho, peregrino - a tua verdadeira pátria são os céus, o infinito, o universo de Deus.
Cumpre aqui, da melhor maneira, o teu estágio terrestre - mas não te reduzas a escravo dos teus escravos!
A suprema alegria e felicidade está em seres aquilo que, no plano eterno de Deus, deves ser, agora, aqui, e por toda parte.
Os resultados palpáveis do que és e fazes não correm por tua conta - por isto não te importes com o que fica para além do teu alcance.
Não faças depender a tua felicidade de algo que não dependa de ti.
De ti depende seres bom e praticares o bem - de ti não depende o que os outros façam com os teus benefícios.
Não fales, pois, em “ingratidão” - quem assim fala revela a impureza das suas intenções.
O beneficiado, é certo, tem a obrigação moral de ser grato - mas o benfeitor não tem o direito de esperar gratidão.
A gratidão ou ingratidão dos outros não faz parte do teu ser-bom.
Seja bom, invariavelmente bom, jubilosamente bom - e fecha os olhos para tudo que possa acontecer depois, para além das fronteiras da tua vontade.
Se assim fizeres, se assim fores, terás o teu céu aqui na terra - e não necessitas de preocupar-te com o que acontecer depois.
Deus é o Sumo Bem, saberá o que fazer contigo - se fores bom.
Como poderia um homem, intimamente bom, sofrer algum mal da parte de Deus, que é infinitamente bom?
Seja bom - e deixa o resto por conta de Deus!
“A cada um segundo as suas obras!”
Texto revisado, extraído do livro Imperativos da Vida
No comments:
Post a Comment