Monday 26 July 2021

CONSCIÊNCIA CÓSMICA É IMUNIZAÇÃO

O título acima foi extraído de um capítulo do livro COSMOTERAPIA — A Cura das Doenças Humanas pela Consciência Cósmica, escrito por Huberto Rohden, cujo conteúdo, vem providencialmente ao leitor, diante do que a humanidade atravessa nos nossos dias com a pandemia provocada pelo vírus COVID-19 e sua agressivas variantes.

E este não é apenas mais um livro de Rohden. Trata-se de obra inédita, de um dos maiores pensadores cristãos, filósofo e espiritualista do Brasil, e autor de cerca de uma centena de trabalhos publicados.

É um livro póstumo. Os originais foram encontrados entre papéis pessoais do autor, logo após sua morte, em 1981. No primeiro capítulo da obra, Rohden afirma: “O conteúdo deste livro é importante para todas as pessoas. Todos, de um modo ou de outro, necessitam de terapia, de cura”.

Anteriormente, Rohden havia traduzido e comentado o extraordinário livro A Arte de Curar pelo Espírito, de autoria de Joel S. Goldsmith, um curador e místico norte-americano, e em 1965, ele começou a ter contato com a obra do Dr. Viktor E. Frankl, autor de vários livros e criador da Logoterapia, e deste contato surgiu o conceito de Cosmoterapia e nesse conceito, Rohden apresenta um acervo de respostas para o grande problema existencial do homem: a causa dos males e o método de cura.

Rohden afirmava que ambos os terapeutas – Frankl e Goldsmith – usavam o mesmo princípio curador no homem, ou seja, toda cura é uma autocura, que as enfermidades humanas podem ser curadas pela consciência cósmica imanente em cada ser.

A angústia e a frustração existencial são estados comuns em quase todos os seres humanos, e, qual é a solução para essa problemática? A cura só pode ser conseguida com a perfeita e total harmonia do ser vivo individual com a Vida Universal.

Os limitados avanços da ciência médica, que sempre esbarram nos interesses de governos, grupos de poder e da tirania das companhias farmacêuticas e seus acionistas, tenta ignorar a realidade do ser e da vida, em função dessas pressões. Mas é apenas um meio e não o fim, e que certamente levará a humanidade à medicina espiritual, até que o homem se conscientize de que não há necessidade de combater os males - basta realizar o bem, que o mal deixará de existir.

“O vírus (palavra latina que significa fluído venenoso ou toxina) é um organismo simples, microscópico e aparentemente, o único organismo acelular que existe; formado basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético.

No século passado, Louis Pasteur, biólogo, microbiologista e químico francês conhecido por suas descobertas dos princípios de vacinação, fermentação microbiana e pasteurização, fez uma das mais estupendas descobertas, que esses microrganismos vivos, como também os protozoários, amebas, bacilos, bactérias, algas, fungos, são responsáveis por muitas doenças e epidemias e que inclusive podem matar.

A segunda etapa dessa descoberta foi mais estupenda ainda: ele descobriu que esses organismos, causadores de doenças e morte, podem contribuir de tal forma que da sua matéria química transformada, se produzem antídotos ou medicamentos contra as próprias doenças que produzem; basta fazer a competente cultura no laboratório, extraindo desses organismos o seu veneno e os inoculando no sangue de uma pessoa sadia. Esses organismos, por exemplo, bactérias – digamos o bacilo de Koch, que produz a tuberculose – vivem tranquilamente no organismo vivo, sem causar danos.

Entretanto, no momento em que uma bactéria venenosa da mesma espécie entra no corpo, as bactérias desenvenenadas se apoderam das suas irmãs venenosas e as desenvenenam, neutralizando-as – e não haverá doença, por falta de veneno. As bactérias desarmadas no laboratório desarmam as bactérias armadas. O contra veneno é feito com o próprio veneno das bactérias.

A mesma genialidade, ocorreu com Albert Sabin, na descoberta da vacina contra a poliomielite.

Processo semelhante ocorre também no mundo da metafísica: do mundo material, cujo veneno o homem profano sucumbe, pode ser feito o contra veneno, o remédio capaz de salvar o homem do materialismo mortífero. Mas é necessário saber desenvenenar o mundo material, mediante uma cultura de laboratório, processo que somente o homem cósmico compreende.

Por via de regra, o homem profano sucumbe ao veneno do mundo material, que ele adora como ídolo e ao qual sucumbe como a seu tirano mortífero; a idolatria da matéria praticada pelo profano mata o próprio idólatra. Para ele, a matéria é como uma bactéria venenosa que destrói o organismo do homem em que consegue introduzir-se. O profano nada sabe de vacina, de profilaxia, de imunização; sucumbe simplesmente ao veneno mortífero da matéria.

Em face desta epidemia e desta mortandade a que o profano sucumbe, aparece outro tipo de homem, o místico, que resolveu fugir do mundo material e isolar-se perenemente no mundo espiritual – em algum deserto, em alguma floresta, em alguma montanha longínqua, em alguma caverna solitária, longe das bactérias venenosas da materialidade mortífera.

