Saturday 10 July 2021

VIDA E ENSINAMENTOS DE SRI RAMANA MAHARSHI

Sri B.V. Narasimha Swamiji (1874-1956), nasceu em Bhavani no estado de Tamil Nadu no sul da India, formado bacharel em direito pela Universidade de Madras onde exerceu a profissão de advogado e associado à política no conselho legislativo local, além de ter participado de um movimento fundado por Annie Besant, “All India Home Rule League”, uma organização voltada ao ideal do autogoverno, denominada “Home Rule”, cuja intensão era a de assegurar o estatuto de domínio autônomo dentro dos países da comunidade britânica, onde cada país membro não estaria subordinado ao outro em nenhum aspecto dos seus interesses domésticos e internacionais.

Em 1921, uma tragédia particular em família afetou profundamente a vida de Narasimha, quando dois de seus filhos caíram acidentalmente dentro de um poço e se afogaram. O impacto desse choque o fez voltar para a consciência espiritual; interrompeu suas responsabilidades familiares, abandonou a prática jurídica e a carreira política.

Em 1925, ainda desolado com a tragédia, e em busca do significado da existência, rumou para Tiruvannamalai onde se encontrou com Ramana Maharshi. Lá, na presença do sábio vidente, se iniciou nos exercícios de meditação e durante a convivência, escreveu um livro sobre o mestre hindu, que em muito contribuiu para que Ramana Maharshi se tornasse conhecido mundialmente. O livro Auto-realização foi pela primeira vez publicado em 1931.

Abaixo, um breve excerto do conteúdo da edição:

“Muitos respondem ao chamado de Maharshi, este monumento vivo da glória espiritual, mas poucos são os que fazem uma tentativa genuína de realizar o que esse sábio alcançou.

Sua evolução está tão à frente da humanidade média de hoje, que ele habita na esfera transcendente da consciência espiritual, seu corpo físico e seus sentidos não impedem a realização de seu Eu interior verdadeiro. Para ele, a ilusão do mundo físico não é um véu que esconde o substrato de todos os fenômenos, mas um meio transparente para ele. A mente, essa rainha do malabarismo, é para ele um servo dócil e fiel, e esse é o seu sermão favorito: “Retire-se sempre para dentro de si mesmo: procure a fonte onde a mente inquieta gera uma rede incessante de pensamentos; deixe de lado os pensamentos que nascem; concentre-se na raiz do pensamento e descanse nessa quietude e silêncio. Esforce-se nisso, e o que seguirá é a experiência da realização interior, que não se pode traduzir em palavras.”

Poucos chegaram à essa dimensão de felicidade.

Outra joia de verdade espiritual que o sábio nos apresenta, é: “A verdadeira felicidade só brota de uma atitude interior, ou uma realização subjetiva da mente, embora muitos estejam sob o errôneo entendimento de que ela depende apenas de condições externas.” A busca externa pela felicidade, é apenas um jogo de “Esconde-Esconde”. Dizia que para preservar um estado de mentalidade imperturbável, bastava uma mudança de atitudes e adaptação a esse novo ambiente de interiorização. Grande parte da tristeza, miséria e depressão, pode ser evitada pela prática de tal adaptação, que é, obviamente, baseada em uma sábia escolha. A verdadeira felicidade é aquela que não depende de nada que vem de externo, e é uma felicidade incondicional e, portanto, permanente.

Conheça o Eu, e assim se resolvem todos os problemas existenciais. É uma palavra simples, mas cuja concepção dribla muitos intelectos brilhantes.  Ele diria que as meras descrições intelectuais são insuficientes, e que a realização está na prática determinada, no desejo sincero de alcançar o verdadeiro propósito da vida. Muitos céticos que zombam de grandes personagens espirituais, como visionários e pouco práticos, começariam a duvidar de seu próprio ceticismo, se apenas visitassem o sábio e permanecessem no âmbito de sua aura espiritual por um período de tempo.”

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