Mas, eis que aparece outro tipo de homem, o homem de consciência cósmica e descobre um processo equidistante do procedimento do profano e do místico: não sucumbe ao veneno do mundo material, nem se isola deste mundo venenoso – mas imuniza-se contra o veneno, servindo-se do próprio material venenoso para fabricar o antídoto salvador contra esse veneno fatal. Esse homem descobriu o segredo de produzir um remédio que cura a partir do veneno; vive em pleno mundo material sem ser materialista; vive espiritualmente no meio da matéria; vive puro no meio dos impuros; sadio no meio de doentes; vivo no meio dos mortos; vivendo sem contágio no meio das epidemias contagiosas.

De que modo conseguiu o homem cósmico essa estranha profilaxia, essa incrível imunização de si mesmo? De onde vem essa estranha e estupenda imunidade? Por que não necessita fugir para longe dos focos das doenças e da morte, como o místico? E por que não sucumbe a essas epidemias, como o profano?

Simplesmente porque o homem cósmico descobriu o espírito no meio da matéria, e descobriu a Realidade redentora no meio das Facticidades mortíferas, pois descobriu o Creador em todas as creaturas; descobriu o conteúdo espiritual em todos os recipientes materiais, pois descobriu o Deus do mundo no mundo de Deus e o libertou de todas as ilusões!

Para além da cegueira do profano, e da vidência do místico, o homem cósmico descobriu a si mesmo.

O caráter venenoso da matéria, que envenena o profano e afugenta o místico, deixou de existir para o homem cósmico. Para ele, a matéria é uma manifestação e um veículo do espírito, assim como o cristal é um veículo da luz incolor que se espalha em mil cores – para ele, o espírito existe latente na matéria. Ele é, portanto, o Homem Universal, que vê a unidade em todas as diversidades e sabe que as diversidades são manifestações parciais da unidade total.

Por isto, o homem cósmico é vacinado contra todos os males da matéria, porque ele descontaminou a matéria pela sua visão espiritual interior; a existencialidade da matéria é permeada pela Essencialidade do espírito, e uma matéria espiritualizada é uma matéria inofensiva, benéfica e ele está definitivamente imunizado contra a invasão e ofensiva de qualquer microrganismo maléfico, porque o veneno de ontem foi transformado no antidoto de hoje. 

O homem profano não descobriu nem o reino de Deus nem a sua harmonia. Não enxerga a Realidade espiritual e enxerga muito menos ainda a harmonia entre a Realidade espiritual e as Facticidades materiais; ele enxerga tão-somente as facticidades materiais, e nada mais. Consegue, com grande esforço, conquistar certas materialidades com o suor do seu rosto, porque o mundo está coberto de espinhos e abrolhos, o mundo lhe é hostil, porque ele nada sabe da Realidade espiritual e, se tivesse consciência dessa Realidade, todas as suas necessidades materiais lhe seriam dadas de acréscimo.

O místico descobriu o reino de Deus, o mundo espiritual, mas não descobriu ainda a sua harmonia, a possibilidade de uma conciliação entre o reino de Deus do mundo e as coisas do mundo de Deus. E, por não ter descoberto essa harmonia e compatibilidade, o místico, na sua grande sinceridade, optou pelo reino de Deus e contra as coisas do reino deste mundo. Ele reduziu ao mínimo possível as materialidades da vida, porque vive isolado na Realidade espiritual transcendente. Mas, como os bens da vida diária vêm por canais materiais e, como ele não quer saber desses canais, embora possua o reino de Deus, não possui a harmonia consciente que vigora entre o reino de Deus e as outras coisas, e por isto estas outras coisas não lhe são dadas de acréscimo, espontaneamente.

O homem profano é escravo do mundo material.

O homem místico é desertor do mundo material.

O homem cósmico é aliado do mundo material. E por isso o mundo material lhe oferece todas as coisas necessárias à vida terrestre. A natureza oferece todos os tesouros da sua abundância ao homem que não é escravo nem desertor da natureza, mas, sim, amigo e aliado dela.

O mundo material nunca será transformado pelo homem material nem mesmo pelo místico.

O mundo material somente será transformado pelo homem cósmico. Somente ele percebe a secreta relação que vigora entre a causa espiritual e os efeitos materiais, entre a Realidade invisível e as facticidades visíveis. Sem essa percepção de causa e efeito, nunca haverá formação eficiente do mundo e da humanidade. 

Em meados do primeiro século, Paulo de Tarso descreveu intuitivamente o homem cósmico. E, em meados do século vinte, um novo vidente, Teilhard de Chardin, descreveu o homem cósmico.

Paulo de Tarso deixou escrito na epístola aos Romanos 8-18, o seguinte: “A natureza anseia pela revelação dos filhos de Deus (isto é, pelo advento do homem cósmico). A natureza foi sujeita à corruptibilidade, não por vontade própria, mas por aquele que a sujeitou (isto é, o homem profano). Mas a natureza tem esperança de ser libertada da escravidão que corrompe e alcançar a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Toda a natureza sofre dores de parto, ansiando pela paternidade divina (o homem cósmico), que é a redenção do corpo (isto é, a redenção do homem total, incluindo a integridade e a imortalidade do corpo). Só nesta fé é que o homem será salvo”.

O homem profano não está remido, nem na alma nem no corpo.

O homem místico está remido na alma, porque já não é autor de maldades, mas não está remido no corpo, porque ainda é vítima de males.

O homem cósmico, porém, é remido na alma, por não ser mais autor de maldades, e é remido também no corpo, por não ser mais vítima de males compulsórios.”

Texto revisado extraído do livro COSMOTERAPIA

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